A SRª MARINOR BRITO (PSOL - PA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Mais uma vez, boa tarde a todos e a todas, Senadores e Senadoras.

            Eu queria manifestar desta tribuna, assim como fez a Senadora Vanessa, a minha solidariedade à greve dos bancários do Basa, do Banco da Amazônia, e dizer que não é possível que, após 51 dias de greve, a direção dessa instituição bancária não tenha tido a iniciativa de negociar um acordo que atenda minimamente às reivindicações da categoria.

            Diante da gravidade da situação, parece-me que não existe outra solução para superar o impasse senão atender à decisão dos trabalhadores do Basa de pedir a imediata exoneração de toda a diretoria executiva do Basa, principalmente do seu Presidente, Sr. Abdias José de Souza Júnior. Não acho que ele precise apenas mudar de prática, ele precisa ser colocado para fora da instituição. Quem sabe, dessa forma, não seria possível, Senadora Marta, abrir um canal de negociação efetiva que leve as partes a uma nova rodada de negociação, visando à superação da crise vivida pela instituição, porque não é apenas uma crise relacionada com as demandas e as reivindicações históricas e as necessidades dos trabalhadores do Basa.

            Quero destacar que o Basa, o Banco da Amazônia, é uma empresa de economia mista, com 96% de suas ações sob o controle da União. Tem cerca de 3 mil empregados, 69 anos de existência e um forte reconhecimento na sociedade amazônica - principalmente na sociedade amazônica - como principal agente de fomento das atividades produtivas nacionais.

            Porém, em decorrência de decisões adotadas pelas últimas diretorias do Banco, em especial na gestão do atual Presidente Abdias, essa instituição encontra-se em situação extremamente difícil, com impactos diretos nas condições de vida e de trabalho de seus empregados e também nos resultados financeiros da instituição, o que é muito grave.

            No dia de hoje, representantes dos bancários em greve fizeram chegar às mãos da Presidenta Dilma, no Palácio do Planalto, uma carta em que expõem a situação crítica que estão vivendo, além de pedirem a abertura de um canal de negociação entre a diretoria e os trabalhadores.

            Na carta encaminhada à Presidenta Dilma, os trabalhadores representantes da categoria em greve assinalam também a situação de precariedade das agências do Banco, com grandes dificuldades para os empregados, que são obrigados a conviver com problemas que vão desde as precárias instalações elétricas dos prédios até o sistema de informática, o que tem gerado inúmeros transtornos aos empregados e clientes do Banco.

            Eu estive em Belém, em recente assembleia geral da categoria dos bancários do Banco da Amazônia. Pude ouvir de perto, da categoria, dos representantes da categoria, as queixas contra a direção da instituição e, por este motivo, por ter testemunhado as várias denúncias, estou ocupando hoje a tribuna do Senado Federal, para fazer coro com esses trabalhadores, somando-me à sociedade amazônica para tentar recolocar o Basa no rumo certo.

            Somo-me à mobilização consciente de vários setores da sociedade civil, esperando que prevaleça o bom-senso entre as autoridades do Governo Federal para acelerar uma saída negociada, que leve em conta os anseios dos trabalhadores.

            Faço, por fim, Senadora Marta, um apelo às autoridades do Governo Federal, principalmente à Presidenta Dilma e ao Ministro da Fazenda, Sr. Guido Mantega, para apresentarem uma solução para a presente crise. É dever do Governo Federal apresentar uma solução!

            Pude ouvir, das lideranças representativas da categoria, sua disposição para negociar - ninguém está se negando a negociar - e recolocar o Basa em seu verdadeiro lugar, como uma instituição que seja referência como banco de desenvolvimento, com forte característica de respeito à diversidade social, à sustentabilidade ambiental e à necessidade de crescimento econômico. Enfim, um banco com a força e a riqueza da Amazônia.

            Muito obrigada.