Discurso durante a 213ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Saudação à Presidenta Cristina Kirchner pela vitória obtida nas eleições do último dia 23 de outubro, na Argentina, tornando-se a primeira mulher a ser reeleita Presidente da República na América Latina.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL. FEMINISMO.:
  • Saudação à Presidenta Cristina Kirchner pela vitória obtida nas eleições do último dia 23 de outubro, na Argentina, tornando-se a primeira mulher a ser reeleita Presidente da República na América Latina.
Publicação
Publicação no DSF de 24/11/2011 - Página 48650
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL. FEMINISMO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA, REFERENCIA, MULHER, PIONEIRO, REELEIÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, AMERICA LATINA, COMENTARIO, IMPORTANCIA, PROCESSO, INTEGRAÇÃO, ECONOMIA, DESENVOLVIMENTO POLITICO, MERCADO COMUM DO SUL (MERCOSUL).
  • SOLICITAÇÃO, REMESSA, PRONUNCIAMENTO, ORADOR, DESTINATARIO, EMBAIXADOR, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA, RESIDENCIA, BRASIL.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, como Líder do Governo nesta Casa, venho hoje à tribuna para saudar a Presidenta Cristina Kirchner pela belíssima vitória que obteve nas eleições do último dia 23 de outubro, na Argentina, tornando-se a primeira mulher a ser reeleita Presidente da República na América Latina.

            Foi uma vitória arrasadora!

            A Presidenta Cristina Kirchner obteve cerca de 54% dos votos, contra apenas 17% do segundo colocado, o socialista Hermes Binner. Além disso, ela venceu em 23 dos 24 distritos eleitorais da Argentina, e conseguiu agregar muitos votos para fazer ampla maioria legislativa, tanto na Câmara, quanto no Senado, o que lhe permitirá aprovar os projetos que entender como os melhores para o país. É importante registrar também que seus partidários conquistaram oito das nove províncias, onde houve eleições para governador, incluindo a Província de Buenos Aires, a mais importante do país.

            Enfim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o povo da Argentina entendeu, por larga margem de votos, que a melhor alternativa no momento seria a continuidade da gestão da Presidenta Cristina Kirchner. E, se assim o fez, certamente foi por ter entendido que aquela nação está no rumo certo.

            De fato, desde 2003, a Argentina vivencia um inédito processo de crescimento econômico, combinado com aumento de salários e redução do desemprego, o que levou os argentinos a, novamente, depositarem sua confiança no atual governo. Todo esse processo de recuperação econômica se deve, em parte, à política de desendividamento posta em prática pelo governo; à acumulação de reservas para aguentar crises; e à política de superávit fiscal, com o objetivo de evitar que o Estado contraia novas dívidas.

            É importante lembrar, Senhoras e Senhores Senadores, que essas ações da Presidenta Cristina Kirchner foram iniciadas, na verdade, durante o governo de seu marido, o Presidente Néstor Kirchner, falecido no ano passado, que mudaram radicalmente a visão neoliberal que vinha impregnando o Estado argentino até então, passando a enfatizar que o Estado deve ter, sim, um papel destacado na economia.

            As políticas econômicas e sociais devem caminhar juntas!

            Nessa linha de pensamento, por exemplo, a reestatização do sistema de aposentadorias e os programas de complemento de renda passaram a ser vistos como fatores fundamentais para ajudar a girar o mercado interno, criando um círculo virtuoso que aumenta a criação de empregos e renda.

            Contudo, Sr. Presidente, sabemos que "àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido". Apesar desses pontos positivos na economia, as responsabilidades e os desafios da Presidenta Kirchner são enormes, proporcionais à ampla maioria que obteve nas urnas.

            Entre esses desafios está, sem dúvida, a crise que se abateu sobre a Europa e os Estados Unidos, e seus potenciais reflexos para a economia da América do Sul, inclusive o Brasil. Uma eventual desaceleração da economia brasileira terá fortes impactos sobre a Argentina. Isso porque as exportações da Argentina para o Brasil representam 20% do total de suas vendas ao exterior, e equivalem a 4% do seu PIB. Destaco ainda, Senhor Presidente, que cerca de 85% da pauta de compras brasileiras da Argentina são de produtos manufaturados.

            Ao lado desse desafio, há também outro ponto importante. A Presidenta Kirchner precisa, urgentemente, desfazer as más impressões que pesam sobre o Instituto Nacional de Estatísticas (Indec). Isso porque o Índice de Preços ao Consumidor, principal referência em termos de inflação, calculado pelo Instituto, aponta níveis mais baixos que os detectados por consultorias privadas e, principalmente, pela população, que tem sentido seus efeitos no bolso. Portanto, recuperar a credibilidade do Indec é fundamental para que os mercados possam ter mais confiança no governo e, consequentemente, para que haja mais atração de novos investimentos, capazes de aprofundar o dinamismo econômico vivido pela Argentina.

            Já concluindo, Sr. Presidente, gostaria de felicitar, mais uma vez, a Presidenta Cristina Kirchner por sua reeleição, desejando-lhe sorte e, ao mesmo tempo, solicitar que o texto deste pronunciamento seja enviado ao Embaixador da Argentina no Brasil, Senhor Juan Pablo Lohlé, como sinal do apreço e da consideração que temos para com aquele país irmão.

            Certamente, há muito de semelhante entre o pensamento das mandatárias da Argentina e do Brasil, o que constitui uma virtude para que possamos acelerar o tão desejado processo de integração econômica e política do Mercosul. Só assim nossos países terão uma economia cada vez mais forte para conduzir argentinos e brasileiros ruma a um futuro de prosperidade e justiça social.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/11/2011 - Página 48650