Pronunciamento de Ivo Cassol em 28/11/2011
Discurso durante a 216ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Cumprimentos às empresas que foram destacadas pelas revistas Você S/A e Exame no guia “As melhores empresas para você trabalhar”; e outro assunto.
- Autor
- Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
- Nome completo: Ivo Narciso Cassol
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.:
- Cumprimentos às empresas que foram destacadas pelas revistas Você S/A e Exame no guia “As melhores empresas para você trabalhar”; e outro assunto.
- Publicação
- Publicação no DSF de 29/11/2011 - Página 99250
- Assunto
- Outros > ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.
- Indexação
-
- CUMPRIMENTO, EMPRESA, COOPERATIVA, ESTADO DE RONDONIA (RO), INDICAÇÃO, PESQUISA, PERIODICO, EXAME, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REFERENCIA, IMPORTANCIA, PREMIO, QUALIDADE, GESTÃO, TRABALHO.
- CRITICA, GESTÃO, PRESIDENTE, EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUARIA (INFRAERO), RELAÇÃO, PRECARIEDADE, FUNCIONAMENTO, AEROPORTO, PAIS, CUMPRIMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DOS TRANSPORTES (MTR), EXONERAÇÃO, SUPERINTENDENTE, DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), ESTADO DE RONDONIA (RO).
O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) -Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com alegria que, mais uma vez, ocupo a tribuna desta Casa, especialmente para parabenizar as empresas que, há poucos dias, foram destaques na revista Você S/A Exame, da Editora Abril, edição de 15 anos, que divulgou o mês de setembro, o Guia Você S/A e Exame - As melhores empresas para você trabalhar.
Desde 97, a revista faz todo ano esse levantamento, pesquisando, analisando as práticas de gestão de pessoas e das empresas brasileiras. No primeiro anuário, eram 30 empresas que faziam parte da pesquisa; hoje, são mais de 500 empresas. O Guia se tornou referência no mercado de trabalho nacional como o principal instrumento para medir clima e práticas de gestão de pessoas.
Quero parabenizar todos esses profissionais da Editora Abril pelo brilhante trabalho realizado e divulgado, bem como os diretores e funcionários da Cooperativa de Crédito do Centro Sul Rondoniense, Sicoob Credip, por estar entre as melhores empresas do Brasil para se trabalhar com credibilidade. É um exemplo para as demais empresas seguirem, de Rondônia e do Brasil.
A Cooperativa tem 15 anos de mercado e 155 funcionários. Situada no Município de Pimenta Bueno, a 516 km da capital, Porto Velho, está presente em 18 Municípios de Rondônia e vêm se destacado por suas práticas, com gestão eficiente e na busca pelo desenvolvimento das competências de cada funcionário, inclusive com a oferta de bolsas de 50% nos cursos de graduação e pós-graduação que estejam relacionadas ao negócio.
Além da demonstrada qualidade no ambiente de trabalho, a Sicoob Credip se destaca também pelo seu crescimento acelerado: 31% em 6 meses, e tem a perspectiva de abrir mais três novas agências até o final desse ano.
Parabenizo, mais uma vez, todos os diretores e funcionários dessa Cooperativa, que continue crescendo e expandindo cada vez mais, gerando emprego e renda, e que sirva de exemplo para os demais empresários de nosso Estado de Rondônia e do Brasil.
Também quero deixar meu abraço a Salatiel, que é o Presidente e que controla as demais cooperativas do Estado de Rondônia.
E aproveito a oportunidade, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores. Mais uma vez, nosso trabalho, que no final de semana é em nosso Estado, Senador Paim, nosso Presidente, na segunda-feira, começa cedo aqui. O trabalho é árduo, mas aqui representamos o povo de nosso Estado. E aqui, mais uma vez, quero levar a público a precariedade que a Infraero estabelece nos aeroportos brasileiros.
Sr. Presidente da Infraero, o Senador Ivo Cassol, eu próprio estou lhe fazendo um convite: pegue sua família e várias malas... Também o Diretor de Aeroportos, João Márcio Jordão, e o Presidente Antonio Gustavo Matos do Vale.
Para se ter uma ideia, Sr. Presidente, precisamos estar, no mínimo, uma hora antes no aeroporto e mais três horas, praticamente, no ar. E quando se chega a Brasília temos que ficar mais de uma hora aguardando a bagagem para passar no único aparelho de raio X, porque a Infraero não tem competência, não tem visão, não tem gestão.
E toda semana, Sr. Presidente Antônio Gustavo. O cacete vai pegar. Eu tenho condições, Sr. Presidente, de deixar um assessor meu voltar lá para buscar a mala, mas e os demais brasileiros? As demais pessoas de família que se deslocam não só de Rondônia, mas do Acre, dos demais Estados de faixa de fronteira? Como é que fica a situação? Enfrentam horas e horas de fila nos aeroportos, e até para pegar bagagem cria-se burocracia, sem criar estrutura para atender à população. Na semana passada, eu disse que, se não tem condições, se não tem estrutura, que se faça um levantamento, mas que se faça como amostragem. Aqui em Brasília tem dois raio X, mas só um trabalha.
Ao mesmo tempo, vejo com tristeza o Correio Braziliense, que disse o seguinte numa matéria de final de semana: “Apagão aéreo ameaça férias de fim de ano”. E alguém diz o seguinte: “Mas a pessoa lá é um técnico...”. Pode ser um técnico, não tem problema nenhum, mas tem de ter visão de futuro, tem de ter gestão administrativa, tem de ter visão para cobrar. Porque dinheiro tem, Sr. Presidente, a Infraero tem dinheiro. O povo brasileiro paga taxa de embarque. Infelizmente, ficamos à mercê das normativas, das mudanças, sem sequer saber se colocaram a estrutura necessária para isso. Por que não colocam um raio X em Porto Velho? Presidente da Infraero, coloque um raio X em Porto Velho, passe toda a bagagem por lá, mas não deixe as pessoas feito bobas, feito cobaias aqui no aeroporto de Brasília, aguardando as malas. E não era só o Senador Ivo Cassol. Lá havia prefeitos, comerciantes, empresários, pessoas com compromisso. E eu com o compromisso de vir a esta Casa hoje porque temos Ordem do Dia.
Infelizmente, ficou provado que é falta de gestão, o que continua prevalecendo dentro da Infraero. Não podemos concordar com isso!
E não é só isso. O Presidente talvez esteja até estranhando eu falar isso, mas, ao invés de o senhor ir para Palmas passear, ou para algum outro lugar, venha para Rondônia, venha para os Estados de faixa de fronteira e volte junto comigo para ver a dificuldade que enfrentamos, Sr. Presidente. Essa é uma questão administrativa, uma questão para a qual já se deveria ter tomado providência. Fiz um discurso na semana passada e não teve um na Infraero que teve coragem de pegar o telefone e de me ligar para saber o que estava acontecendo. Não teve um! Não teve um! E olha que tem funcionários, olha que tem assessores. Mas acham que são estrelas, acham que estão acima de nós, que representamos o povo, porque somos eleitos com o voto do povo.
Acham até que estão acima da nossa Presidente Dilma, porque o mínimo que podem fazer é dar condições para que o sistema possa funcionar e para que possamos aumentar nos quatro cantos deste País a busca para diminuir distâncias. Em vez de viajar de ônibus, viajar de avião.
Presidente da Infraero, Antonio Gustavo, convido o senhor, acompanhe-nos, venha junto de lá para cá, espere aqui na fila e saia correndo para cá, para poder marcar presença e participar das votações.
Infelizmente, na segunda-feira da semana passada, ocupei esta tribuna para comunicar o que estava acontecendo no nosso Estado, que envolve políticos, envolve servidores públicos, secretários de Estado, comissionados. E, no final de semana, mais uma ação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal aconteceu no nosso Estado, exatamente no Dnit. Foram lá e apuraram irregularidades na BR-429, que interliga o trecho próximo a Alvorada do Oeste até perto de Seringueiras, São Francisco, passando por São Miguel.
Denunciei as obras, como Governador. De péssima qualidade. Aqui, no documento, foram mais de 30 milhões desviados. A obra era de 160 milhões - mais de 30 milhões desviados!
Digo mais para o povo de Rondônia: na indicação para a continuação do diretor do Dnit do nosso Estado, eu não assinei a permanência do Diretor Superintendente do Dnit de Rondônia e Acre. Não assinei e disse por que não assinava: porque as obras do nosso Estado não tinham qualidade. Tanto que a empresa refez, refez de novo, mas, depois de feita, não tem jeito. É todo ano tapando buraco.
Portanto, não indiquei, não apoiei a indicação de José Ribamar Oliveira, que foi exonerado. E quero aqui parabenizar o Ministro dos Transportes, que exonerou, na última sexta-feira, o Superintendente do Dnit. Ele e mais quatro colegas foram afastados de suas funções por essas irregularidades.
Infelizmente, são obras que perdem a qualidade, Sr. Presidente. É dinheiro que vai para o ralo, é a população da BR-429 que vem sofrendo há tantos anos.
Ao mesmo tempo, Sr. Presidente, Srs. Senadores, há vários pontos para ser modificados, como substituir as pontes de madeira por pontes de concreto.
O processo licitatório já deveria ter acontecido. Por situações iguais a essa, acaba emperrando; por situações iguais a essa, acaba atrasando; por situações iguais a essa, muitas dessas pessoas, dessas famílias, dessas cidades, como Seringueiras, como São Francisco, como Costa Marques, vão continuar isoladas.
Eu falei com o Prefeito de São Miguel hoje, o Fenali, que está em Brasília e que ficou no aeroporto, aguardando as malas, por mais de 40 ou 50 minutos; e também com o Celso Garda, do Município de Seringueiras. Comentamos a situação. O Governo Federal liberou dinheiro, foi dada a ordem de serviço, mas as obras, infelizmente, viraram uma cabritada: mais de 30 milhões de recursos públicos desviados.
Não são todos os lotes, não. Aqui, a denúncia é bem clara. Nós temos dois trechos que, esses, sim, têm problemas. Mas quem foram os beneficiados? Quem acabou levando vantagem nisso? Eu sei quem ficou no prejuízo. Quem ficou no prejuízo, na verdade, foi o povo do nosso Estado; quem ficou no prejuízo foi a população de São Miguel, a população de Seringueiras, a população de São Francisco, de São Domingos, de Costa Marques. Não pelo trecho deles, de Costa Marques, mas pelo trecho que interliga no meio, que perdeu a qualidade por falta de seriedade; pelo envolvimento de fiscais de obras, prejudicando o povo do nosso Estado.
Ao mesmo tempo, não foi só isso, não. Outro exemplo aconteceu há pouco tempo: os falados viadutos da cidade de Pimenta Bueno, que viraram até símbolo de gozação. E o povo de Pimenta Bueno, que está me assistindo, sabe disso.
Quantas vezes eu falei que íamos fazer uma discoteca em cima, fazer um restaurante embaixo? Mas, graças a Deus, o Dnit, depois de anos após anos, conseguiu concluir essa obra.
A população da cidade de Pimenta Bueno está clamando para que concluam, para que aproveitem e coloquem alguma complementação nessas obras, para que a parte de baixo, entre o rio Pimenta e o rio Melgaço, não fique isolada.
Para isso, precisamos que o Ministério dos Transportes, o diretor, a equipe do Dnit concluam essas obras, que as coloquem no Orçamento, para que possam integrar mais uma vez Pimenta Bueno, que foi isolada de um ponto a outro.
Mas é só isso, Sr. Presidente? Não!
Na cidade de Ariquemes, houve recursos que também foram para o Município de Ariquemes. E as obras, como é que ficaram? Inacabadas, pela metade. Recursos perdidos. Mas, só em Ariquemes? Não! Em Porto Velho também não é diferente. Havia recurso para fazer viaduto em Porto Velho, e, por denúncia dos próprios deputados estaduais, por vereadores, falaram que o gato comeu parte do dinheiro que era para fazer os viadutos.
Eu fui Governador e Prefeito por dois mandatos. Eu não alisava aquele que abonava; aquele que fazia; aquele que ganhava, não produzia e não cumpria o contrato. Mas agora está licitado novamente. É mais uma chuvarada que vem pela frente, e, mais uma vez, o povo de Porto Velho, para cruzar a BR-364, para chegar até o trevo do Roque, para sair rumo a Rio Branco, no Acre, vive momentos de agonia a toda a hora, sem contar os equipamentos. Para se chegar às usinas de Santo Antônio e Jirau, paralisa-se o trânsito de Porto Velho.
Recomeçaram as obras, mas elas ficaram praticamente dois anos paradas.
É isso que nós precisamos mudar. É essa qualidade que conclamo para que seja acompanhada passo a passo. Nós não podemos perder os poucos recursos que vão para as obras de infraestrutura, não só para Rondônia, mas que vão para todo esse Brasil afora, especialmente para os Estados da Região Amazônica, que são os Estados mais sofridos.
Além disso tudo, recebo reivindicação do Presidente da Associação Comercial de Pimenta Bueno, Edimar Cosmo da Silva - a quem deixo o meu abraço -, que representa aquele povo, representa a classe produtora, que faz a diferença neste Brasil. Nós jamais podemos desestruturar o comércio e a área. Uma outra situação, Edimar: da mesma maneira que vocês estão na cidade de Pimenta Bueno, uma parte isolada não vai ser diferente em Porto Velho. Muitos dos comerciantes de Porto Velho, muitos dos comerciantes também de Ji-Paraná, quando começarem a fazer a pista lateral, e se a obra ficar, de repente, pela metade, isso vai quebrar muitos comerciantes.
É por isso que defendi e continuo defendendo o aeroporto de Ji-Paraná. A bancada federal, em conjunto, colocou recurso no Orçamento Geral da União, para que possamos fazer a obra de uma vez e não fazê-la aos pedaços; não fazer por partes. Esse aeroporto de Ji-Paraná está no coração do Estado de Rondônia.
É o aeroporto que favorece todos os Municípios da Zona da Mata, no entorno de Ji-Paraná, sem contar também o grande aeroporto da cidade de Cacoal, que, se Deus quiser, em breve, fará os primeiros voos, colocando Cacoal e a Zona da Mata no resto do Brasil, ao mesmo tempo buscando novos conhecimentos, novas tecnologias, levando qualidade de vida para quem mora especialmente na Região Amazônica.
Para isso, precisamos estar empenhados diuturnamente. Para isso, precisamos estar irmanados com um só propósito: tirar as dificuldades que aparecem pela frente e, ao mesmo tempo, trazer a condição e a facilidade para produzir muito mais.
É essa a busca do Senador Ivo Cassol. É isso que busco junto aos meus pares, para poder trazer tranquilidade no campo, na cidade e em todos os lugares, a exemplo do que o próprio Senador Delcídio do Amaral falou aqui.
Além da questão das demarcações, das divisões das áreas indígenas, como disse no aparte, as famílias indígenas precisam de atendimento digno pela Funasa, o que não têm. Elas precisam, na verdade, de atendimento digno pela Funai, cujo dinheiro, muitas vezes, não chega lá. Quantas vezes já vi o dinheiro da Funasa, sendo desviado pelo caminho! Alguém devolveu esse dinheiro? Não. Foi preso, depois solto, e os índios acabaram tomando prejuízo!
Ainda agora que o Senador Delcídio levantou uma situação verdadeira - e eu também o fiz desta tribuna: a questão de faixa de fronteira. Estão botando a Polícia Pacificadora nos morros do Rio. É uma iniciativa louvável! Parabéns ao Governador do Rio! Mas isso só vai ter sucesso, se coibirmos, na faixa de fronteira, a entrada de droga e de arma, porque a droga é a arma que fomenta o crime nos grandes centros urbanos, e ela está chegando nas periferias, está chegando nas pequenas cidades.
É por isso que o Estado de Rondônia está, infelizmente, com o sistema prisional lotado. Boa parte dos presos que estão lá são federais. A maioria é envolvida com droga. E por onde passa? Pelo nosso nariz! Na faixa de fronteira! Por isso, sou a favor de que o nosso Exército Brasileiro, a nossa Aeronáutica, em vez de ficarem instalados nas capitais - por exemplo, em Porto Velho -, que fiquem em Guajará-Mirim; em vez de ficarem em Cuiabá, que fiquem na divisa com a Bolívia, com o Paraguai do outro lado.
Devemos usar a nossa estrutura, Sr. Presidente, para trazer tranquilidade para dentro de casa. Hoje, infelizmente, a droga está acabando com muitas famílias. O crack está tomando conta, e ele vem dessas áreas desprotegidas.
Falta estrutura? Faltam recursos? Faltam, mas não falta vontade. Precisamos que essas drogas sejam combatidas na raiz.
Há poucos dias, nesta Casa, estavam querendo criar mais um plebiscito. Solicitavam, mais uma vez, uma pesquisa entre a população quanto ao desarmamento, para desarmar mais do que está desarmado.
Hoje não precisamos buscar mais desarmamento, porque quem está matando, quem está assaltando é bandido, e as armas usadas são armas roubadas muitas vezes das delegacias de polícia, dos quartéis; são armas que passam na região de fronteira. Então, precisamos, sim, de cuidar das nossas fronteiras, para dar segurança e trazer paz; e não de gastar dinheiro. O dinheiro que seria gasto, mais uma vez, com o plebiscito - porque a população já decidiu o que quer -, deveria ser colocado nas mãos das Forças Armadas, para que possam ter mais dinheiro para cuidar das nossas faixas de fronteira.
Por isso, Sr. Presidente, ocupo mais uma vez esta tribuna para defender os interesses do povo de Rondônia, cobrando desta tribuna o que está errado na administração federal.
Sou do PP, que faz parte da base da Presidente Dilma. Vou continuar trabalhando diuturnamente para defender suas ideias, seu projeto. O Brasil precisa dessa integração, mas o que está errado vou sempre denunciar. O que não estiver correto, sempre trarei a público.
A única maneira de separarmos o joio do trigo é tirarmos aqueles que querem mamar a vida inteira, aqueles que querem simplesmente um cargo, estabilidade, e não querem ou não têm competência para responder com a verdade ao anseio da população.
Há mais pela frente. Se alguém pensa que aqui, em Brasília, ficará tudo bem, que está tudo ótimo, volta e meia uma tempestade passa por aqui. E muitas até chegaram a falar de Rondônia, Srªs e Srs. Senadores!
Mas eu quero dizer que, infelizmente, o Brasil inteiro está contaminado. E aqui, em Brasília, infelizmente, a situação se complica mais ainda. Mas por que se complica mais ainda? Porque aqui é a nossa Capital Federal. Aqui tudo acontece no âmbito do Brasil. Começa por aqui. Aqui tudo é bonito.
Eu tenho falado, diuturnamente, nos meus discursos, que aqui, do nosso gabinete, olha-se para um lado e vê-se um lago bonito; olha-se para o outro e vê-se tudo florido; olha-se para o outro lado e vê-se o Banco Central, que tem muitos andares para baixo, abarrotado de dinheiro. Mas no nosso Brasil afora vê-se tanta carência, tanta necessidade, tanta desigualdade social, que nós precisamos corrigir.
Ao mesmo tempo, temos a responsabilidade, aqui nesta Casa, de trazer essa garantia constitucional para as pessoas que produzem, que trabalham, a exemplo do que fizemos com o Código Florestal, que amanhã vamos debater aqui, para que possamos aprová-lo neste plenário; para que possamos trazer a paz no campo, para que os ambientalistas trabalhem lado a lado com quem produz e coloquem na mesa de vocês o que vocês precisam para sobreviver. Que os ambientalistas parem, de uma vez por todas, de tratar quem produz neste País como se fosse criminoso.
Eu falei aqui, na semana passada, para os ambientalistas. Até colocaram matérias no jornal, dizendo que eu tinha falado isso, falado aquilo. Não falei nada disso, não. Mas quero fazer um desafio: mostre-me, um dos ambientalistas, se na sua terra, no seu Estado, vocês colhem feijão em árvore, se vocês colhem boi em árvore, se vocês colhem arroz em árvore. Digam-me, porque, aí, em Rondônia, vamos ter fartura. Nós vamos trazer para o resto do País.
Isso só dá quando você produz, quando você pega no cabo da enxada, na ferramenta. Aí dá diferença. Até a banana que dá no pé, sem você plantar, você não colhe. Nós temos a castanha-do-pará, mas é um complemento alimentar. Nós temos o açaí, que é o suco de açaí, que vem para fortalecer como complementação. Mas nós precisamos é do feijão, do arroz, da carne, da farinha, do trigo. E o leite, que sustenta as nossas crianças? O leite é que traz vida.
Eu não conheço nenhum animal que trepa numa árvore para comer. Até os macacos sobrevivem da fruta das árvores.
Portanto, é muita demagogia, é muita falta de responsabilidade, Sr. Presidente, quando vejo pessoas que estão ganhando à custa do povo brasileiro fazerem o que fizeram com o nosso Senador Luiz Henrique e com o Senador Jorge Viana, na semana passada, quando, na verdade, nós, produtores, queríamos muito mais. Mas eles, com sabedoria, com responsabilidade, intermediaram e buscaram um bom entendimento para todo mundo. Nem todo mundo conseguiu o que queria.
Eu sou contra queimadas em qualquer sentido. Eu sou contra nova derrubada em qualquer sentido. Como produtor, sou um exemplo. Na minha propriedade, 50% estão preservados, como dizia o Código Florestal.
(Interrupção do som.)
O SR. IVO CASSOL (PP - RO) - Mas há alguns que não o fazem (fora do microfone.). Um minuto para concluir, Sr. Presidente.
Infelizmente, há alguns que, mesmo que estejamos trabalhando aqui para fazer o novo Código Florestal, acabaram colocando os pés pela cabeça. Esses têm de ser punidos. Esses têm de ser responsabilizados.
E temos que ter uma preocupação maior ainda: respeitar a potencialidade regional. Nem todos os locais, em cada Estado, são bons para produzir o que se produz no Centro-Oeste ou no Norte ou no Sul.
Por isso, fico feliz de ter participado como titular na Comissão de Meio Ambiente e na Comissão de Agricultura. Se amanhã, se Deus quiser, juntamente com os demais pares desta Casa, dermos mais estabilidade ao campo, dermos garantia para as instituições financeiras e, ao mesmo tempo, trouxermos aqueles que estavam na ilegalidade, infelizmente cometidos pelos irresponsáveis que ocuparam o cargo em nível nacional... Não foi o produtor ou o agricultor quem cometeu o crime. Quem cometeu o crime foi aquele que detinha um cargo público e não soube cobrar.
Srs. Senadores, fui Governador por dois mandatos. Houve uma Ministra que passou por esta Casa, passou pelo ministério por seis anos. Não levou um carrinho de mão para Rondônia, para preservar uma árvore; não levou uma cibalena para o meu Estado e veio fazer gracinha na nossa Comissão, como se fosse salvadora da pátria. Se as propostas dela fossem válidas, ela seria Presidente do Brasil, mas o povo quis a Dilma Rousseff. Temos de conciliar o setor produtivo e o setor de preservação ambiental.
Ao mesmo tempo, Sr. Presidente, nós precisamos que os organismos internacionais comecem a pagar para quem preserva. Nós precisamos da Copa do Mundo, precisamos ter na legislação que todo aquele que venha aqui assistir à Copa do Mundo pague 20% para formarmos um fundo e compensarmos essas pessoas que preservam.
Nós temos muita coisa a fazer, mas vamos fazer juntos. O Brasil é imenso, a garra e a vontade do nosso povo são maiores ainda, e nós, que somos representantes dele, temos a missão e a obrigação de trabalhar para defender seus interesses de modo geral.
Que Deus abençoe todo mundo.
Obrigado e até a próxima oportunidade, se Deus permitir.