Discurso durante a 217ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da participação de S.Exa. na cerimônia de inauguração do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, sexta-feira última, no Rio de Janeiro; e outro assunto. (como Líder)

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Registro da participação de S.Exa. na cerimônia de inauguração do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, sexta-feira última, no Rio de Janeiro; e outro assunto. (como Líder)
Aparteantes
Walter Pinheiro.
Publicação
Publicação no DSF de 30/11/2011 - Página 50418
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, INAUGURAÇÃO, INSTITUTO DE SAUDE, ORTOPEDIA, PRESENÇA, ENTREGA, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NAVIO, MUNICIPIO, NITEROI (RJ), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), COMEMORAÇÃO, RELAÇÃO, FASE, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, senhores que abrilhantam as galerias desta Casa, na sexta-feira, eu tive a honra e a alegria de embarcar com a nossa Presidenta Dilma para o Rio de Janeiro.

            Dois eventos extraordinários: Um foi a inauguração do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), já divulgado pela imprensa. Mas, para nós que andamos pelos corredores, pelos consultórios aquele prédio decadente do Jornal do Brasil, hoje é uma instituição que enche de orgulho os brasileiros. Ali nós vamos fazer 16 mil cirurgias ortopédicas. Mas não é só isso não. Vamos formar jovens, vamos criar também caravanas de médicos para fazer operações em áreas remotas do nosso País, áreas rurais, áreas distantes, onde uma equipe é qualificada pela prática diária de enfrentar, eu diria, condições tão adversas que ocorrem no meu Estado do Rio de Janeiro, que é a violência.

            No meu Estado do Rio de Janeiro, em determinados momentos, os hospitais viram hospitais de campanha, porque tamanha é a violência nas comunidades carentes, sobretudo no combate, na repressão ao tráfico, que o efeito colateral - claro que não pregamos a violência, nem a queremos - é que os nossos médicos acabam ficando com experiência, com a perícia extraordinária de operarem pessoas que levaram tiros, às vezes mais de um, dois, três, operarem acidentados ou vítimas de atropelamentos, enfim, lesões de toda ordem. Isso faz com que os médicos da rede pública do Rio de Janeiro tenham uma expertise, uma habilidade extraordinária.

            O Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia) é o templo deles; o Into é aquela imensa forja; o Into, diria, é um monumento a toda essa pujança da medicina ortopédica do meu Estado e da minha Capital, que agora será dividida com todos os brasileiros.

            Ali, pessoas com lesão na coluna terão chances e esperanças de andar novamente. Ora, todos sabemos: aqueles que são seccionados na medula vertical perdem os movimentos - se for na área lombar, se for na área cervical; na medida em que chega mais acima a sua lesão, próxima ao pescoço, próxima à nuca, às vezes as pessoas ficam tetraplégicas; mas há esperança para eles, porque há também ali - e foi celebrado muito isso no nosso evento, na nossa ida lá - uma simbiose de conhecimentos científicos e de informações sobretudo com respeito à medicina genética, que está usando as células-tronco para sonhar, num futuro próximo, em resgatar tecido nervoso e recompor os movimentos de quem os havia perdido de maneira definitiva.

            Esse é um dado extraordinário! Ah, Senador Suplicy! Que emoção eu senti quando vi uma das meninas, vítimas daquele trágico acidente em Realengo! Quando um monstro matou tantas crianças, sobretudo meninas! E ela estava ali no Into, recuperando os movimentos. Tomou três tiros - dois se alojaram paralelos à sua coluna - e estava já dando os primeiros passos, porque a medicina evoluiu tanto nesse campo que verifiquei que ela levantou-se de sua cadeira de rodas e, apoiada em duas barras paralelas, já movia uma das pernas com dificuldade, a outra também, e dava alguns passos.

            Não sei se há notícia melhor para celebrarmos no Plenário desta Casa, às vésperas do Natal, do que sonharmos todos com a recuperação daqueles que têm lesão na medula, a maioria por acidente de automóvel, mas muitos também pela violência, por tiros; sonharmos que, com o tratamento com células-tronco, poderão novamente um dia andar.

            Pois é, são essas as boas noticias. E eu disse que havia uma confluência de institutos e pesquisadores. São eles o Instituto Vital Brasil, a Fiocruz, e o Into, todos eles comungando das mesmas informações e com computadores que dão acesso à rede internacional e fazendo interações com pesquisas que são feitas na Europa e nos Estados Unidos, pelo mundo afora, inclusive na Ásia, e tudo isso trazendo para nossos doentes, trazendo para pessoas que estão em reabilitação um tratamento de ponta, num hospital que dá orgulho entrar, porque ele é amplo, os corredores são ventilados e limpos, existe ar condicionado, as pessoas são tratadas com urbanidade, os funcionários trabalham com felicidade, o ambiente contagia.

            Antigamente a gente entrava no Rio de janeiro e sentia uma tristeza com a decadência daquele prédio onde funcionava o Jornal do Brasil, enferrujado, escuro, decrépito, que hoje se transformou num lindo hospital. Isso é apenas um exemplo da pujança da economia do Rio de Janeiro, que se soergue, que se ergue novamente para ser uma das locomotivas do desenvolvimento e do progresso da Pátria brasileira.

            Depois, Sr. Presidente, assistimos a outro evento não menos expressivo: de helicóptero, a nossa Presidenta foi para o outro lado da baía, para a linda cidade de Niterói, onde o povo festeja o reflorescimento da indústria naval. E ali ela entregou um navio já moderno, navio com casco duplo. Esses navios já não correm mais o risco de causar vazamentos, crimes ambientais e agressões à flora e à fauna. Eles já não têm mais esse problema, porque, além de serem muito modernos, de possuírem radares e instrumentos de navegação dos mais sofisticados, eles também têm casco duplo. É uma beleza, um colosso, um navio de R$200 milhões, fabricados lá na minha terra, pelos nossos operários, pela genialidade do povo carioca, nossa gente sofrida e valente, que novamente dá mostras ao Brasil e orgulho a todo o povo brasileiro pela pujança da sua indústria.

            Foram dois momentos extraordinários, dois momentos que marcam essa nova fase do Rio de Janeiro, uma cidade que esteve tão decadente, uma cidade que foi, eu diria, durante tanto tempo, a cidade dos tiroteios, das comunidades tomadas pelo narcotráfico, de uma violência anômica, incontrolável e que hoje está dando mostra do seu progresso, do seu desenvolvimento, da civilidade do seu povo. Sobretudo, há uma presença marcante do Governo, tanto estadual, quanto municipal, quanto também federal, na luta para que o Rio de Janeiro possa ocupar o seu espaço no cenário nacional.

            Então, Sr. Presidente, não poderia deixar de vir aqui para celebrar. Quantas vezes vim aqui para lamentar, para extravasar minhas frustrações de ver o meu Estado e a minha cidade enfrentando tantas mazelas. Hoje, temos motivos para celebrar. Hoje estamos felizes, alegres. Espero que essas visitas da Presidenta Dilma se repitam muitas outras vezes.

            Agora mesmo, estamos já em processo de licitação para dar ao Brasil o maior instituto para o tratamento de câncer da América Latina, o Inca, que é orgulho para todos nós. Por cessão do Governo do Estado, o Inca recebeu a área do Hospital dos Servidores do Estado, o Iaserj. Portanto, o Inca vai mudar de tamanho. Hoje, o câncer é a doença que mais nos preocupa, vitimando pessoas de todas as classes. Até o nosso Presidente Lula é vítima de um tumor. Pois bem, o Brasil terá, lá no Rio de Janeiro, para todos os brasileiros e, possivelmente, para os nossos vizinhos, um instituto moderno, com pesquisas de ponta e que está sendo ampliado em seu tamanho. É uma obra de R$500 milhões. Esses R$500 milhões serão pagos com a primeira criança que se recuperar, com a primeira criança que tiver o seu tumor, diria, diminuído ou extirpado pelos tratamentos e voltar sorrindo para a sua escola, para a sua família.

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco/PT - BA) - V. Exª me dá um aparte?

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Pois não, Senador Walter Pinheiro.

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco/PT - BA) - Quero dizer a V. Exª como é importante o seu pronunciamento. A nossa Comissão, a Comissão de Ciência e Tecnologia, da qual V. Exª também participa, aprovou, como prioridade para o orçamento, o investimento em pesquisa, inclusive para a produção de equipamentos que são utilizados no Brasil no combate ao câncer. Temos inclusive poucos investimentos em pesquisa e no desenvolvimento dessa área. Priorizamos este ano, na Comissão de Ciência e Tecnologia, uma emenda exatamente para atender essa demanda. É a área de Oncologia. Além de poucas clínicas e de poucos hospitais, também sofremos muito por conta dos baixos investimentos para fazer essa extirpação a que V. Exª se referiu. É importante que a gente ganhe esses equipamentos, esses instrumentos, para que possamos auxiliar no tratamento dessa doença que tem dizimado vidas.

(Interrupção do som.)

            O Sr. Walter Pinheiro (Bloco/PT - BA) - Então, era isso que queria acrescentar ao importante pronunciamento de V. Exª.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ) - Muito obrigado.

            Sr. Presidente, vou concluir.

            O Senador Walter Pinheiro nos lembra, e quero anunciar ao Brasil, ele fala do PET Scan. O PET Scan é um equipamento de primeira geração. As pessoas que têm células cancerosas, pequenos tumores, entram no aparelho. Se, por exemplo, for na região da garganta, as pessoas tomam um pouquinho de mercúrio, porque ele vai para as células da região da nossa tiroide, na região do pescoço, e ali podemos detectar um tumor com tamanho de um ou dois milímetros. E podemos, então, combater o câncer no início, pois o melhor tratamento é o preventivo.

            Então, temos mesmo de celebrar a nossa emenda de comissão, pois se justifica inteiramente dar ao Brasil, dar ao nosso pessoal da Nuclep, sobretudo, mais um PET Scan moderno para tratar os brasileiros.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/11/2011 - Página 50418