A SRª LÍDICE DA MATA (Bloco/PSB - BA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, quero começar saudando o Dia do Evangélico e saudando V. Exª, um representante da Bahia com grande destaque político e representante também desse segmento religioso em nosso Estado, um dos seus principais interlocutores no Estado e no Brasil.

            Sr. Presidente, quero fazer alguns registros.

            O primeiro deles é saudar a inauguração hoje da fábrica de aerogeradores para produção de energia eólica - o senhor já falou aqui sobre isso nesta semana aqui. É a primeira fábrica de aerogeradores da francesa Alstom na América do Sul, e foi inaugurada nesta quarta-feira, infelizmente sem a nossa presença em função de nossos trabalhos aqui, no Senado, no Complexo Industrial de Camaçari.

            A Bahia foi escolhida por ser considerada o segundo parque eólico do Brasil e também pelo Polo Industrial de Camaçari, polo que facilita a implantação da fábrica.

            A unidade conta com um investimento inicial de R$50 milhões, tem capacidade de 300MW por ano, vai gerar até 150 empregos diretos e vai ser responsável pela montagem de equipamentos para importantes projetos do setor eólico no Brasil e na América Latina.

            Esse será o primeiro parque eólico da Bahia, mas nós temos o projeto de chegar a outros 51 parques eólicos. O primeiro será instalado na querida cidade de Brotas de Macaúbas, na Chapada Diamantina.

            Acho que esse é um importante passo dado pela Bahia, que vem se destacando na atração de investimentos internacionais para o nosso Estado, nesse primeiro ano do segundo governo do Governador Jaques Wagner, que desenvolve importante projeto de democratização político, social e econômico no nosso Estado.

            Quero também, em meu nome, no de. Exª e no do Senador João Durval, parabenizar as quatro universidades baianas que obtiveram nota máxima no ENADE, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes.

            Nos cursos da área de saúde, o curso de melhor desempenho na prova foi o de Enfermagem, que levou as maiores notas, em homenagem ao Deputado Antônio Brito, pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, a UESB de Jequié; a Universidade Federal da Bahia, a UFBA de Vitória da Conquista; a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, a UFRB, de Santo Antônio de Jesus. E a Universidade do Estado da Bahia, UNEB, levou a maior pontuação nos cursos de Farmácia e de Fonoaudiologia.

            Eu gostaria, portanto, de parabenizar os reitores dessas universidades, os professores, a equipe de técnicos administrativos e os estudantes, que estão, de forma empenhada, transformando o ensino superior no nosso Estado, e especialmente as universidades do Estado da Bahia, a Uesb e a Uneb, que, com essa colocação, consolidam o pólo universitário regional em nosso Estado.

            Além disso, caro Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu gostaria também de registrar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, amanhã, dia 1º de dezembro, que contará com uma ampla campanha do Governo, entre as várias ações bem-sucedidas nesse sentido, para alertar a população dos riscos e da prevenção a essa doença.

            Este ano, o alerta do Governo vai focar os jovens homossexuais e a discriminação que sofrem, assim como as pessoas já infectadas. Isso se dá em razão de as pesquisas demonstrarem que há um crescimento na incidência de Aids no Brasil e no mundo, provavelmente em função, conforme uma das teses, da redução do número de óbitos, com os avanços no tratamento de Aids ocorrido no mundo, decorrente do desenvolvimento científico.

            É muito importante que possamos registrar isso. Já tivemos, na área da luta, do combate à Aids no Brasil, uma campanha focada na retransmissão da Aids do ponto de vista vertical, ou seja, de as mulheres aidéticas se tratarem para impedir a transmissão da Aids aos seus filhos.

            Mas agora, de maneira especial, a Aids volta a incidir, principalmente, entre os jovens homossexuais, sendo necessário que nós possamos fazer uma campanha, como disse aqui a Senadora Marta Suplicy, articulada com uma intensificação da educação sexual nas escolas, enfatizada também pelos Poderes Públicos municipais, de maneira que nós possamos desenvolver no jovem a luta pela vida, pela sobrevivência, pela defesa. Que nós possamos chamar a atenção dos jovens, homens e mulheres, para a necessidade de serem precavidos na prática do sexo.

            Lembro-me, Senador Moka, V. Exª que assume a Presidência e que é médico, de que, na década de 80, em 1983, quando exercia o meu mandato de vereadora em Salvador, discutindo, nas comunidades da minha cidade, com a população de mulheres no sentido de promover a saúde das mulheres e o planejamento familiar, ouvíamos estarrecidos o testemunho de mulheres que se recusavam a usar pílula porque seus maridos não permitiam, achando que isso seria uma preparação para um futuro adultério. O uso da pílula lhe poderia garantir a prática do sexo sem necessariamente ter como resultado a gravidez.

            Esse tipo de pensamento, que é sustentado por uma ideologia machista de propriedade da mulher, do corpo da mulher, também fundamenta o pedido dos maridos, companheiros e namorados às mulheres para o não uso da camisinha na prática sexual, fazendo com que, em nome desse amor, corra-se o risco de contaminação, e não apenas de contaminação, mas, no caso das mulheres, de transmissão da doença para seus filhos.

            Portanto, é extremamente importante o dia 1 º de dezembro, no sentido de nos unirmos aos esforços do Governo brasileiro e da sua campanha para garantir a prevenção à Aids em nosso País.

            A América Latina possui, atualmente, cerca de 1,5 milhão de pessoas infectadas com o vírus da Aids, o que representou um aumento de aproximadamente 200 mil pessoas, comparando-se com 2001, quando havia 1,3 milhão de pessoas portadoras do HIV.

            Esse aumento, conforme relatório da Unaids, deve-se a uma maior eficiência também do diagnóstico da doença. O Brasil, de acordo com o relatório, tem investido de forma adequada na prevenção e no tratamento da doença, mas o preconceito ainda é um entrave à plena execução de políticas de combate à doença.

            Portanto, pondo fim ao preconceito ou lutando contra o preconceito, nós também podemos avançar na prevenção da doença no Brasil.

            Muito obrigada.