O SR. LAURO ANTONIO (PR - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores.

            Hoje faço uso desta tribuna pela primeira vez e não me dizer emocionado seria uma inverdade. Aqui, no plenário do Senado Federal, realizo sonhos. Primeiro o de meu avô, Oviêdo Teixeira, homem de fibra e de quem sempre segui os exemplos. Determinado em tudo que fez, fundou em Sergipe o MDB, Movimento Democrático Brasileiro. Segundo, o meu próprio sonho: o desejo de contribuir para o crescimento e desenvolvimento do povo de Sergipe, minha terra, e do Brasil.

            Vivemos em um País privilegiado. Temos inúmeras riquezas minerais, plantamos e colhemos durante todos os dias do ano e somos o terceiro maior exportador de produtos agrícolas do mundo. O Brasil possui a maior biodiversidade do Planeta, belezas naturais indiscutíveis e um patrimônio histórico e cultural respeitável. Hoje, no que diz respeito à economia mundial, estamos na 7^a colocação. Mas, apesar de tudo, a desigualdade social é uma realidade brasileira e para ela não podemos fechar os olhos e cruzar os braços. As desigualdades regionais são muitas e apontam para diferenças de renda, no acesso à saúde e na educação, na moradia e nos serviços de infraestrutura. Em contrapartida, o Brasil tem a maior carga tributária entre os países em desenvolvimento, e é por isso que precisamos de um trabalho contínuo em busca da desoneração do custo de vida em nosso País.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, venho do meu querido Sergipe, geograficamente o menor Estado da Federação, imbuído de todo o sentimento de "sergipanidade", marca de nossa gente e nossa própria identidade, e do orgulho que tenho de pertencer a essa terra e dela fazer parte.

            Sergipe é um Estado peculiar. Temos uma população de pouco mais de dois milhões de habitantes, um dos melhores IDHs da região Nordeste e, segundo dados recentes do IBGE, chegamos a um PIB per capita de R$9.781,00, e Aracaju encontra-se em 13° lugar no ranking nacional de renda familiar.

            Nosso parque industrial tem crescido muito nos últimos anos, e a indústria do turismo é um capítulo à parte. O potencial turístico de Sergipe é enorme. Além dos 163 quilômetros do nosso belo litoral, temos turismo rural como o da Serra de Itabaiana, do Parque dos Falcões, do Cânion do Xingó, um dos pontos mais bonitos do nosso País.

            Temos também as nossas cidades históricas. A primeira capital de Sergipe, São Cristovão, é a quarta cidade mais antiga do País. E a praça São Francisco é patrimônio da humanidade. Já Laranjeiras é conhecida por suas belas igrejas dos sécs. XVII e XVIII.

            Nosso folclore se destaca pela diversidade de elementos vindos da cultura indígena, africana e europeia. Nossos festejos juninos são, reconhecidamente, um dos maiores do Nordeste. O turismo em Sergipe, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, é um dos segmentos que, sem dúvida, tem todas as condições de gerar muito mais empregos diretos e indiretos e renda para a nossa população.

            Somos um Estado rico em minérios, temos a maior mina de potássio do Hemisfério Sul, e, recentemente, a Petrobras anunciou a descoberta de um poço no mar a mais de dois mil metros de profundidade, iniciando, dessa maneira, a exploração em águas ultraprofundas em Sergipe. Abrigamos o primeiro campo descoberto na plataforma continental, em 1968, e o primeiro campo marítimo em águas profundas do Nordeste brasileiro. Ocupamos, inclusive, a honrosa 6ª posição entre os Estados produtores de petróleo.

            No setor de produção de energia elétrica, Sergipe abriga uma das maiores usinas hidrelétricas do País, a usina de Xingó, que possui cerca de 3 mil megawatts de potência instalada.

            Com tudo isso, assim como o restante do País, nós também temos desigualdades sociais no nosso Estado. Temos pouco mais de 300 mil sergipanos vivendo em condição de pobreza extrema. A maioria desses vive na área rural, e, em média, 32% do contingente é composto por analfabetos ou semialfabetizados com idade acima dos 15 anos.

            É lamentável que em pleno séc. XXI ainda nos falte água encanada e saneamento básico em alguns Municípios. Sabemos que as políticas públicas que visam à redução da pobreza extrema no nosso País estão ajudando a reduzir esse quadro. Precisamos, portanto, estar atentos e unir esforços no sentido de apoiar e criar suportes que garantam que essas políticas de promoção de renda, saúde, educação e infraestrutura cheguem ao povo.

            É nesse sentido que começo, a partir de hoje, a somar meus esforços junto a esta Casa, pelo meu Estado e pelo meu País.

            Devo reconhecer, entretanto, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, que a realização deste momento tão especial para mim não seria possível sem a participação decisiva de algumas pessoas.

            Assim, quero agradecer ao Senador Eduardo Amorim pela amizade e confiança, a quem tenho a honra de substituir nesta Casa. E aproveito a oportunidade para parabenizá-lo pelo excelente trabalho desenvolvido no Senado Federal e dizer que aguardamos ansiosos pela sua total recuperação.

            Agradeço também o trabalho e a dedicação do meu amigo Kaká Andrade, segundo suplente. E, como não poderia deixar de ser, agradeço ao grande amigo, o empresário Edivan Amorim, responsável pelo comando dessa enorme família que é o nosso grupo de ação política.

            Por fim, agradeço a Deus e à minha família, especialmente aos meus pais, José Lauro Menezes Silva e Gilza Maria Teixeira Menezes, à Hulda Menezes, minha esposa e companheira de todas as horas, aos meus filhos, pela compreensão e carinho, e aos meus amigos pelo apoio incondicional ao longo dessa jornada.

            E a todos que estão aqui presentes, representando o povo do nosso Estado e do Brasil, o meu muito obrigado. (Palmas.)