Discurso durante a 223ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Regozijo com a aprovação, ontem, por esta Casa, do novo Código Florestal; e outro assunto.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CODIGO FLORESTAL. ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Regozijo com a aprovação, ontem, por esta Casa, do novo Código Florestal; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 08/12/2011 - Página 52358
Assunto
Outros > CODIGO FLORESTAL. ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, APROVAÇÃO, SENADO, ALTERAÇÃO, CODIGO FLORESTAL, MOTIVO, GARANTIA, SEGURANÇA, NATUREZA JURIDICA, AUMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA.

            O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado.

            É com alegria que quero aqui cumprimentar a nossa Presidente e demais colegas Senadores e Senadoras.

            É com alegria e satisfação que recebo ligações e mensagens dos quatro cantos do nosso Brasil, mas especialmente do nosso Estado de Rondônia pelo trabalho que esta Casa desenvolveu, pois ontem conseguimos dar a nossos produtores e a nossos empreendedores o direito de poderem produzir dentro da legalidade. Ao mesmo tempo, conseguimos buscar o entendimento com várias categorias, com várias classes, e o Código Florestal agora caminha, voltando para a Câmara, para que possamos dar essa estabilidade para quem produz, para quem trabalha, para quem, na verdade, quer aumentar ainda mais sua produção agrícola para podermos ter mais alimento na mesa e, ao mesmo tempo, maior riqueza no campo.

            Quero parabenizar os Relatores, o ex-Governador de Santa Catarina, Luiz Henrique, e também o Senador Jorge Viana. Foram criticados por alguns ambientalistas, mas isso é normal. A esses ambientalistas eu sempre digo que bem que eles gostam do conforto, gostam de uma mordomia, gostam de uma picanha na brasa, gostam, na verdade, de andar bem vestidos. E muitos que discursam dizendo que são ambientalistas, em vez de aproveitarem para fazer uma boa caminhada e chegar a Brasília, chegam de avião.

            Temos assistido a muitos ambientalistas que vivem nas grandes capitais, no Rio de Janeiro, de frente para o mar, em Copacabana, que vivem em Brasília, olhando para um lado e para o outro, mas, ao mesmo tempo, não se preocupam com o que está acontecendo no campo. Ao mesmo tempo em que temos a preocupação de diminuir o desmatamento, todo mundo sabe que todo ano que passa, quando o IBGE faz o levantamento, o número de brasileiros sempre tem aumentado, e, automaticamente, também precisa aumentar a produção.

            Mas somos conscientes e responsáveis. Queremos produzir e viver em paz com quem produz e também com os que, como nós, fazem a preservação. A exemplo disso, todos os dias em que discutimos o Código Florestal, em nenhum momento... Vou citar o que falei agora: em 1984, quando estava começando Rondônia, meu pai, que assumiu a minha cadeira por quatro meses - sinto-me feliz que ele conseguiu conquistar o carinho e a amizade de todos os Senadores e servidores desta Casa -, começou, na nossa propriedade, junto com a família inteira, além do meu pai, minha mãe, minhas irmãs e meu irmão, a reflorestar. E foi lá na década de 80, quando Rondônia era intacta, quando a Amazônia, Senador Casildo Maldaner, era intacta, que nós já plantávamos mogno e cerejeira. Nós começamos a nos preocupar em garantir o futuro, não só o futuro das nossas gerações, mas também em termos um ar mais limpo. Em nenhum momento tirei proveito disso. Sempre dei o exemplo, como prefeito que fui de Rolim de Moura e como governador, cuidando e preservando.

            Ao mesmo tempo em que assistimos os índices divulgados nesta semana - e que muito me impressionam -, quando o Inpe divulga dados e coloca a construção das usinas de Santo Antônio e Jirau como desmatamento na Amazônia. Isso é uma pouca vergonha! Isso é uma falta de verdade que nós não podemos mais admitir. O que se precisa, sim, é o Inpe começar a separar o que é legal e o que foi ilegal, o que foi autorizado pelo Governo Federal. A energia que Rondônia vai produzir é o Brasil que precisa! Rondônia só precisa de 10%, 15% daquela energia, o mais é para o restante do Brasil: para a grande São Paulo, para Minas, para Brasília, para o Rio de Janeiro e outros Estados. Então, não podemos admitir que sejam colocadas grandes áreas como as que estão sendo desmatadas em Jirau e Santo Antônio.

            Mas, com isso, graças a Deus, obteve-se o consenso, e o Código Florestal segue hoje para a Câmara dos Deputados. Se Deus quiser, em breve, teremos neste País um marco zero que começa a dar condição a quem deseja produzir dentro da legalidade. E aqueles espertinhos que acham que ainda podem derrubar fiquem preparados, porque, infelizmente, esses espertinhos que ainda estão por aí vão ser penalizados e punidos na forma da lei. Mas àqueles que querem produzir, da maneira que foi, com certeza vai ser.

            Houve várias emendas aqui. Emendas aqui até para prender pequenos agricultores que derrubassem quatro ou cinco hectares. Gente, hoje falta cadeia para prender estuprador, hoje falta cadeia para prender assassino, hoje falta cadeia para prender sequestrador e tudo mais. Querem prender quem trabalha! Esses, os que derrubam ilegalmente, nós devemos fazê-los reflorestar na forma da lei e trazê-los para a legalidade, a fim de ganhar alguma coisa em cima da preservação. E isso vira estímulo, Sr. Presidente.

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco/PMDB - SC) - V. Exª me permite um aparte?

            O SR. IVO CASSOL (Bloco/PP - RO) - Além disso... Mais à frente concedo, se o senhor me permitir, Senador Casildo.

            Ao mesmo tempo, quero aqui dizer da alegria que tenho de, por um lado, termos aprovado o Código Florestal, mas, com tristeza, colocar a atual situação, Senador Mozarildo, em que vivemos no Estado de Rondônia.

            No ano passado, em época de eleição, prometeram ao povo daquele Estado uma nova Rondônia. Eu imaginava que essa nova Rondônia teria salários melhores do que os da nossa gestão, a passada; eu imaginava que teria uma estrutura melhor do que a do nosso governo nos dois mandatos anteriores. Eu jamais imaginei essa nova Rondônia em um descontrole total, uma falta de pulso, uma falta de visão, uma falta de administração. E tentam colocar a prisão que houve esses dias como se fosse o Legislativo do Estado de Rondônia culpado sozinho. Não. Há membro do Legislativo envolvido entre os presos? Há, mas quero lembrar que dessas quatorze pessoas que foram presas, treze são do Governo do Estado. Até o assessor do Governador, que é filho de criação do Governador, também está preso. O Secretário de Saúde Adjunto e demais assessores.

            Eu sempre digo que se você quer saber a cara do governador tem que olhar para a cara de seus assessores e de seus secretários. Você quer saber como é a sua equipe na prefeitura? Se você quer saber como é o prefeito olhe para a cara dos secretários municipais.

            E ainda vejo a situação que vive hoje o Estado de Rondônia. Bandidos decretam toque de recolher na cidade do Governador Confúcio, Ariquemes. Assalto e morte. A Polícia Militar está em greve porque prometeram aumento, não digo absurdo, mas alto, que os servidores se acham no direito. Mas o Governador num momento assume, no outro desfaz, daqui a pouco assume de novo, coloca no blog. Criou-se uma expectativa, dentro do quadro funcional, que, hoje, infelizmente, é pesadelo a todo instante. Não é diferente com a cidade de Buriti, não é diferente com a cidade de Porto Velho, não é diferente com as demais cidades do Estado de Rondônia.

            E me perguntam: “E agora, Senador Ivo Cassol?”. Quero dizer a vocês que o cargo de governador não me pertence mais. Mas não fui eu, candidato a Senador e hoje Senador, que fui aos quatro cantos e aos meios de comunicação para enganar os nossos irmãos rondonienses; não fui eu quem criou uma expectativa que não se pudesse cumprir. Foi a nossa população, humildemente, que acreditou que essa nova Rondônia era possível, essa nova Rondônia de expectativa, de crescimento, de agricultura farta e de melhores salários. Até para os servidores da transposição, com quem se criou uma expectativa, porque dizemos lá atrás que íamos repassar aos servidores, falaram que vão pegar esses recursos da economia para capacitar os servidores públicos. Não bastasse isso, colocaram como Secretário da Educação uma pessoa que sequer tem ensino superior. Não tenho nada contra, mas, ao mesmo tempo, tem de ter competência, o que falta.

            Portanto, amigos e amigas rondonienses que estão nos assistindo neste instante, meus nobres colegas Senadores e Senadoras, infelizmente, vemos muitas situações acontecendo, mas isso não vai parar por aí, há mais ações acontecendo. Se alguém pensa que acabou a bandalheira, não se engane, pois toda hora é uma denúncia, é pessoal aprontando de outro. Precisamos continuar diuturnamente denunciando para que sempre prevaleçam as pessoas de bem, sérias, mesmo no meio político, em que muitos são criticados. Mas há pessoas íntegras, pessoas que querem fazer melhor por este País.

            Por isso, agradeço a Deus, mais uma vez, por tudo que tem proporcionado na minha vida, especialmente por eu estar aqui, nesta tribuna, representando o povo do meu Estado de Rondônia.

            Um abraço. Obrigado.

            Que Deus abençoe todo mundo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/12/2011 - Página 52358