Discurso durante a 226ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre a III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que se inicia hoje em Brasília.

Autor
Wellington Dias (PT - Partido dos Trabalhadores/PI)
Nome completo: José Wellington Barroso de Araujo Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
FEMINISMO.:
  • Comentários sobre a III Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que se inicia hoje em Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 13/12/2011 - Página 53490
Assunto
Outros > FEMINISMO.
Indexação
  • COMENTARIO, REALIZAÇÃO, DISTRITO FEDERAL (DF), CONFERENCIA NACIONAL, POLITICAS PUBLICAS, MULHER, OBJETIVO, DISCUSSÃO, ELABORAÇÃO, POLITICA, RELAÇÃO, FEMINISMO, PAIS.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Parlamentares, os que nos acompanham pelo Brasil e, de forma especial, no meu querido Piauí, na última sexta-feira, no último final de semana, tivemos, aqui, no Distrito Federal, a realização da Conferência Nacional da Juventude, um evento que reuniu jovens do Brasil inteiro como protagonistas de seu destino. Muitos do meu Estado aqui estiveram.

            Hoje, vamos ter a Conferência Nacional das Mulheres, mulheres do Brasil inteiro, também do Piauí. Hoje eu vinha de Teresina para cá e várias mulheres já chegavam ao Distrito Federal para participar deste importante evento. Vinham lá da cidade de Picos, de Teresina, enfim, de tantas cidades do meu Estado.

            Então, queria hoje, apenas para registrar, dentro do que o Senador Cristovam dizia há pouco, que estive visitando o Município de São Francisco do Piauí, estive em Oeiras e vi uma importante obra, uma estrada que liga o vale do Piauí ao vale do Fidalgo, em direção a São José do Peixe, onde foi feita uma ponte. O Governador deve inaugurar agora em janeiro. Tive oportunidade de ver um conjunto de obras, junto com o Prefeito, Dr. Francisco, que é do meu Partido, e todas as lideranças, obras de habitação de calçamento, enfim, e esse programa que achei interessantíssimo das bicicletas como complemento na área do transporte escolar do Ministério da Educação. Aliás, defendo e considero da maior importância esse projeto.

            Mas, veja, o que me traz, como disse, é exatamente a 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que se inicia hoje, às 18h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, aqui no Distrito Federal.

            A solenidade será prestigiada pela presidenta Dilma Rousseff e pela ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes; a ex-presidenta do Chile e diretora executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet, que confirmou participação no encontro.

            O foco central do evento é a autonomia econômica e pessoal das mulheres, que tem tudo a ver com essa fala, com esse debate que fazíamos aqui, há pouco, com o Senador Cristovam.

            Cerca de 3 mil pessoas - claro, a maior parte mulheres - deve participar deste evento, que vai até 5ª feira, no próximo dia 15. Portanto, serão quatro dias de intensos debates e elaboração de políticas voltadas para mulheres de todo o Brasil. Ao fim da Conferência, a Secretaria de Políticas para as Mulheres espera avaliar e definir prioridades dentro do II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, que foi elaborado em 2007.

            Ao citar isso, devo lembrar aqui que, já no século XVIII, os socialistas diziam que, para medir o grau real de progresso de uma sociedade, era necessário verificar as condições de vida das mulheres. Daí por que o Partido dos Trabalhadores apoiou as ações corajosas, as conquistas e as organizações, principalmente - não posso deixar de dizer - do Governo do Presidente Lula, e que continuam agora, de forma corajosa também, no Governo da Presidente Dilma, na promoção dos direitos das mulheres brasileiras.

            Eleger uma mulher Presidente, com a história de vida e de luta da companheira Presidenta Dilma, significou uma virada histórica e cultural num país ainda marcado por preconceitos, por discriminações, por racismo e pela hegemonização - é bom dizer - do machismo.

            De fato, embora as mulheres sejam mais da metade da população brasileira, a sua participação no Congresso Nacional não chega a 10%. Avançamos, sim, mas vejam que as mulheres têm escolaridade superior à dos homens, mas recebem menores salários. A cada 24 segundos, uma mulher é vítima de agressão no Brasil. Para as mulheres negras e índias, a soma da discriminação de gênero, raça e classe social, revela que estas são submetidas ainda a trabalhos domésticos precários, à baixa remuneração, em muitos lugares, à violência, ao abuso sexual e ao abandono que as obriga a assumirem o sustento de suas famílias.

            Então, não posso deixar de dizer da importância desse evento.

            E aqui fazendo uma homenagem a todas as mulheres do Brasil, do meu Piauí, que lutam - eu sei - e que, ao longo dos anos, vêm apresentando suas conquistas.

            Este ano, ainda, quando eu fazia um pronunciamento em homenagem às mulheres, citava inúmeras mulheres do meu Partido, como a ex-Deputada Francisca Trindade, que faleceu ainda muito jovem; a Deputada Rejane e a Deputada Flora Izabel; as Parlamentares do meu Estado na Assembléia; a Deputada Iracema, aqui na Câmara Federal; as mulheres do campo. Aqui sempre destaco as agricultoras, aquelas que muitas vezes o marido vai em cima do animal, para a roça; e ela vai a pé, muitas vezes carregando os apetrechos. Ou seja, quero lembrar de todo esse esforço nacional no sentido de recuperar o tempo perdido. Não tenho dúvida de que realmente é preciso essa forte mobilização, como a Marcha das Margaridas e um conjunto de outras ações.

            Aqui presente, eu registro também uma homenagem a todas as mulheres do Senado Federal e a todas as mulheres brasileiras, em nome daquelas que aqui atuam e me apóiam mais diretamente: Isabela, que está presente, chefe de gabinete; Neblina, também como jornalista; Regina; Sâmia; Ana Maria; Socorro; Tânia; Rosana; Elen; Milka; D.Tetê; Leide; Felícia; Cléia; Lucíola; D. Maria. Enfim, todas essas mulheres que se dedicam, e de forma competente.

            Acho que qualquer um, no Brasil, reconhece a importância e o destaque das mulheres. Ainda agora tivemos as primeiras mulheres no Judiciário, em algumas regiões no meu Estado, com as primeiras desembargadoras, juízas; as primeiras mulheres destacando-se no comando da Defensoria Pública, nas procuradorias. Mas também há as mulheres empresárias, empreendedoras, mulheres que em todos os campos da atividade se destacam.

            Eu quero aqui colocar o meu mandato à disposição de todas essas lutas. Tenho certeza de que o Brasil ainda tem uma longa caminhada pela frente e quero estar junto, presente, daqui a pouco participando da Conferência e buscando contribuir, é claro, tanto no Parlamento quanto na cobrança ao Executivo municipal e estadual nessa direção

            Durante o meu mandato, tivemos oportunidade de ter uma presença forte das mulheres em várias pastas, em diferentes áreas do meu Governo. Fizemos a implantação de uma política estadual voltada para as mulheres, com bons resultados. Mas, repito, ainda temos uma longa caminhada pela frente.

            E, é claro, com muito amor, com muita dedicação.

            Que Deus abençoe todas as mulheres do Brasil.

            Era isso, Sr. Presidente, que tinha a trazer neste final tarde desta sessão.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/12/2011 - Página 53490