Pronunciamento de Aloysio Nunes Ferreira em 14/12/2011
Discurso durante a 229ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Lamento pelo episódio ocorrido ontem, na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, quando da apresentação do requerimento para oitiva do Ministro Fernando Pimentel; e outro assunto. (como Líder)
- Autor
- Aloysio Nunes Ferreira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SP)
- Nome completo: Aloysio Nunes Ferreira Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
- Lamento pelo episódio ocorrido ontem, na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, quando da apresentação do requerimento para oitiva do Ministro Fernando Pimentel; e outro assunto. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/12/2011 - Página 54027
- Assunto
- Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
- Indexação
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- CRITICA, ATUAÇÃO, BLOCO PARLAMENTAR, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, LOCAL, COMISSÃO, SENADO, OBJETIVO, REJEIÇÃO, REQUERIMENTO, PRETENSÃO, CONVITE, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO EXTERIOR (MDIC), ESCLARECIMENTOS, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, ADMINISTRAÇÃO FEDERAL.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB - SP. Pela Liderança. Com revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ontem á tarde, na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, estava na Ordem do Dia um requerimento de autoria do Senador Álvaro Dias, mediante o qual se pretendia convidar o Ministro Pimentel, para prestar esclarecimentos a respeito de denuncias de que ele é alvo, por ter, segundo essas denúncias, misturado consultoria privada com vida pública.
A Comissão preparava-se para deliberar, com quórum baixo, quando, de súbito, o plenário da Comissão foi abarrotado de Senadores governistas, chamados, arregimentados às pressas, com o objetivo de rejeitar o requerimento. Uma maioria ad hoc que, uma vez cumprida a obrigação que lhe fora determinada pela Presidência da República de abafar essa investigação, logo se dispersou.
Entre os Senadores, estava presente o Líder do PT, Senador Humberto Costa, que vinha alegre, com uma revista sob o braço, um exemplar da última Carta Capital, com uma matéria chamada “Privataria Tucana”, matéria de capa. S. Exª vinha feliz, alegre, saltitando como um pardal, mostrando a revista para seus colegas, talvez no intuito de intimidar a oposição.
E hoje S. Exª vem à tribuna do Senado para fazer propaganda de um livro que é exatamente aquele de que trata a reportagem que S. Exª exibia com uma explosão de alacridade.
Uma coisa está ligada à outra. Vejam V. Exªs, temos uma denúncia de malfeitos, como diz a Presidente Dilma. E malfeito - lembro ao Senado - é coisa de malfeitores. Malfeitos no Governo imediatamente já vem uma denúncia contra a oposição. Isso é antigo, já faz tempo, é uma forma de ação reiterada. Quando, por parte do PT, lembram-se V. Exªs, o que aconteceu quando procurando elucidar as denúncias, que acabaram depois redundando num processo que tramita perante o Supremo Tribunal Federal, o crime do mensalão, o PT surgiu com a lista de Furnas. Lembram-se disso? Supostas doações de um diretor de Furnas, comprovadas por recibos falsos que teriam sido assinados por Parlamentares da oposição. Fogo de encontro, tentativa de dizer que todos são iguais, que uma mão lava a outra. Hoje se descobriu, recentemente, que a lista de Furnas era uma farsa, os documentos eram falsificados, foi produzida numa usina de documentos falsos, de falsificação, que, infelizmente, tem sido acionada com muita frequência pelo Partido dos Trabalhadores. Não foi assim, Srª Presidente, com o dossiê dos aloprados em que foram apanhadas com a boca na botija pessoas influentes na campanha do então Senador Aloysio Mercadante ao governo do Estado de São Paulo? Não foi assim com a espionagem que fizeram sobre a vida, o sigilo fiscal de dirigentes do PSDB durante a campanha eleitoral? Não foi assim com a arapongagem descoberta no meio da campanha presidencial de 2010, que redundou no afastamento do comando da campanha do atual Ministro Pimentel e na qual estava presente um personagem que também opera nessa reportagem caluniosa, que foi publicada pela revista e exibida com tanta alegria por V. Exª, Sr. Senador Humberto Costa?
V. Exªs estão no governo há nove anos. São useiros e vezeiros em espionar a vida dos outros por métodos ilegais, reiteradamente executados e reiteradamente denunciados. Tiveram nove anos a oportunidade de investigar, dessa vez pelos métodos legais da Polícia Federal, da Controladoria...
O Sr. Aécio Neves (Bloco/PSDB - MG) - V. Exª me permite um aparte, Senador Aloysio.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB - SP) - Infelizmente, não posso, Senador, porque estou falando pela Liderança, ouvir-lo-ia com muito prazer, mas, infelizmente...
O Sr. Aécio Neves (Bloco/PSDB - MG) - Lamento profundamente; eu teria prazer enorme em corroborar com o discurso de V. Exª.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB - SP) - Lamento, o meu discurso que sai desfalcado sem o seu aparte.
Mas eu dizia, tiveram nove anos para investigar eventuais irregularidades cometidas no processo das privatizações. E mais, tiveram nove anos para rever as privatizações. V. Exªs. não reviram as privatizações que o Brasil hoje é beneficiário e V. Exªs se tornaram grandes amigos dos empresários que atuam nos ramos que foram entregues a iniciativa privada, como jamais conseguiram nesses nove anos descobrir nada, mas rigorosamente nada que pudesse - nem de longe - levar qualquer tipo de suspeita contra dirigentes do Governo Fernando Henrique Cardoso que participaram daquele processo.
Quanto ao livro citado por V. Exª, eu quero dizer que ele será objeto de um escrutínio muito, muito cuidadoso e aqueles que difundiram essas calúnias contra um homem honrado que é o ex-governador José Serra, pagarão um preço alto por isso. Eu acho que, tenho para mim que V. Exª não deveria...
A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Para concluir Senador. Já extrapolou bastante.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB - SP) - V. Exª já foi vítima de processos caluniosos, eu sei o quanto lhe fizeram mal pessoalmente. Não deveria vir à tribuna do Senado para ser o arauto de calúnias.