Pronunciamento de Lauro Antonio em 21/12/2011
Discurso durante a 234ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro das diversas vantagens do cultivo e uso da palma para o nordeste brasileiro.
- Autor
- Lauro Antonio (PR - Partido Liberal/SE)
- Nome completo: Lauro Antonio Texeira Menezes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA AGRICOLA.:
- Registro das diversas vantagens do cultivo e uso da palma para o nordeste brasileiro.
- Publicação
- Publicação no DSF de 22/12/2011 - Página 55330
- Assunto
- Outros > POLITICA AGRICOLA.
- Indexação
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- REGISTRO, IMPORTANCIA, CULTIVO, PLANTIO, VEGETAIS, ESTADO DE SERGIPE (SE), REGIÃO NORDESTE, OBJETIVO, ALIMENTAÇÃO, REBANHO, DURAÇÃO, SECA, REGIÃO ARIDA.
O SR. LAURO ANTONIO (PR - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado.
Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, em levantamentos feitos junto à Embrapa, ainda na década de 1990, identificou-se que 75% da área do Nordeste brasileiro é classificada como semiárida. Isso representa 1 milhão e 200 mil quilômetros quadrados da região, onde a grande maioria das propriedades é formada por pequenos módulos rurais, dedicados à agricultura familiar.
Com índices pluviométricos baixos e uma estação chuvosa, que varia de três a quatro meses, e outra totalmente seca, que dura de oito a nove meses, além de que, a cada década, a estação chuvosa deixar de existir, o fenômeno da desertificação da região semiárida tem se acentuado, sendo este um dos principais motivos que levam os produtores a perderem consecutivamente suas lavouras, aumentarem suas dívidas e deixarem suas terras.
E é nesse cenário que a palma surge como uma alternativa real, por ser uma planta altamente resistente à seca, garantindo reserva estratégica de forragem energética suficiente para que os ciclos de seca sejam rompidos, mantendo os rebanhos em perfeitas condições nutricionais. E não podemos nos esquecer de que a palma é também uma excelente fonte de água para os animais. Uma plantação acaba se transformando num barreirinho de qualidade, evitando diversas doenças para os rebanhos.
Entretanto, a palma pode ser transformada em farelo, e esse farelo pode ser armazenado e utilizado como complemento alimentar para ovinos, caprinos, bovinos, suínos e até aves, durante todo o ano, independente do período de seca. Além de ser mais barato, o farelo de palma é mais nutritivo que o farelo de trigo.
Mas a utilização da palma vai além. O broto pode ser utilizado como base de matéria-prima para a produção alimentícia, como sucos, sorvetes, biscoitos, conservas e doces. No México, por exemplo, eles têm 10 mil hectares de palma sendo produzida como verdura de canteiro para alimentação humana, e cerca de 200 mil hectares são destinados à produção do fruto, que é o figo da índia, consumido no próprio país e exportado para Europa e África.
É possível, ainda, sua utilização na indústria farmacêutica, com a produção de farelos direcionados para o consumo humano, que ajudam a combater a diabetes e o colesterol, e na indústria de cosméticos, com a fabricação de xampus, sabonetes, hidratantes, protetor labial e cremes. Enfim, as possibilidades de aproveitamento econômico geradas a partir do cultivo da palma são muito amplas.
No meu Estado, o projeto Palma para Sergipe, desenvolvido pelo Sebrae, teve seu início em 2007, e hoje já podemos perceber resultados bastante satisfatórios.
São 22 núcleos de tecnologia social em 16 Municípios para produção e beneficiamento da planta, mais de mil produtores capacitados e mais de 1,7 milhão de raquetes de palma plantadas.
Nos NTS, o plantio é feito utilizando a técnica de cultivo intensivo, e o que é muito importante para os nossos agricultores é que a média da produção sergipana está bem acima da nacional, mesmo quando comparada a outros Estados onde a mesma técnica de cultivo é utilizada.
Se compararmos a produtividade levando em consideração o cultivo através do sistema tradicional com o da Tecnologia do Cultivo Intensivo da Palma, vamos perceber um aumento assombroso de quantidade de toneladas produzidas por hectare.
Só para citar como exemplo, utilizando-se o sistema tradicional, a produção por hectare da palma miúda é de 30 toneladas, quando, na mesma área, o plantio é realizado através do sistema intensivo. O núcleo de Canindé de São Francisco, em Sergipe, obteve 552 toneladas. No mesmo núcleo, a palma doce proporcionou uma produção de mais de 730 toneladas por hectare, um verdadeiro recorde.
Dessa maneira, com as médias de produtividade anuais que superam de 10 a 12 vezes a média regional, a pequena propriedade rural estará garantida, uma vez que, com um único hectare cultivado de palma, o pequeno produtor poderá alimentar de 20 a 30 vacas leiteiras ou, ainda, de 200 a 300 carneiros ou cabras leiteiras durante todo o ano.
É por isso, Srªs e Srs. Senadores, que acredito na existência de saídas viáveis para diminuir as desigualdades regionais tão evidentes no nosso Nordeste, no nosso Sergipe, através da geração de renda e possibilidade de emprego. Com isso, tenho certeza de que as famílias não terão interesse em sair das suas terras, porque nelas terão a possibilidade de melhorar a sua qualidade de vida e manter sua raízes.
Gostaria, por fim, de desejar a todos os colegas parlamentares, aos brasileiros e ao povo do meu Sergipe um Natal de renovação, esperança e fé. E que 2012 chegue repleto de paz, harmonia, realizações e muita saúde para todos.
Muito obrigado.