O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB - AP) - Antes de conceder a palavra ao Governador do Estado de Minas Gerais Antonio Anastasia, que vai falar em nome desse grande Estado brasileiro de tantas tradições, eu quero, justamente, em homenagem a Minas Gerais, passar a Presidência dos nossos trabalhos ao Senador Aécio Neves.

            Mas, antes, eu não poderia deixar de dizer com quanta emoção eu presido esta sessão, porque me considero uma pessoa que teve uma estreita amizade com Itamar Franco ao longo de nossas vidas. Fomos vizinhos por doze anos, morando no mesmo prédio, na mesma prumada, e posso testemunhar que Itamar teve como seu primeiro amor na política não a Prefeitura de Juiz de Fora. O primeiro amor que ele teve, o verdadeiro, foi com o Senado Federal.

            Ele aqui chegou em 1974, e eu já estava aqui. Ele ocupou um espaço extraordinário nesta Casa. Foi um analista seguro de todas as matérias que eram submetidas ao exame do Senado. Ele se aprofundava no debate e no estudo dos problemas e foi um exemplo de retidão, de uma compostura reta, retidão esta que não foi somente como político, retidão esta que ele foi como cidadão, retidão esta que ele foi como servidor da Pátria; retidão esta que ele teve no carinho com as suas filhas e no respeito que sempre teve pela instituição familiar.

            Portanto, eu quero prestar esta homenagem ao Senador Itamar Franco.

            O Coronel Peluso é testemunha de que eu quase não o deixava livre, durante todo o dia, nos telefonemas que, não só por hora, mas às vezes até por meia hora, eu procurava acompanhar o estado de saúde de Itamar Franco, cuja doença o pegou de surpresa e a todos nós.

            Itamar será sempre aqui no Senado uma saudade que não passará. Mas, para que fique permanente a sua lembrança nesta Casa, porque as palavras muitas vezes desaparecem com o tempo, quero apresentar um projeto de resolução, dando o nome do museu do Senado Federal de Museu Histórico Senador Itamar Franco. (Palmas.)

            E por que o museu desta Casa? Porque o Itamar também tinha preocupações de natureza cultural. Quando ele chegou aqui, já em 1976, ele elaborou um projeto de lei para instituir o Museu Histórico do Senado Federal. E, com grande perseverança, em 1987, ele apresentava uma nova proposta, a de nº 17, que foi a Resolução nº 26, instituindo o Museu Histórico do Senado Federal.

            Portanto, nada mais justo do que perpetuar a sua memória dentro desta Casa, dando o seu nome ao museu do Senado Federal.

            Com esse gesto, quero prestar a minha homenagem à memória desse grande brasileiro e, também, a saudade que eu tenho desse grande amigo que nós todos perdemos. (Palmas.)

            Muito obrigado. (Palmas.)

            Passo a Presidência ao Senador Aécio Neves. (Pausa.)