Comunicação inadiável durante a 23ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio ao Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, no impasse com o Secretário-Geral da Fifa, Jérôme Valcke.

Autor
Sergio Souza (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
Nome completo: Sergio de Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Apoio ao Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, no impasse com o Secretário-Geral da Fifa, Jérôme Valcke.
Publicação
Publicação no DSF de 07/03/2012 - Página 5044
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • APOIO, POSIÇÃO, ALDO REBELO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DO ESPORTE, REFERENCIA, REPUDIO, DECLARAÇÃO, SECRETARIO GERAL, FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL ASSOCIATION (FIFA), OFENSA, GOVERNO BRASILEIRO, MOTIVO, ATRASO, OBRAS, INFRAESTRUTURA, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL.

            O SR. SÉRGIO SOUZA (Bloco/PMDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho à tribuna nesta tarde para prestar solidariedade e externar meu apoio integral à posição do Ministro do Esporte, Exmº Sr. Aldo Rebelo, em relação às manifestações do Sr. Jérôme Valcke sobre os atrasos, ou possíveis atrasos, nas obras da Copa do Mundo de 2014.

            Como foi amplamente divulgado na última sexta-feira, durante entrevista coletiva concedida em Londres, o Secretário-Geral da Fifa, Jérôme Valcke, criticou duramente os atrasos nas obras de estádios e infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014.

            Foi além: criticou o Congresso Nacional pela demora em aprovar as leis que regularão todos os procedimentos relacionados com o Mundial, e ainda finalizou com a absurda afirmação de que os responsáveis pelo Mundial deveriam levar um "pontapé no traseiro" e começar a trabalhar para recuperar o tempo perdido.

            Ora, Srªs e Srs. Senadores, trata-se de uma afronta ao País e a nossas instituições. O Sr. Valcke desrespeitou os Poderes Executivo e Legislativo do Brasil e, assim, a sociedade brasileira como um todo.

            É absolutamente claro que está corretíssimo o Ministro Aldo Rebelo, quando informa, através de carta ao Presidente da Fifa, Sr. Joseph Blatter, que o Governo brasileiro demanda a substituição na interlocução da entidade com o nosso País nos assuntos relacionados à Copa de 2014.

            Afinal, resta evidente que o Sr. Valcke não possui o discernimento, a sensibilidade política e diplomática e nem a polidez necessários para desempenhar uma função tão importante para a realização do Mundial, uma função que demanda uma pessoa com a capacidade de negociar e buscar consensos, algo que o Sr. Valcke demonstrou não possuir.

            A imprensa de hoje noticia que, na tarde de ontem, o Sr Jérôme Valcke teria enviado um pedido formal de desculpas ao Ministro Aldo Rebelo, o que, aliás, é o mínimo que poderia ter feito diante de manifestação tão inapropriada feita em coletiva de imprensa internacional insultando a soberania brasileira.

            Aliás, vale lembrar que, após o descontentamento externado pelo Ministro Aldo Rebelo, o Sr. Valcke reincidiu nas suas infelicidades, Senador João Capiberibe, ao classificar a reação brasileira como infantil. Vou além: disse à imprensa que houve uma má interpretação, uma má tradução das suas palavras. Ou seja, não tem nem mesmo a hombridade de assumir um erro grave que cometeu.

            Mesmo depois do pedido de escusas, penso que o Governo brasileiro deveria manter a posição de não tratar mais da Copa com esse senhor. Para mudar isso, na minha opinião, o pedido de desculpas teria que ser feito em outra coletiva de imprensa internacional com a mesma abrangência e divulgação daquela que desrespeitou todo o nosso País.

            Srªs e Srs. Senadores, reconheço que há enormes desafios diante do nosso País, e não apenas no que se refere à organização da Copa do Mundo. Contudo, é inegável o expressivo avanço que obtivemos em várias áreas nas últimas décadas.

            Somos uma democracia consolidada, uma das maiores do Planeta; tornamo-nos, recentemente, a sexta economia do mundo; vivemos um momento de desenvolvimento econômico, num momento em que inúmeros países, sobretudo na Europa, enfrentam uma crise sem precedentes, e temos avançado muito na redução da miséria e das desigualdades em nossa sociedade.

            Portanto, Srªs e Srs. Senadores, motivos não faltam para que o Sr. Valcke tenha o mínimo de respeito para com as instituições e para com a soberania do nosso País.

            Como Senador da República, informo ao Sr. Jérôme Valcke que, independentemente do que ele considere satisfatório, vou analisar com a atenção devida a Lei Geral da Copa, que deve chegar a esta Casa nas próximas semanas.

            Como já disse, somos uma democracia, e o Poder Legislativo tem a obrigação de exercer suas prerrogativas com responsabilidade perante toda a sociedade brasileira. E não será a pressa do Sr. Valcke, Sr. Presidente Suplicy...

(Interrupção do som.)

            O SR. SÉRGIO SOUZA (Bloco/PMDB - PR. Fora do microfone.) - ...que mudará isso.

            Tenho a convicção de que o Brasil realizará uma grande Copa do Mundo e sei que, para tanto, precisamos avançar com as obras e com os demais procedimentos. E assim faremos. E simplesmente o faremos por sabermos, como País, das responsabilidades que assumimos perante toda a sociedade internacional, e nunca pela pressão deste ou daquele indivíduo ou pelas mal-educadas palavras que venha a proferir. Faremos porque este é exatamente o momento de afirmar o Brasil neste novo contexto mundial que se desenha, Sr. Presidente.

            Encerro, reafirmando meu integral apoio ao Ministro Aldo Rebelo e a todos aqueles que repudiaram veementemente as lamentáveis palavras do Secretário-Geral da Fifa.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/03/2012 - Página 5044