Pronunciamento de Jorge Viana em 08/03/2012
Comunicação inadiável durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Cumprimentos a todas as mulheres pelo transcurso, hoje, do Dia Internacional da Mulher; e outro assunto.
- Autor
- Jorge Viana (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
- Nome completo: Jorge Ney Viana Macedo Neves
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Comunicação inadiável
- Resumo por assunto
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FEMINISMO.
POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
- Cumprimentos a todas as mulheres pelo transcurso, hoje, do Dia Internacional da Mulher; e outro assunto.
- Publicação
- Publicação no DSF de 09/03/2012 - Página 5368
- Assunto
- Outros > FEMINISMO. POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
- Indexação
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- CONGRATULAÇÕES, MULHER, ESTADO DO ACRE (AC), ESTADO DO AMAZONAS (AM), BRASIL, REFERENCIA, ANIVERSARIO, DIA INTERNACIONAL.
- COMENTARIO, IMPORTANCIA, CONFERENCIA INTERNACIONAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), MEIO AMBIENTE, OBJETIVO, DEMONSTRAÇÃO, NECESSIDADE, TRATAMENTO ESPECIAL, PESSOAS, RELAÇÃO, ECONOMIA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.
O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT - AC. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente desta sessão e Vice-Presidente desta Casa Marta Suplicy, queria parabenizá-la por este dia 8 de março por conta de também, junto com o Dia Internacional da Mulher, estarmos aqui celebrando os 80 anos do direito do voto feminino.
Queria parabenizar também as colegas Senadoras, todas as funcionárias que trabalham aqui nesta Casa, que trabalham no meu gabinete aqui e no Acre e dizer também que, como o primeiro orador que vem a esta tribuna na tarde de hoje, fui precedido de duas colegas Senadoras, sei que tenho o privilégio de fazer este cumprimento em nome de todos os Senadores aqui presentes.
Penso que, graças a figuras como a profissional Marta Suplicy, que quando este tema não estava na Ordem do Dia já estava lutando, trabalhando como profissional pelas questões de gênero que hoje viraram parte de políticas públicas, esse movimento da sociedade brasileira levou o Brasil a ter a primeira mulher presidente. É uma ousadia pelo voto direto. Não é um regime parlamentar. É uma eleição direta. E a eleição da Presidente Dilma, como todos sabemos, nós devemos também à sabedoria, ao conhecimento do Presidente Lula de confiar a uma mulher brasileira, a uma profissional dedicada, como é a Presidente Dilma, uma candidatura, sendo que ela nunca tinha disputado eleição. Penso que o Brasil está em boas mãos.
Eu, quando prefeito e governador, abri mão da palavra “administrar” e troquei por “cuidar”, inspirado nas mulheres. As mulheres não administram família e filho, elas cuidam. Normalmente, as mulheres, quando têm uma missão, quando têm uma tarefa, elas cuidam dessa tarefa. Isso tem uma diferença enorme! O cuidar é amoroso, é atencioso!
Eu queria aqui, antes de fazer a comunicação que solicitei, fazer esse registro e parabenizar todas as mulheres do meu Estado, o Acre, da Amazônia e do Brasil. Tomara que consigamos ter sucesso na busca dessa igualdade!
Parabenizo também o Congresso por haver deliberado pelo direito à remuneração igual, pelo mesmo trabalho, de homens e mulheres.
Colegas Senadores, eu também estou aqui para registrar e parabenizar o Presidente Collor, da Comissão das Relações Exteriores, e o Presidente Rodrigo Rollemberg pela bela audiência que tivemos hoje. Foi uma audiência conjunta em que tivemos a presença do Embaixador Sha Zukang, Secretário-Geral da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Também tivemos a presença do Embaixador Luiz Alberto Figueiredo, Coordenador da Rio+20.
Quero cumprimentar a Ministra Izabella e o Ministro Patriota pela boa condução, até aqui, dessa Conferência, que traz dois grandes temas: “Economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” e “Quadro institucional para o desenvolvimento sustentável”.
É óbvio que tratar de economia, tratar de pobreza e de desenvolvimento sustentável, por si só, já garante um belo e ousado desafio. E o Brasil não só vai sediar a Rio+20, como também tem que encarar com ousadia e ambição essa missão, para que o mundo possa ser melhor a partir da Rio+20.
O mundo, comparado com a Rio 92, melhorou em muitos aspectos, mas piorou em muitos outros. O consumo e a produção hoje são insustentáveis. Tem de haver uma mudança no padrão de consumo das pessoas; tem de haver uma mudança no padrão de produção, e nós temos de nos aproximar do mundo sustentável se não quisermos sofrer as consequências dos desastres que vão decorrer dessa falta de atenção e de juízo do mundo.
Quero, então, encerrar aqui as minhas considerações apenas fazendo mais um registro. Ontem, nesta Casa, tivemos uma derrota do Governo na aprovação do nome de uma autoridade para cuidar do transporte terrestre no Brasil, o Dr. Bernardo. Ele foi derrotado no voto.
Há uma crise política, um problema político a ser sanado. Todos nós temos obrigação de pacificar isso. Vejo que também a Câmara dos Deputados tem um incômodo político. Espero sinceramente que, na Câmara dos Deputados, se tiverem que explicitar esse posicionamento, esse descontentamento, que não o façam em cima de temas que sejam caros ao País. Aqui, no Senado, foi o nome de uma autoridade; na Câmara, nós temos na agenda o Código Florestal, que foi votado, recebeu 57 votos aqui, foi apreciado de maneira suprapartidária, focado nos interesses do País.
Faço este apelo porque hoje estão correndo risco, na Câmara dos Deputados, os avanços que o Senado fez. Não quero falar desse tema porque espero a votação para me pronunciar sobre ele, mas tentam enfraquecer a Ministra Izabella, uma Ministra que tem posição e que está ajudando o Brasil a ter uma melhor legislação ambiental. Tentam fazer valer a posição dos extremados, dos radicais, e aí os interesses do País estão sendo deixados de lado.
Faço este alerta, concluindo esta minha fala, fazendo um apelo, porque os meus companheiros ambientalistas, que têm história de compromisso com os avanços que o Brasil está vivendo, estão cometendo um grande equívoco. Partiram para um enfrentamento político; um enfrentamento político - pelo menos uma parte do movimento ambiental - que beira o autoritarismo religioso. Vou complementar essas duas palavras: o religioso deve ser mais aceitável do ponto de vista de aceitar diferenças e aceitar visão diferente, mas o autoritarismo que se está impondo hoje vai e pode causar grandes danos ao meio ambiente.
É hora de nos unirmos por esse tema e pelo Brasil, às vésperas da Rio+20, sob pena de começarmos a discutir, após a votação da Câmara, quem são os culpados.
Muito obrigado, Srª Presidente.