O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco/PMDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - A minha preocupação diz respeito a este assunto levantado pelo Senador Pedro Taques e contestado pelo Senador Jorge Viana.

            Há um vício, uma atitude permanente da mídia brasileira em tentar reduzir o valor das instituições.

            Senador Ferraço, assim foi com a discussão do CNJ, que se pretendeu ver reduzida a uma briga pessoal entre Eliana Calmon e o Presidente do Supremo Tribunal Federal. As coisas não são assim. As instituições são valorizadas e têm sensibilidade e um desejo enorme de estabelecer uma conduta modificadora e moralizadora.

            O que aconteceu aqui ontem no Senado não pode ser desvalorizado. Não foi uma reação política; foi uma reação de convencimento, de exercício de prerrogativa.

            O Sr. Bernardo Figueiredo não tinha condições de assumir a ANTT, e o Senado, tendo acesso às informações do Tribunal de Contas da União e às informações que eu, pessoalmente, passei a cada Senador, tomou uma posição. Não se pode imaginar que isso seja uma revolta contra o Governo da Presidenta Dilma, porque não é. O Governo da Presidenta Dilma tem de ser elogiado sempre que acertar, e quase sempre acerta, como, por exemplo, com a redução da taxa Selic para 9,75, uma atitude corajosa, talvez um pouco tardia, mas corajosa e desejada pelo País inteiro.

            O que o Senado fez ontem foi corrigir um erro. E se fisiologia houve - eu quero concordar com o Senador Jorge Viana que pode ter havido fisiologia -, foi a fisiologia de quem votou para manter o candidato inadequado, indesejado, inapropriado no comando da ANTT. A fisiologia foi a passividade diante de todas as informações.

            Para mim, em determinados momentos, atitudes de Senadores me levaram à perplexidade, porque foram contraditórias com as condutas de suas vidas, com a posição correta e moralizante que têm tomado ao logo de sua história de exercício político e, de um momento para outro, estavam aí, fisiológica e partidariamente, obedecendo a comando partidário sem raciocinar, sem tomar conhecimento das informações levadas ao Plenário pelo Tribunal de Contas da União e pelos documentos que eu aportei ao gabinete de cada um, votando o voto impossível, votando o voto da manutenção do absolutamente inadequado diretor-geral da ANTT.

            Não se tente reduzir esse ato de sensibilidade política, de responsabilidade moralizante do Senado da República a uma guerra fisiológica de partidos que não têm espaço! Na Bancada do PMDB, em momento algum se tratou de cargos, de emendas, ou de qualquer circunstância que pudesse ser taxada como fisiológica. 

            Portanto, o Senado deve ser elogiado, e eu deixo aqui o meu protesto contra a mídia, que tenta reduzir essa atitude extremamente importante do Senado da República no nosso País.