Discurso durante a 25ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Breve histórico das conquistas femininas no País.

Autor
Ivonete Dantas (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Ivonete Dantas Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Breve histórico das conquistas femininas no País.
Publicação
Publicação no DSF de 09/03/2012 - Página 5392
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, DIA INTERNACIONAL, FEMINISMO, COMENTARIO, HISTORIA, VIDA, MULHER, OBJETIVO, DEMONSTRAÇÃO, CONTINUAÇÃO, LUTA, TENTATIVA, ALCANCE, INSTAURAÇÃO, IGUALDADE, RELAÇÃO, HOMEM.

            A SRª IVONETE DANTAS (Bloco/PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente Moka, muita alegria nesta tarde, 8 de março, em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher; Srªs Senadoras; Srs. Senadores; servidoras abnegadas, dedicadas e que fazem parte dos trabalhos do Senado; estudantes de jornalismo; jornalistas aqui presentes; Rádio e TV Senado, ao fazer esta homenagem a todas as mulheres pelo dia de hoje, gostaria de poder traçar um pequeno histórico da luta dessas verdadeiras heroínas brasileiras, que conquistaram com muito esforço, muito trabalho, a ferro e fogo, vitórias que nos permitem, hoje, sonhar com um mundo cada vez mais justo e mais igual.

            Para rememorar as dificuldades das mulheres em décadas anteriores, lembro que, em 1827, surge a primeira lei sobre educação das mulheres, permitindo que frequentassem as escolas elementares. A frequência às instituições de ensino mais adiantadas eram proibidas a elas. Somente em 1879, as mulheres tiveram autorização do governo para estudar em instituições de ensino superior, mas as que seguiam esse caminho ainda eram criticadas pela sociedade. Já em 1887, formou-se a primeira médica do Brasil: Rita Lobato Velho. As pioneiras tiveram muitas dificuldades em se afirmar profissionalmente e algumas foram até ridicularizadas.

            Trago um destaque aqui sobre as conquistas obtidas, que enaltecem todas as mulheres do Brasil, em especial a mulher norte-riograndense, que já foi aqui destacada por vários Senadores e Senadoras. Em 1828, Celina Guimarães Viana, uma professora brasileira, tornou-se a primeira mulher eleitora do Brasil e da América Latina. Votou em 5 de abril de 1928 na cidade de Mossoró, região onde temos a Governadora, que foi uma brilhante Senadora aqui, Rosalba Ciarlini, hoje governadora do Estado, que é da cidade de Mossoró, interior do Rio Grande do Norte.

            Ainda nesse ano, foi eleita a primeira prefeita da História do Brasil, em 1928, Alzira Soriano de Souza, que conquistou 60% dos votos e, em 1o de janeiro do ano seguinte, foi empossada prefeita de Lajes, também no Rio de Grande do Norte. Como destacou aqui o Senador José Agripino, numa sociedade patriarcal, essa mulher desafiou os tempos e foi eleita a primeira prefeita da América Latina. 

            Hoje compondo esta legislatura, lembro também que, em 1979, Eunice Michilles, na suplência, então representante do Estado do Amazonas, tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de Senadora. E, em 1990, eleita a primeira mulher pelo voto direto para o cargo de Senadora, Júnia Marise, do Estado de Minas Gerais.

            Na Constituinte de 1988, através do lobby do batom, liderado por feministas e pelas 26 deputadas federais constituintes, as mulheres obtêm importantes avanços na Constituição Federal de 1988, garantindo igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a lei.

            Em 1994, Roseana Sarney é a primeira mulher eleita governadora de um Estado brasileiro, o Maranhão. Foi reeleita em 1998.

            Em 2000, Ellen Gracie foi a primeira mulher a ingressar no STF, e tomou posse no dia 14 de dezembro de 2000. Em 15 de março de 2006, tornou-se a primeira mulher eleita Presidente da maior Corte do País.

            Nesta semana, dia 6, foi eleita a primeira mulher presidindo o TSE, Carmen Lúcia Antunes.

            Sr. Presidente, mesmo com todas essas conquistas, ao longo dos tempos, apesar de todos os avanços obtidos na luta em busca da igualdade entre os gêneros no Brasil, algumas formas de discriminação ainda perduram: salários mais baixos, dificuldades em promoção na carreira, emprego informal e finalmente a violência física contra as mulheres.

            O grande desafio para as mulheres dessa geração é tentar reverter esse quadro de desigualdades, bem como também quebrar os velhos paradigmas formados durantes séculos, quando as mulheres sendo discriminadas até os dias de hoje.

            Já está mais do que provado que as mulheres são perfeitamente capazes de cuidar de si, de conquistar o que desejam e de provocar mudanças profundas no curso da história, haja vista o panorama político e social a que as mulheres estão inseridas nos tempos atuais.

            Por fim, Sr. Presidente, ao encerrar o meu pronunciamento, gostaria, na pessoa da Presidente Dilma Rousseff, primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil, homenagear todas as mulheres do Brasil, todas aquelas heroínas anônimas, que conquistaram e vem conquistando, a ferro e fogo, aquele lugar no mundo de hoje que lhes é de direito. A luta é dura e contínua, e não podemos fraquejar.

            E, nesse sentido, aproveito o ensejo para exortar a todos os meus Pares, a exemplo do que já tem sido feito, para que busquemos dar celeridade à análise e à aprovação das medidas que versam sobre o combate à discriminação e à desigualdade entre homens e mulheres.

            Saúdo aqui todas as mulheres norte-riograndenses. Faço a minha saudação à minha região do Seridó e, em especial, à minha cidade de Caicó.

            Muito obrigada, Sr. Presidente, Srs. Senadores e Srªs Senadoras.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/03/2012 - Página 5392