A SRª ANA AMÉLIA (Bloco/PP - RS. Para uma comunicação inadiável.) - Srª Presidente; Srs. Senadores; nossos convidados gaúchos, que vêm a este plenário no início da tarde, tive a honra de participar da cerimônia de posse do Ministro do Desenvolvimento Agrário do Governo Dilma Rousseff, o Deputado do seu partido, do Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, Pepe Vargas.

            Dos quatro Ministros, ele é o quarto a ocupar esse importante posto, que cuida da agricultura familiar, da reforma agrária. Três foram do meu Estado. O primeiro, Miguel Rossetto. Aliás, eu, como jornalista, fui a primeira a noticiar, na minha coluna, a indicação dele pelo então Presidente Lula, no primeiro mandato. Depois, o Ministro Guilherme Cássio e, agora, Pepe Vargas, que é de Caxias do Sul, foi Prefeito da cidade, liderava a Frente Parlamentar da pequena e microempresa.

            Vindo da Serra Gaúcha, marcada por minifúndios, S. Exª tem todas as condições para aceitar esse desafio e desempenhar bem a tarefa.

            Ouvi, com atenção, o pronunciamento não apenas do novo Ministro, mas o do seu antecessor, Ministro Florence, e também o da Presidenta Dilma Rousseff.

            Eu queria fazer um registro, cumprimentando o foco que o Governo está dando agora, que é um cuidado muito especial para a juventude da área rural, especialmente da agricultura familiar.

            Em muitas das minhas idas ao interior do Rio Grande, eu ouvia relatos de mães - especialmente de mães, porque são elas que ao fim e ao cabo cuidam da sustentação da atividade, cuidam da casa - de que estavam desoladas porque os filhos não queriam saber de ficar na propriedade. E essa sucessão provoca o chamado êxodo rural, porque os jovens sem entretenimento, sem perspectiva de poder em relação à educação, em relação ao acesso à área de informação ou de informatização, como a Internet, perdem o interesse em ficar na área rural. E, seguramente, desejamos que esse programa dê bons frutos. É o que nós todos desejamos.

            Também o próprio Ministro Pepe Vargas lembrou, adequadamente, que, desde o tempo do Império, foi realizada, na serra do Rio Grande do Sul, na Serra Gaúcha, a primeira reforma agrária, que dá os seus resultados hoje, porque não só Caxias do Sul, mas todo o entorno daqueles Municípios tão desenvolvidos tiveram como base a agricultura familiar. É o minifúndio altamente produtivo.

            Eu queria apenas, Presidenta Marta Suplicy, lamentar de não ter havido reconhecimento ao um ex-Ministro da Agricultura do meu partido do Rio Grande do Sul, Francisco Turra. No governo de Fernando Henrique Cardoso, foi criado o principal instrumento para a agricultura familiar, que foi o Pronaf, Programa Nacional de Agricultura Familiar. Com, digamos, adequada assertiva do governo Lula e, depois, da Presidenta Dilma, o Pronaf não só foi mantido, mas também fortalecido. Não foi tirado sequer o nome “Pronaf”.

            Então, penso que o reconhecimento a essa iniciativa, necessária e louvável, não deixa de ser um gesto de generosidade dos sucessores e do Governo, porque foi realmente o mecanismo que, ainda hoje, continua dando bons frutos.

            É esse o registro que faço como comunicação inadiável no dia da posse do Ministro Pepe Vargas, a quem desejo sucesso nesse grande desafio. E relembro que foi também pelas mãos de um gaúcho, Francisco Turra, no governo Fernando Henrique Cardoso, que foi criado o Pronaf, Programa Nacional de Agricultura Familiar.

            Muito obrigada, Srª Presidente.