Pela Liderança durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Crítica ao Governo Federal pela falta de empenho que estaria ocorrendo no cumprimento dos compromissos assumidos junto à FIFA para a realização da Copa do Mundo 2014.(como Líder)

Autor
Francisco Dornelles (PP - Progressistas/RJ)
Nome completo: Francisco Oswaldo Neves Dornelles
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ESPORTE. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Crítica ao Governo Federal pela falta de empenho que estaria ocorrendo no cumprimento dos compromissos assumidos junto à FIFA para a realização da Copa do Mundo 2014.(como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 22/03/2012 - Página 7755
Assunto
Outros > ESPORTE. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, ATRASO, REALIZAÇÃO, OBRAS, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, FATO, DEMONSTRAÇÃO, AUSENCIA, ORGANIZAÇÃO, COMPROMISSO, GOVERNO BRASILEIRO.

            O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, o Brasil já sediou uma Copa do Mundo em 1950, é recordista em títulos e um brasileiro ocupou por 24 anos a direção da Fifa. Essas são evidências de que o País não entrou como neófíto no bilionário jogo pelo direito de promover a competição em 2014.

            A Fifa é uma entidade privada que realiza, a cada quatro anos, um evento de proporções globais, rivalizado apenas pelos Jogos Olímpicos. A entidade tem regras explícitas para a realização da Copa do Mundo. Nenhum país está obrigado a hospedar o torneio de futebol. São os países interessados que pleiteiam a realização do evento em seu território, comprometendo-se, desde o início, com um conjunto de obrigações estabelecidas pela Fifa. Podem não ser aceitos, mas uma vez aceitos, os compromissos têm que ser cumpridos.

            Como afirma artigo publicado no jornal O Globo, no último dia 12, intitulado "Inútil Fanfarronice", são inaceitáveis, portanto, as demonstrações de bravata do Governo brasileiro, por não contribuírem para resolver os gargalos da preparação e encobrir a falta de empenho do Poder Público em relação aos compromissos assumidos junto a Fifa.

            É evidente o atraso das obras de preparação para a realização da Copa do Mundo Fifa 2014. Os maiores problemas estão na área de terminais aeroportuários, na expansão da rede hoteleira e de mobilidade urbana. O Governo deve reconhecer as dificuldades e enfrentar os desafios da gestão do programa de obras que estão postos com a urgência que o caso exige. Também pode, e deve, fazer uso de instrumentos de política pública que garantam maior participação da iniciativa privada na consecução dos objetivos e das metas acordadas com a Fifa.

            Os investimentos da Copa do Mundo 2014, segundo estimativas do Governo, devem atingir R$26 bilhões. A estimativa da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base é de que a realização do evento pode significar investimentos de até R$117 bilhões. A diferença, no mínimo, sugere forte discrepância nos métodos de cálculo das despesas. Nos dois últimos casos, trata-se de grande volume de recursos.

            Não cabem bravatas na administração desses investimentos. Cabem apenas o cumprimento estrito dos cronogramas e o empenho das autoridades, com a aplicação dos recursos de maneira eficiente, eficaz e efetiva.

            Ademais do legado em termos de benfeitorias para o cidadão brasileiro, a realização da Copa do Mundo 2014 tem importância fundamental como instrumento de projeção do País no mundo. Desencontros entre autoridades e representantes da Fifa, por conta da gestão da preparação do País para o evento, não contribuem para a consecução desse objetivo.

            Bravatas, Sr. Presidente, como bem registrado em artigo do jornal O Globo, não ajudam a superar o desafio de organizar a Copa do Mundo 2014 e disfarçam falhas de administração na preparação do evento. A realização da Copa não foi imposta ao País pela Fifa. O Brasil a pleiteou de maneira legítima e a conquistou, assumindo compromissos de vulto, tanto de natureza financeira quanto de gestão.

            A organização da Copa do Mundo se dá segundo regras que lhes são próprias, plenamente conhecidas dos governantes desde quando apoiaram o pleito brasileiro junto à Fifa. O Governo brasileiro não deve se eximir do cumprimento do que foi assumido, nos termos do cronograma ajustado com essa entidade internacional. A Copa do Mundo 2014 não comporta, como bem disse o jornal O Globo, fanfarronice.

            Vamos ter uma grande Copa do Mundo, e espero que o Governo cumpra os compromissos assumidos.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/03/2012 - Página 7755