Pela Liderança durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato da visita técnica da Subcomissão Permanente do Desenvolvimento do Nordeste ao Estado de Sergipe. (como Líder)

Autor
Lauro Antonio (PR - Partido Liberal/SE)
Nome completo: Lauro Antonio Texeira Menezes
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Relato da visita técnica da Subcomissão Permanente do Desenvolvimento do Nordeste ao Estado de Sergipe. (como Líder)
Aparteantes
Magno Malta, Wellington Dias.
Publicação
Publicação no DSF de 22/03/2012 - Página 7806
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, ORADOR, RELAÇÃO, VISITA OFICIAL, SUBCOMISSÃO, ASSUNTO, DESENVOLVIMENTO, ESTADO DE SERGIPE (SE), REGIÃO NORDESTE, OBJETIVO, DISCUSSÃO, PROBLEMA, REGIÃO, REFERENCIA, UTILIZAÇÃO, AGUA, IMPORTANCIA, AMPLIAÇÃO, INVESTIMENTO, TURISMO, MOTIVO, CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, MUNICIPIOS.

            O SR. LAURO ANTONIO (PR - SE. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, venho, hoje, à tribuna desta Casa, para prestar contas da quinta visita técnica da Subcomissão Permanente do Desenvolvimento do Nordeste, que foi realizada na segunda-feira desta semana, em Sergipe. Lá, pela primeira vez, desde o início das reuniões itinerantes pelos Estados de abrangência da Sudene, estiveram presentes dez Senadores. E essa foi uma demonstração clara do fortalecimento do colegiado e da sua preocupação com os problemas que afligem nossa região, além de ser uma manifestação inequívoca de união e empenho na busca de soluções efetivas para o desenvolvimento do Nordeste.

            Esse mesmo propósito ficou evidente com as presenças do nosso Governador Marcelo Déda; dos Prefeitos Edvaldo Nogueira, de Aracaju; de Dona Ione Sobral, de Laranjeiras; além de vários outros prefeitos dos Municípios sergipanos. Estiveram presentes também a Presidenta da Assembleia Legislativa, Angélica Nascimento; os Deputados Federais André Moura, Valadares Filho e Almeida Lima; Secretários de Estado, além de diversas lideranças.

            Sem dúvida, os temas discutidos são palpitantes e, em verdade, comuns aos Estados da região. As questões ligadas ao uso múltiplo das águas do Canal de Xingó, por exemplo, contemplam não apenas Municípios sergipanos, mas também dois Municípios baianos. E, do lado alagoano, existe um projeto semelhante, chamado Canal do Sertão. Além do aproveitamento múltiplo das águas do lago de Xingó, outro tema que foi discutido com bastante empenho na busca de soluções para os problemas que afligem o semiárido foi: a "bacia de irrigação" e a viabilidade de perenizar alguns rios, o que possibilitará a manutenção, durante todo o ano, da fonte de água para a população, para seu uso diário, para irrigação, para a piscicultura, podendo ainda ser utilizada para pequenos e médios empreendimentos.

            O turismo, com certeza, é um dos setores que mais geram empregos, renda e divisas para os Municípios. É por isso mesmo que essa verdadeira indústria sem chaminé é uma das soluções factíveis para a diminuição da pobreza extrema que aflige um percentual considerável da população no interior nordestino e para melhorar a qualidade de vida da nossa gente.

            A questão da malha aérea foi bastante discutida por ser um problema existente em todas as cidades da região; não apenas a falta de voos regionais, mas o alto custo desses voos, que dificultam o acesso dos turistas ao deslocamento rápido de uma cidade para outra. E, como não falar da construção da ponte sobre o "velho Chico", ligando o sul de Alagoas ao norte de Sergipe; e da outra ponte, ligando o sul de Sergipe ao norte da Bahia, integrando o nosso litoral e levando desenvolvimento a toda essa região?

            A interiorização do turismo, com o estímulo e o apoio à criação de empreendimentos voltados ao turismo rural, surge como uma importante ferramenta para fomentar o desenvolvimento dos Municípios onde eles estiverem instalados, dinamizando a economia local com a valorização da cultura da região, impedindo dessa maneira a migração das famílias para os grandes centros em busca de empregos e de melhor qualidade de vida.

            O Sr. Magno Malta (PR - ES) - Um aparte, Senador.

            O SR. LAURO ANTONIO (PR - SE) - Pois não.

            O Sr. Magno Malta (PR - ES) - Senador Lauro, gostaria de parabenizá-lo, primeiro, pela iniciativa de convidar uma comissão da qual V. Exª faz parte, a do Desenvolvimento Regional, que tem como Presidente o Senador Benedito de Lira e como Vice-Presidente o Senador Wellington Dias, do Piauí. Tive oportunidade, nessas cinco audiências pelo Brasil, de participar da primeira, em Sergipe, onde temas relevantes foram abordados, como o que V. Exª acaba de citar. E é importante que V. Exª venha à tribuna dar conhecimento disso não somente ao povo de Sergipe; ao povo de Sergipe por um aspecto, mas ao povo do Brasil. Qual aspecto? De vez em quando, eu me encontro, Senador João Vicente, com um suplente, no aeroporto, em algum lugar, Senador Pedro Taques, e o sujeito fala assim comigo: “Oi, tudo bem, colega?” Fico olhando para ele, tentando ver se ele nasceu em Macarani, no interior da Bahia, e se estudou comigo, por estar me chamando de “colega”. “Você estudou comigo onde?” “Não, eu passei no Senado”. Porque, normalmente, dificilmente um suplente passa aqui quatro meses, até pela exiguidade do tempo, e o tempo é adversário dele, e diz o que veio fazer. E, muitas vezes, são mandatos de oito, de quatro anos. Mas V. Exª - e aqui quero fazer um parêntese, Senador Wellington - veio para cá e, nesses quatro meses - usando uma expressão que gostamos na academia -, tocou o terror. V. Exª foi ágil, conquistou, agregou, fez amizades. V. Exª é um empresário vitorioso. E V. Exª tem toda a autoridade do mundo para falar em turismo rural, para discutir o turismo do Brasil, para discutir iniciativas e incentivos para que outros façam a mesma coisa, para discutir o Nordeste. V. Exª está falando da nossa malha aérea mal distribuída, com espaço fechado para quatro companhias, para sermos obrigados a ouvir, por exemplo, como quando saio de noite daqui e chego ao Espírito Santo; o avião da TAM aterrissa, e a moça diz: “Obrigado pela preferência”. Preferência o caramba! Só tem vocês! Que negócio de preferência? “Obrigado por ter escolhido a Gol”. Não escolhi nada de Gol. Só tinha a Gol! Tinha que haver um microfone para podermos falar lá de dentro também. Então, fica todo mundo revoltado. Uma malha rodoviária de quatro empresas! V. Exª está correto. O empreendimento, a Fazenda Boa Luz, onde foi feito esse evento... E eu duvidei que fosse ali. Eu pensei: esses caras vão inventar. Vai ser feito esse negócio onde? Dentro desse tubo d’água aí? E lá havia, Senador, o salão de convenções. Eu nunca vi um empreendimento como aquele de Sergipe, a Fazenda Boa Luz. Não tenho necessidade de rasgar seda para V. Exª, pela sua coragem. Sabe por que coragem? Porque, hoje, um brasileiro se anima a ir para Miami. E o Brasil já perdeu essa tara pelos Estados Unidos, porque, antigamente, era uma tara ir para Miami, ir para Orlando e tal. Ele perdeu isso, mas é obrigado a ir, porque é mais barato ir para Orlando do que ir para Sergipe. É mais barato ir para Orlando, para Miami, do que ir para o Piauí. Eles cobram R$800 e, para o Piauí, eles querem R$1.500. Então, o brasileiro já se desencantou. Antigamente, esse encanto pelos Estados Unidos, Senador Wellington, era igual ao encanto dos nossos nordestinos, que os nossos pais e avós tinham com São Paulo, lembra? Há trinta, quarenta anos, o nordestino era tão invocado com São Paulo que alguns achavam que nem existia céu; que, quando eles morressem, eles iriam para São Paulo, de tão doidos que eram com São Paulo. A mesma coisa com os Estados Unidos. Então, quando eu vi aquilo lá, a coragem daquele empreendimento... O País é tão rico, o Nordeste é rico! Temos essa geografia que Deus nos deu. E V. Exª, com a sua família, teve coragem. V. Exª é autoridade no turismo rural. A roda está inventada. O Ministério do Turismo tem que ir lá copiar V. Exª. A roda está inventada. E as discussões que foram feitas! E, aí, V. Exª conhece tecnicamente para falar o que se deve fazer, falar sobre uma nova legislação, consertar uma legislação. Por exemplo, V. Exª paga lá o quê? A sua energia é paga igual a cidade de Laranjeiras. É como se fosse uma cidade. V. Exª está no campo. Tinha que haver energia rural para incentivar V. Exª a melhorar o empreendimento e outros a entrarem na mesma coisa. Precisamos acabar com essa cultura de que empresário, no Brasil, é bandido. Então, tecnicamente, o Senador Wellington, que vai aparteá-lo, porque é Vice-Presidente desta Comissão, deve falar algumas coisas técnicas com V. Exª. Mas eu estou falando do que os meus olhos viram; eu, que sou encantado com o turismo. E, se nós tivéssemos juízo, a maior indústria deste País não seria o mármore, o granito, nem minério. Nossa riqueza aqui é o turismo. Seria a maior indústria deste País, porque, com R$15, você cria um emprego no turismo. Para se criar um emprego na indústria, é preciso R$300 mil. E ainda tratamos mal o turismo no Brasil. Aliás, eu quero encerrar, dizendo que o Brasil é o único País no mundo em que o turismo é um penduricalho do comércio. Aqui, não se tinha sindicato patronal do turismo. Ainda não sei se está definido. Vou até perguntar para o Dr. Nelson. Aqui, o turismo é pendurado no comércio. Eu nunca vi isso na minha vida! Arrastado pelo comércio. V. Exª veio aqui, mostrou isso, fez uma audiência pública maravilhosa; o que foi falado das autoridades que lá estavam, a atenção chamada até para coisas pequenas. Eu mesmo vou convocar aqui a Infraero e tive essa ideia lá. Como é que um cidadão, hoje, pode andar de avião, graças a Deus, se eles não renovassem e melhorassem o serviço de ônibus? Ia quebrar todo mundo, porque todo mundo pode viajar de avião. Um pobre pode vir para o Sarah Kubitschek de avião, mas, se atrasar o voo, ele não tem dinheiro para almoçar no aeroporto, porque uma coca-cola custa R$10; uma água, R$5. Do outro lado da rua, custa R$1; lá dentro, custa R$5. Um pastel, lá dentro, custa R$7; lá do outro lado, R$0,50. Quem autorizou esses preços exorbitantes dentro do aeroporto? “O aluguel é alto”. Se ele não pode pagar o aluguel, não vá para lá, mas o consumidor não tem que pagar. V. Exª está de parabéns! Parabéns pela sua família, parabéns pelo empreendimento, parabéns pela Boa Luz. O Senador Wellington disse, no começo do discurso: “Nunca foi tanto Senador num evento desses. Eu não sei como é que Laurinho conseguiu”. Eu disse: “Guiado por uma boa Luz”. Se V. Exª fosse o meu suplente, eu deixava V. Exª ficar um ano no mandato, porque eu ia morar dentro da Boa Luz. Parabéns a V. Exª!

            O SR. LAURO ANTONIO (PR - SE) - Obrigado, Senador Magno Malta, pelas suas palavras carinhosas. Isso cria mais força ainda para continuarmos na luta, buscando empreender cada vez mais no nosso País.

            O Sr. Wellington Dias (Bloco/PT - PI) - V. Exª me permite um aparte?

            Meu querido Lauro Antonio, primeiro, ao saudar V. Exª, quero saudar aqui todo o povo sergipano, todo o povo nordestino, o do Espírito Santo, de Minas Gerais, enfim, com os quais tivemos o privilégio de estar nesse período. Primeiro, quero registrar um milagre: nosso Senador Zeze Perrella, em Sergipe, fez o compromisso de deixar de fumar, viu, Senador João Vicente?

            O Sr. Magno Malta (PR - ES. Fora do microfone.) - As carteiras de cigarro estão comigo, as duas.

            O Sr. Wellington Dias (Bloco/PT - PI) - As carteiras de cigarro ele entregou para o Senador Magno Malta. Vamos ver se vai cumprir agora.

            O Sr. Magno Malta (PR - ES. Fora do microfone.) - Vamos ver se ele foi guiado por uma boa luz.

            O Sr. Wellington Dias (Bloco/PT - PI) - É verdade. Mas eu quero aqui ressaltar a importante mobilização que V. Exª fez. Destaco aqui o trabalho do Eduardo Amorim, porque lá atrás havíamos discutido a possibilidade dessa agenda em Sergipe. E V. Exª, que, com muita maestria, mobilizou os Senadores. Tínhamos lá 11 Senadores, além de Deputados Federais. Esteve presente o Governador Marcelo Deda, o Vice-Governador, o Presidente da Assembleia, Deputados Estaduais, Prefeitos, como o Prefeito Edvaldo, de Aracaju, e a Prefeita Ione, de Laranjeiras, essa bela cidade histórica. Tivemos ali um momento especial, com empresários, com trabalhadores, com entidades do trade turístico, tratando de uma pauta riquíssima, uma pauta importantíssima para o Brasil, colocada no foco Nordeste, ou seja, o turismo. Aliás, quero parabenizá-lo. Hoje, abri a pauta desta semana da Comissão de Assuntos Econômicos, e está lá o projeto de V. Exª, já propondo o incentivo para o turismo na questão da energia. Eu quero aqui parabenizá-lo e dizer que estaremos juntos trabalhando no sentido de ter um diferencial. Não tem cabimento querermos que a energia paga para uma atividade urbana tenha a mesma razão de uma atividade, por exemplo, de empreendimento rural, em que se empregam nativos, pessoas que estão ali produzindo, criando ovelha, criando cavalo, criando gado, plantando cana de açúcar, enfim, cuidando de peixe, cuidando de coisas que são essenciais. Encantou-me a possibilidade de ver o potencial que tem Sergipe e o Brasil na área do turismo rural. Creio que, se tivermos as regras adequadas, se tivermos o tratamento adequado, teremos condições de gerar muitos empregos, muitos empreendimentos nessa área, e V. Exª vai contar comigo. A aviação regional, que foi lembrada aqui pelo Senador Magno Malta, para sair da minha querida Teresina e ir para Aracaju, há a necessidade de vir a Brasília para ir para Aracaju. Ou seja, é impossível que, dentro de uma mesma região que se quer desenvolvida, não exista um sistema que integre tudo: portos com aeroportos; o interior dos Estados com as capitais, com as maiores cidades, com as regiões que têm maior potencial; transporte rodoviário - ônibus urbanos, interurbanos e interestaduais - a esses aeroportos; em metrô; enfim, alternativas que permitam o desenvolvimento desse potencial. Destaco, ainda, nosso compromisso como canal de Xingó. Estamos abraçando - a Comissão - a defesa do canal de Xingó, gerando emprego e renda, tanto pelo lado de Sergipe, como da Bahia e de Alagoas. Então, quero ressaltar o quanto fiquei feliz. E não posso terminar aqui sem dizer do carinho, da forma simples, correta e alegre como fomos recebidos por V. Exª e por todas as lideranças. Participamos do aniversário de Aracaju. Tive o privilégio de ver uma festa com milhares de pessoas animadas, brincando e comemorando; outras, sendo homenageadas no aniversário da cidade. Momentos de oração, momentos de homenagens, momentos de festa. Eu quero me congratular com Laranjeiras, com Aracaju, com o povo sergipano, por meio de V. Exª, e dizer da satisfação que tenho de conviver este período aqui com V. Exª, que é uma pessoa querida no Estado, pude perceber isso por onde andamos. Saiba do nosso compromisso com as causas que V. Exª abraça. Muito obrigado.

            O SR. LAURO ANTONIO (PR - SE) - Sr. Presidente, muito obrigado.

            Eu o chamo de Presidente, Senador Wellington Dias, porque é nosso Presidente da Subcomissão de Desenvolvimento. Fiquei muito feliz com sua presença muito importante. Foi importante nós nos conhecermos mais. Há um ditado que diz: “Viaje ou more para se conhecer.” Então, foi muito importante estarmos todos juntos lá em Sergipe. Muito, muito importante.

            Completando.

            Por meio do Turismo Rural, qualificam-se produtos, roteiros e destinos turísticos com o olhar voltado pra a sustentabilidade, qualidade e competitividade; promove-se a diversificação da oferta turística, apóia-se e incentiva-se a formatação de novos produtos e serviços turísticos, como hotéis fazenda e parques temáticos rurais, com foco na segmentação e em novos nichos de mercado. Contudo, para que esse importante segmento turístico se desenvolva no Nordeste e no Brasil fazem-se necessárias algumas ações. E pensando na promoção ao estímulo dessa atividade, apresentei dois projetos de lei que visam o fomento do turismo rural. Mesmo antes de serem apreciados nas comissões, esses projetos já repercutiram positivamente em diversas entidades que militam em prol do desenvolvimento dessa área.

            Agora há pouco, recebi, em meu gabinete, representantes do Idestur, Instituto de Desenvolvimento do Turismo Rural e Equestre e da Associação do Turismo Rural no Distrito Federal, que vieram dar todo apoio aos projetos.

            Para finalizar, gostaria de agradecer, do plenário desta Casa, a todos os presentes à visita técnica da Subcomissão de Desenvolvimento do Nordeste, pela participação efetiva nos debates, tão importantes na busca de soluções efetivas para os problemas enfrentados em nossa região e para afirmar, mais uma vez, que a união realmente faz a força e que juntos encontraremos a saída para darmos uma melhor qualidade de vida ao nosso povo.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/03/2012 - Página 7806