Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso, no dia 24 do corrente, dos 46 anos de fundação do PMDB.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso, no dia 24 do corrente, dos 46 anos de fundação do PMDB.
Publicação
Publicação no DSF de 23/03/2012 - Página 8016
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, DEMOCRACIA, BRASIL.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente Ana Amélia, do Estado do Rio Grande do Sul, Srªs e Srs. Senadores, eu queria, antes de iniciar a minha fala, cumprimentar e agradecer a presença do Deputado Júnior Coimbra do Estado do Tocantins, que é o Presidente do meu Partido, o PMDB, no Estado do Tocantins. E, já que vou fazer um pronunciamento sobre o aniversário do PMDB, queria cumprimentar, em nome do Deputado Federal Júnior Coimbra, do Estado do Tocantins, e do Senador Pedro Simon, nosso grande líder histórico, todos os peemedebistas do Congresso e do Brasil.

            O Partido do Movimento Democrático Brasileiro completa, no próximo dia 24 de março, 46 anos de sua fundação.

            Trata-se, é certo, de um marco importante na história da agremiação política que por mais tempo atuou ao longo de todo o período da República brasileira. De uma agremiação política que, como nenhuma outra, resume, na sua, a história da própria luta democrática travada contra a ditadura imposta pelo Golpe de 1964, A luta contra a extensa noite do arbítrio que, por 21 longos anos, adiou os sonhos e as aspirações de liberdade de toda uma Nação.

            As marcas deixadas por essa epopéia estão profundamente gravadas na alma emedebista, e não foram poucos os nossos correligionários que vieram a pagar pesado preço pela oposição que fazia o Partido a um regime que a queria apenas formal, decorativa e subserviente.

            Pagaram esse preço, por exemplo, os Deputados Márcio Moreira Alves e Alencar Furtado, por ousarem exercer com dignidade o mandato popular que lhes conferiu a inequívoca vontade do eleitor, atestada nas urnas. E como eles, inúmeros outros membros da verdadeira frente de resistência democrática caracterizou, na época, o MDB. Pagou, também, esse preço nosso eterno Presidente, o Deputado Ulysses Guimarães - cuja intrepidez será sempre recordada pelo modo altivo com que enfrentava os agentes da repressão, fossem eles ocupantes de posições ministeriais, fossem eles os cães que, por vezes, usavam, sem qualquer sucesso, para tentar intimidá-lo.

            Pagou esse preço, ainda, o Senador Teotônio Vilela, um companheiro cuja exemplar integridade não pôde tolerar o arranjo situacionista que, por algum tempo tentou fazer funcionar em benefício de sua Alagoas natal. Coube a Teotônio Vilela demonstrar aos homens de bem que seu lugar era, de direito, na trincheira democrática. E foi ele o primeiro, por assim dizer, a escolher o certo em vez do conveniente, o risco em vez do cálculo, e a tomar assento definitivo no carro daquele movimento que, maturado na forma de uma Aliança Democrática, iria mais tarde determinar o próprio futuro do Brasil.

            Por último, pagou esse preço - junto, talvez, com o da própria vida! - o peemedebista símbolo do espírito de coragem sem bravata, de conciliação sem entrega e de verdadeiro engenho político característico de nosso Partido, o Presidente Tancredo Neves. É sua candidatura o evento que articula o fim do período de exceção - num processo vitorioso de transição democrática cujo arremate e execução couberam àquele que hoje preside esta Casa, o Senador José Sarney, a quem por isso reverencio, cumprimento e saúdo.

            Mas, certamente, valeu a pena, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores. Todo esse esforço, toda essa doação cívica foi o que permitiu ao nosso Partido deflagrar, em conjunto com todas as forças vivas de nossa sociedade, o processo de reencontro do Brasil com sua alma democrática.

            Foi esse o fundamento que permitiu a negociação do projeto de anistia, passo decisivo para a pacificação nacional. Foi essa, também, a base - ancorada no maior movimento popular de toda a nossa história, a campanha das Diretas Já - que propiciou uma transição para a democracia exemplar e única em todo o mundo, coroada pela convocação da Assembleia Nacional Constituinte e pela retomada das plenas garantias democráticas.

            Foi um desafio para gigantes, mas eles de fato nunca faltaram no PMDB! Mesmo quando a hora era mais incerta. Mesmo quando riscos de toda sorte se multiplicavam, ameaçando a própria instituição partidária e os frágeis avanços a tão alto custo conquistados.

            Por esse motivo, peemedebistas como Orestes Quércia, Franco Montoro, Dante de Oliveira e José Richa estarão para sempre inscritos na memória dos brasileiros, como inspiradores e alimentadores da transição do autoritarismo para a liberdade. E, além deles, nomes como os de Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos, Paes de Andrade e tantos outros - que continuam contribuindo vigorosamente para que o processo de aperfeiçoamento democrático cada vez mais avance, para bem do Brasil e dos brasileiros.

            Não poderia deixar de me referir, por fim, aos grandes nomes que abrilhantaram o quadro de líderes do PMDB, nos Estados e nas regiões do Brasil.

            A todos eles, Senador Sérgio Souza, do querido Estado do Paraná, homenageio na figura de um valoroso companheiro de lutas que encontrei no Estado de Rondônia, o meu Estado, unidade federativa que tenho a honra e o orgulho de representar, nesta Casa. Refiro-me, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Jerônimo Santana, Governador do Estado de 1987 a 1991, liderança com quem colaborei, tanto na condição de Prefeito de Rolim de Moura, quanto na de Diretor-Geral do DER estadual. Foi ele, de fato, digna encarnação rondoniense das mais nobres tradições do PMDB e um homem público que neste espaço faço questão de enaltecer e honrar.

            Srª Presidente; Srªs e Srs. Senadores, o PMDB tem história, mas o PMDB também tem um presente dinâmico e bem-sucedido! Prova disso é, quando nada, o número de seus afiliados que em outubro último ultrapassava a casa dos dois milhões e quatrocentas mil pessoas. Ou, também, a sua imensa capilaridade, traduzida na forma de diretórios instalados em todo o Brasil. São 5.172 diretórios municipais; 1.175 Prefeitos, que administram prefeituras em todo o Brasil - eleitos pela legenda -, com o apoio de quase 8.500 vereadores. Ou, ainda, sua força nos Estados brasileiros: cinco Governadores, seis Vice-Governadores a partir de uma base própria dos quais governa a partir de uma base própria de 150 Deputados Estaduais, aproximadamente. Ou, por fim, a robusta expressividade do Partido no âmbito federal, do que são exemplo as suas bancadas compostas por cerca de 80 Deputados Federais e 21 Senadores, e o mandato da Vice-Presidência da República, prestigiosa função ocupada pelo Presidente, licenciado de nossa Comissão Executiva Nacional, o Presidente Michel Temer.

            Por isso, me congratulo com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o PMDB, pelo transcurso dos 46 anos de sua fundação - e vejo aqui no Plenário um de seus fundadores, Senador Pedro Simon. Um partido político que protagonizou uma das mais bem-sucedidas transições democráticas de que se tem notícia. Um partido que, além disso, soube - no âmbito da disputa democrática - se manter grande no propósito de bem servir ao Brasil. Um partido que é "o partido do Brasil" e a agremiação que mais tem representado, nos últimos 20 anos, o fiel da balança da governabilidade, o ponto certo de equilíbrio dos interesses nacionais e, por isso, o fiel retrato político do povo brasileiro.

            Era essa a homenagem, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores; senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado e telespectadores da TV Senado, que eu queria fazer neste momento ao meu Partido, cuja presidência nacional tenho a honra de presidir nesse momento.

            Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/03/2012 - Página 8016