Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Satisfação com os trabalhos desenvolvidos pela Braskem, empresa com atuação no setor químico e petroquímico; e outros assuntos.

Autor
Benedito de Lira (PP - Progressistas/AL)
Nome completo: Benedito de Lira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INDUSTRIAL, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. HOMENAGEM.:
  • Satisfação com os trabalhos desenvolvidos pela Braskem, empresa com atuação no setor químico e petroquímico; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 23/03/2012 - Página 8033
Assunto
Outros > POLITICA INDUSTRIAL, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, ELOGIO, EMPRESA ESTATAL, SETOR, QUIMICO, POLO PETROQUIMICO, RELAÇÃO, INFLUENCIA, DESENVOLVIMENTO, CRESCIMENTO, ESTADO DE ALAGOAS (AL), REFERENCIA, INVESTIMENTO, EDUCAÇÃO, MANIFESTAÇÃO, CULTURA, REGIÃO.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, ANA AMELIA, SENADOR, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).
  • COMENTARIO, ELOGIO, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, RELAÇÃO, PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC), REFERENCIA, CONSTRUÇÃO, OBRAS, REGIÃO NORDESTE, ESTADO DE ALAGOAS (AL), OBJETIVO, MELHORIA, ABASTECIMENTO DE AGUA, MUNICIPIO, REGIÃO.

            O SR. BENEDITO DE LIRA (Bloco/PP - AL. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, na tarde/noite de hoje, desejo tecer alguns comentários a respeito do desenvolvimento industrial do meu querido Estado de Alagoas, Estado pequeno cravado numa região difícil, o Nordeste brasileiro, mas um Estado, que, ao longo de sua história, tem demonstrado muita força e extraordinária capacidade de recuperação.

            Num determinado momento da nossa vida político-administrativa, meu Estado sofreu um golpe - naquela oportunidade foi muito ruim - quando tivemos a notícia de que o escritório ou, mais precisamente, a estrutura que a Petrobras mantinha em Alagoas estava se transferindo para o Estado de Sergipe.

            Imagine, Srª Presidenta, como não ficamos com aquela notícia. A Petrobras era, sem dúvida nenhuma, a grande propulsora do desenvolvimento, nas ações e na relação entre a estatal e o Estado de Alagoas. Mas não tínhamos o que fazer. Era uma determinação da direção nacional da Petrobras, do governo, e não tivemos outra alternativa senão aceitar, mesmo contrariados, mas sem nada poder fazer.

            Na ocasião, Presidenta, para que nós pudéssemos ficar um pouco alentados, surgia a oportunidade do nascimento de uma empresa também importante, que substituiu a Petrobras, em Alagoas. Eu me refiro a uma empresa também do ramo, não da exploração de petróleo, mas do ramo da exploração de jazidas do subsolo de Alagoas, para a produção de soda e cloro.

            Refiro-me à Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas do nosso continente, cuja planta, em Alagoas, acaba de completar 35 anos de existência.

            Fundada com o nome de Salgema Indústrias Químicas, em fevereiro de 1977, essa unidade industrial do meu Estado representou a primeira iniciativa de grande porte industrial em Alagoas, fora do tradicional segmento dominante, a agroindústria do álcool e do açúcar.

            Deve-se registrar que, naquele momento, Srª Presidente, havíamos perdido, como disse há poucos instantes, a sede da Petrobras para Sergipe, e com ela as perspectivas de uma maior diversificação econômica para o Estado. O novo empreendimento, portanto, que surgia para suprir o crescente mercado nacional por cloro-soda, não somente preencheria a lacuna deixada pela Petrobras, como, mais adiante, viria a ampliar o seu espectro e se incorporar à maior petroquímica das Américas, o grupo Braskem.

            Nesses 35 anos da perda da estrutura da Petrobras e o nascimento da Salgema, hoje Braskem, muita coisa aconteceu, e a antiga Salgema nunca deixou de evoluir, acompanhar e influenciar diretamente o progresso do meu Estado. Após diversas ampliações até a integração da cadeia produtiva com a inauguração da unidade produtora de PVC, a unidade sempre investiu em seu processo de modernização e incremento da produtividade, com responsabilidade socioambiental.

            Por tudo isso, podemos dizer sem medo de errar, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que a Braskem é uma parceira de primeira grandeza do desenvolvimento econômico de Alagoas.

            Este ano, após um investimento de mais de R$1 bilhão, entrará em operação a unidade produtora de PVC, no distrito industrial José Aprígio Vilela, em Marechal Deodoro, Município que faz parte da Grande Maceió. Ali, está sendo implantado um verdadeiro polo petroquímico, integrando o arranjo produtivo químico e plástico local e gerando milhares de novos empregos qualificados.

            Nessa relação simbiótica, meus caros Colegas, todos saem ganhando. A consolidação da unidade de cloro-soda alagoana permitiu não somente a formação de um complexo industrial local como, em última instância, possibilitou a criação de uma cadeia produtiva forte e dinâmica.

            Nesses 35 anos, mais de duas mil e quatrocentas pessoas participaram da história da unidade da Braskem, desde os tempos da antiga Salgema. Com a maior produção de soda cáustica da América Latina, a planta alagoana já produziu mais de doze milhões de toneladas do produto químico.

            E tudo isso, Srªs e Srs. Senadores, observando rigorosamente os padrões internacionais de controle e proteção ambiental. Produzindo anualmente 460 mil toneladas de soda e 600 mil de dicloretano com absoluta segurança, seu índice de ecoeficiência é considerado uma referência para a indústria petroquímica mundial, com uma taxa de acidentes de 0,95 por um milhão HHT (Horas-Homem Trabalhadas).

            Desenvolvendo, ao longo desses anos, uma série de programas voltados à responsabilidade social, a Braskem é pioneira, dentro da indústria petroquímica, na articulação com conselhos comunitários consultivos. As ações voltadas para situações de emergência são o exemplo mais claro do pleno sucesso dessa política de integração comunitária.

            Na comunicação social, educação ambiental e apoio à cultura, a Braskem também conta com várias e louváveis iniciativas, como o conceituado Prêmio Braskem de Jornalismo, o Lagoa Viva e o Estação Ambiental Cinturão Verde, investindo na formação educacional e no incentivo às manifestações culturais regionais de Alagoas.

            Srª Presidente, todos nós sabemos das históricas dificuldades dos Estados localizados na Região Nordeste em articular seus projetos de desenvolvimento e expansão econômica.

            Ainda carentes de um maior apoio estrutural e sofrendo com a herança de um passado negligenciado, os nordestinos lutam contra essa situação de maneira tenaz e aguerrida, contando com o espírito empreendedor de alguns poucos e bravos pioneiros.

            Assim foi Euvaldo Luz, que, embora baiano, foi o pioneiro idealizador e fundador da maior iniciativa industrial alagoana de sua época, a Salgema.

            Hoje incorporada à Braskem, a unidade alagoana petroquímica completa 35 anos em plena expansão, ampliando-se para a criação de um verdadeiro polo produtivo local.

            Engajada verdadeiramente em ser parceira e ativa participante do progresso de Alagoas, saúdo, do alto desta tribuna, a importância e o papel absolutamente fundamental da maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, a Braskem, no desenvolvimento do meu querido Estado de Alagoas.

            Gostaria, Srª Presidenta, abrindo parênteses nessas minhas manifestações, de pedir a Deus, em todos os momentos, que continue dando saúde a essas inteligências privilegiadas que ele trouxe para o nosso convívio. Refiro-me a esta jovem senhora, a Senadora Ana Amélia, companheira do meu partido, representante nesta Casa de um dos mais importantes Estados da Federação.

            Como nós estamos felizes, Ana, por termos o prazer de conviver com V. Exª no dia a dia. V. Exª, em pouco tempo, demonstrou a lucidez, a capacidade, a inteligência privilegiada de bem representar o Estado do Rio Grande do Sul na Casa da Federação.

            Quero cumprimentá-la e desejar à minha querida colega que Deus lhe dê muita saúde, muita paz, no momento em que completa mais uma data natalícia no dia de amanhã. Cumprimento-a. Receba o meu cumprimento pessoal. Tenho certeza absoluta que toda esta Casa estará muito feliz amanhã em festejar o aniversário da nossa querida Senadora Ana Amélia.

            Mas, continuando, Srª Presidenta, quero registrar que foi um momento de muita alegria para o meu Estado, na segunda-feira passada, dia 20, quando tivemos a oportunidade de passar um dia de trabalho acompanhando o Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que visitava o meu Estado para trabalhar. E lá, ao lado do Governador, da liderança de trabalhadores, de lideranças políticas, fazia uma visita às obras de construção do maior canal hídrico construído no Brasil, o Canal do Sertão do meu Estado, que deverá levar água do rio São Francisco para abastecer 49 Municípios do Alto Sertão de Alagoas, levando água até o Município de Arapiraca, cidade polo do agreste de Alagoas, obra iniciada pelo Governador Teotônio Vilela, apesar de já existir o projeto há mais de trinta anos, mas que não andava, porque não havia disposição do Estado para que as obras continuassem, além de serem muito caras.

            E o Presidente Lula, a quem nós devemos estas ações, determinou, no momento em que foi instituído o PAC 1, que o Canal do Sertão a ele fosse incorporado, para que não pudesse haver solução de continuidade na sua construção.

            Nós já estamos, nobre Presidenta, Senadora Lúcia Vânia, com aproximadamente 70 quilômetros de obras prontas. E o Ministro determinou à sua equipe e comunicou ao Governador que é interesse da Presidenta Dilma de que, no lançamento do PAC 2, também continuem a alocar recursos para aquela obra gigantesca, que irá, sem dúvida alguma, ajudar consideravelmente os meus queridos conterrâneos, irmãos sofredores do Alto Sertão de Alagoas. Eles terão água para beber, água para plantar, água para atender o rebanho, pois é considerada a maior bacia leiteira do Nordeste aquela região do Alto Sertão alagoano, e água para a piscicultura.

            Com isso, não tenho a menor dúvida de que mudaremos a paisagem, mudaremos a vida das pessoas no Alto Sertão de Alagoas ou no semiárido brasileiro, de que Alagoas tem um pedaço considerável.

            Quero, nesta oportunidade, nobre Presidenta, agradecer ao Ministro Fernando Bezerra e também, especialmente, à Presidenta Dilma, pelo empenho em fazer com que as coisas aconteçam.

            O Estado de Alagoas já sofreu muito e hoje carece dessa ação governamental com muito mais eficácia, para que nós possamos minimizar as dificuldades por que passa o sertanejo, morador do semiárido do meu sertão alagoano.

            Srª Presidenta, foi importante quando ouvimos do Ministro que, até dezembro ou mais precisamente em dezembro, ele deseja, porque essa é a orientação da Presidenta Dilma, inaugurar essa primeira etapa de 70 quilômetros com água em toda a sua plenitude para atender essa demanda que acabei de mencionar. Isso para que o Canal do Sertão possa produzir os seus efeitos e, logicamente, a partir daí, numa distância do eixo do canal, do lado direito e para o lado esquerdo, 15 quilômetros, pudessem aquelas comunidades, que continuam bebendo água de barreiro, ter água potável de qualidade do rio São Francisco, pelo Canal do Sertão. Além disso, a promoção em diversos perímetros de irrigação para que nós possamos produzir não só o alimento, mas também frutas e mudar a vida daquelas pessoas que alimentam agora a esperança de terem dias melhores para eles e para seus filhos.

            Realmente, ver aquilo acontecer, Srª Presidenta, nos dá muita alegria. Uma obra que as pessoas imaginavam ser absolutamente inadequada, impossível de ser construída, no papel apenas. Na verdade, seria muito difícil se ela tivesse de ser construída por meio de emendas parlamentares. Não tínhamos como construir, porque é uma obra que monta mais de R$1 bilhão. Isso, realmente, foi um presente que o Presidente Lula nos deu, assim como a sua continuidade pela Presidenta Dilma.

            Quero, do alto desta tribuna do Senado Federal, agradecer a essas autoridades do meu País, a vontade de começar a mudar a vida das pessoas. Essa é, sem dúvida, uma das grandes oportunidades que o Estado de Alagoas vai ter, além de continuarmos perseguindo esses polos de indústria, para que possamos realmente fazer com que as coisas aconteçam no meu Estado.

            Por isso, Srª Presidente, quero agradecer a V. Exª pela tolerância e, ao mesmo tempo, aos meus Colegas que aqui se encontram.

            Deverei tecer outros comentários a respeito de um grande projeto que existe já em Alagoas, mas o tempo não me permite mais, considerando que quero tratar, em outra oportunidade, na próxima semana, do maior projeto de cooperativa, não do Brasil, mas do mundo, em Alagoas: a Cooperativa Pindorama, da qual traçarei o perfil na próxima semana, num pronunciamento que farei aqui da tribuna do Senado Federal.

            Sem dúvida alguma, nobre Senadora Presidente, a Cooperativa Pindorama, vou dar pequenos detalhes, é mantenedora da primeira usina do mundo que não tem dono, que não é usina de usineiro. A primeira usina do mundo que é do trabalhador, que é do agricultor. Por isso, temos lá 1.100 proprietários de uma usina que fatura todos os anos - este ano, por exemplo - cerca de R$170 milhões. É uma coisa extraordinária. O Ministro Fernando Bezerra a visitou e ficou encantado com o que viu. Mas tratarei desse assunto com mais detalhe na próxima semana.

            Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/03/2012 - Página 8033