Discurso durante a 46ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do comparecimento de S.Exa. em evento de inauguração de conjunto habitacional que beneficiará famílias carentes em Floriano-PI; e outros assuntos.

Autor
Wellington Dias (PT - Partido dos Trabalhadores/PI)
Nome completo: José Wellington Barroso de Araujo Dias
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR, HOMENAGEM.:
  • Registro do comparecimento de S.Exa. em evento de inauguração de conjunto habitacional que beneficiará famílias carentes em Floriano-PI; e outros assuntos.
Aparteantes
Eduardo Suplicy.
Publicação
Publicação no DSF de 28/03/2012 - Página 8353
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR, HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, INAUGURAÇÃO, CONJUNTO HABITACIONAL, MUNICIPIO, FLORIANO (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), OBJETIVO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO CARENTE, REGIÃO.
  • REGISTRO, HOMENAGEM POSTUMA, AGRICULTOR, PARTICIPAÇÃO, FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ELOGIO, VIDA PUBLICA, ATUAÇÃO, POLITICA.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, primeiro, quero aqui, agradecendo à Senadora Marta Suplicy e ao Senador Flexa Ribeiro, saudar V. Exª.

            Antes de tratar do meu pronunciamento, quero registrar aqui, meu prezado Senador Suplicy, que temos, sim, um ganho real do salário mínimo. E teve este Congresso, este Senado a coragem de aprová-lo para que permaneça - independentemente do tamanho do PIB, temos um crescimento - garantindo aos outros trabalhadores, inclusive aos aposentados, o reajuste que deve ser, no mínimo, pela inflação, para não perder o poder de compra.

            Era isso que V. Exª tentava explicar aqui, como um grande economista.

            Concedo-lhe a palavra com o maior prazer.

            A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco/PCdoB - AM) - Senador Suplicy, Senador Wellington, perdoem-me interromper, mas sou obrigada a pedir a prorrogação da sessão por mais uma hora, para que possamos continuar neste plenário.

            Assim, a sessão fica prorrogada por mais uma hora.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Agradecemos.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Obrigado, Senador Wellington Dias. O que eu procurei explicar, com calma e racionalidade, ao Senador Mário Couto é que, tanto no Governo do Presidente Lula quanto no Governo da Presidenta Dilma, tem havido a consciência de que é importante se aumentar o valor da remuneração dos aposentados sempre e pelo menos de acordo com a inflação, para que nunca estes percam o seu poder aquisitivo. Já, quanto ao valor do salário mínimo, há uma política, que vem sendo adotada há diversos anos, de se procurar aumentar o valor do salário mínimo de maneira a se recuperar o que aconteceu em anos anteriores, quando o salário mínimo não crescia de acordo com os ganhos de produtividade. Então, procura-se sempre aumentar o valor do salário mínimo, pelo menos, de acordo com a inflação mais o critério de aumento dos ganhos em produtividade e, às vezes até, mais do que isso, como nos anos mais recentes. Portanto, se se adotasse para o valor das aposentadorias o mesmo critério do valor do salário mínimo, elevar-se-iam de tal maneira os gastos com a aposentadoria que estouraria o orçamento da Previdência. Então, é preciso compreender isso. Era o ponto que eu queria esclarecer. Agradeço poder com calma explicar a V. Exª.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Com o maior prazer.

            E mais ainda: o Brasil pretende se consolidar como um país desenvolvido. Nos países desenvolvidos, normalmente, os pisos salariais ou salários mínimos estão na casa de US$800,00 aproximadamente, alguns com mais, alguns com menos. Normalmente, quando examinamos os países que são classificados como desenvolvidos, verificamos que esse é o patamar.

            Nós tínhamos um salário mínimo de US$70,00 - US$70,00! Em dinheiro de hoje seriam mais ou menos R$126,00, R$130,00. Essa era a realidade do Brasil!

            Então, é preciso haver uma política, inclusive uma política para a erradicação da pobreza e da miséria. Ao conseguir que o salário mínimo atinja a casa dos US$800,00, por exemplo, pela média familiar brasileira, basta que uma pessoa da família ganhe o piso salarial nacional para que aquela família não esteja na miséria ou na pobreza. Esse é um mecanismo de desenvolvimento, de aumento da capacidade de renda de um país.

            Quero dizer que trato com todo o carinho, com todo o respeito a oposição. Considero importante o debate que temos aqui, mas acho que podemos fazê-lo com alto nível.

            Devo dizer, minha Presidenta, que vi o modo desrespeitoso com que trataram V. Exª e acho que nenhum membro desta Casa pode proceder dessa maneira. Aliás, devo dar o meu testemunho: recentemente, esteve nesta Casa um Parlamentar do meu Estado que atuava de forma semelhante, e o povo o mandou para casa. Não é demais lembrar que, muitas vezes, isso acontece.

            Devo dizer que quero continuar esse debate, com o maior prazer, porém em um nível mais elevado.

            Também quero registrar que estive na cidade de Floriano, no Piauí, juntamente com o Prefeito Joel, a representante da Caixa Econômica Federal, a representação do Governo do Estado, na pessoa do Presidente da Agência de Habitação, na inauguração de um conjunto habitacional bem equipado, com toda a infraestrutura, como água, energia, calçamento. Esse projeto possui duas características especiais importantíssimos: 500 casas para pessoas que não tinham habitação e para aproximadamente 250 famílias - e aqui dou meu testemunho como Governador - que, sempre que havia enchentes, tinham as suas casas inundadas, meu querido Flexa Ribeiro.

            Momentos como esse fazem com que a gente que atua na política, que vivencia tantas dificuldades, tantas intempéries, se sinta feliz de ver a emoção de pessoas que moravam em uma área degradada, em situação de risco, recebendo esse benefício.

            Não pude comparecer, mas no último sábado visitei São João da Serra, onde o Governador entregou uma ponte, uma ponte histórica. A cidade, no período do inverno, ficava isolada pelo rio Poti, entre as serras do Ceará, em direção à capital, Teresina. Ali, quando Governador, tomei a iniciativa de construir essa importante ponte, a ponte sobre o rio Poti, em São João da Serra, junto com outro conjunto habitacional. E também quero comemorar com o povo daquele Município, pois ali está em andamento a obra para asfaltamento ligando aquela cidade - uma obra também iniciada no meu governo.

            Como eu disse, nesse conjunto habitacional em Floriano, nós tivemos um registro importante. Uma homenagem feita a um cidadão simples, um agricultor que fez parte, meu querido Senador Paulo Paim, das lutas camponesas, ainda no regime militar. O cidadão, chamado José Pereira - Zé Pereira como é conhecido -, fez parte das lutas pela democratização deste País. Um homem simples, pequeno agricultor, foi morar em Floriano trabalhando como carroceiro. Continuava atuando como agricultor e carroceiro, ou seja, fazendo o transporte de mercadorias com o auxílio de uma carroça puxada por um burro ou um cavalo.

            Esse homem tem uma história belíssima. Ajudou a organizar sindicatos e associações quando isso era crime neste País. Ele foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores. Eu quero aqui, quando o meu partido completa 32 anos, fazer um a homenagem também ao PCdoB, que comemorou seus 90 anos de existência na segunda-feira, com uma sessão nesta Casa.

            Mas não poderia deixar de destacar aqui o Zé Pereira. Essa pessoa que o Presidente Lula lembra com muito carinho. De um lado, ele hospedou o Presidente Lula na sua humilde casa na cidade de Floriano, no Piauí. Ali, ele conta, Senador Suplicy, que, quando o Presidente Lula o visitou, por volta de 1980, 1981, na organização do Partido dos Trabalhadores, ele e mais outros três amigos ficaram de plantão, em vigilância, para a segurança do então Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Luiz Inácio Lula da Silva.

            E, ali, naquela ocasião, o Presidente Lula lembra, tem em sua memória, que, por um momento, à noite, ele despertou, acordou, ouvindo umas batidas na sua janela. Era o Zé Pereira, a marteladas, pregando umas tábuas para poder proteger o Presidente que ali se hospedava na sua casa. E o Presidente lembra, inclusive com muita emoção, dessa passagem.

            Eu lhe perguntava: “Presidente, quais as memórias que o senhor tem das visitas ao Estado do Piauí?” E ele disse que havia uma que o emocionava muito. Dizia ele que soube que, para criar o Partido dos Trabalhadores, precisava organizá-lo em nove Estados brasileiros e que, em cada Estado, tinha um número mínimo de Municípios onde teria que organizar o partido. Lembra-se ele de que esse cidadão - repito, um pequeno agricultor, um carroceiro, esposo da Dona Francisca, a quem pude abraçar, juntamente com os seus filhos, suas filhas, seus netos, mostrando o orgulho que temos de pessoas como eles -, o Zé Pereira, eleito Presidente do Partido dos Trabalhadores no Piauí, um dos nove Estados necessários para se organizar o partido no Brasil, não tinha o dinheiro para comprar o livro de ata para fazer o registro no cartório, o que precisava ser feito. Ele, então, vendeu uma cabrita para arrecadar o dinheiro, comprar o livro de ata e organizar o Partido dos Trabalhadores.

            Então, fiquei muito feliz, Senador Suplicy, em ver ali essa homenagem, feita pelo Prefeito Joel, do Partido Trabalhista Brasileiro - o nosso partido apoia o seu governo lá, é parte do seu governo -, que teve essa lembrança de fazer essa importante homenagem. E vi ali o carinho do povo daquela cidade com esse cidadão. Um cidadão corajoso, altivo, que dizia frases que acho que intelectuais têm dificuldade de construir. Ele dizia: “Meu Deus, como é que pode tanta terra sem gente e tanta gente sem terra? Como pode um País com tanta riqueza e pessoas passando fome?”

            E esse cidadão veio a falecer ainda durante uma das campanhas, se não me engano a campanha de 1994. O Presidente Lula estava em campanha quando ele estava hospitalizado com leucemia. Ali nós o acompanhamos e fomos ao Hospital São Marcos fazer uma visita a ele. Porém, logo depois, ele veio a falecer.

            Conto essa história porque creio que, em todos os partidos, tenhamos lideranças assim. Às vezes, são lembrados os Senadores, os Presidentes, os Ministros, os Secretários, os Deputados, os Prefeitos, os presidentes de partidos e, muitas vezes, não nos lembramos que, para a existência da democracia, da vida partidária, é fundamental a participação de pessoas assim, pessoas humildes. E um partido como o Partido dos Trabalhadores, que hoje tem a tarefa, através da Presidente Dilma, de colocar em foco um projeto para os destinos do nosso País, que coloca pessoas como o Presidente Lula no poder, como, enfim, governadores e tantas pessoas, houve nessa trajetória pessoas simples, pessoas humildes.

            E é, em nome dessas pessoas, que eu quero aqui saudar este momento, momento em que, de um lado ali, emocionado... E, tenho certeza, se vivo estivesse, o Zé Pereira ficaria também muito emocionado ao ver a inauguração daquele conjunto habitacional do Minha Casa, Minha Vida. Aliás, ali, na cidade de Floriano, são cerca de R$50 milhões que estão sendo investidos no Programa Habitacional, tanto na zona rural como na zona urbana. Parte desses recursos destinados a pessoas que, a vida inteira, como lá outra Srª Francisca, que não a esposa do Zé Pereira, com a chave da casa na mão, fazia o seu depoimento, vibrando, chorando, emocionada: “É minha casa. Nunca mais eu vou entrar naquela casa que inundava todos os anos. Vou poder agora criar meus filhos e minhas filhas num lugar digno”.

            Então, por isso também valeu a pena tudo o que o Zé Pereira deve ter enfrentado durante a sua vida. Ele, nascido em uma cidade chamada Aroazes, durante o regime militar, como organizava sindicatos, era ameaçado pelo regime. Assim, terminou se refugiando, sem identidade, na cidade de São Luís do Maranhão, onde ficou até que a gente começasse a abertura democrática. Só então voltou para o Piauí, dessa vez em Caxias. A esposa dele nos contava o sofrimento dele por tudo que passou.

            São pessoas como esta que nos enchem de responsabilidade. E aqui faço uma reflexão como membro deste partido: pela história de homens como Zé Pereira e tantas outras pessoas, não pode um partido como o nosso perder oportunidades, em tudo aquilo que o Brasil pode, em favor daqueles que menos podem, daqueles que mais precisam.

            Quero aqui, nesta tarde, fazer este registro, esta homenagem e dizer que fiquei muito tocado, muito emocionado ao ver ali o carinho do povo de Floriano, tantas autoridades, tantas lideranças fazendo homenagens ao Zé Pereira. Esteve lá o Presidente do nosso Partido, o Deputado Fábio Novo, que inclusive está hoje aqui em Brasília, bem como um conjunto de outras lideranças dos mais diferentes partidos.

            Com prazer, ouço o Senador Suplicy,

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Quero também me associar às homenagens que V. Exª faz a este que foi um dos fundadores e batalhadores pela criação do Partido dos Trabalhadores, José Pereira, em Floriano. Gostaria de, aqui, recordar alguns episódios com V. Exª sobre o Piauí, o PT e os governos do Presidente Lula e agora da Presidenta Dilma. Um dos episódios que tive a oportunidade de, ao lado de V. Exª, testemunhar foi quando, por volta de março de 2003, no início do Governo do Presidente Lula, juntamente com o então ministro responsável pelo programa de combate à fome, o Programa Fome Zero, José Graziano da Silva, juntamente com o Presidente Lula fomos a Guaribas e Acauã para lançar o que, então, eram os primeiros passos do Cartão Alimentação, um programa em que as famílias cuja renda não alcançasse meio salário mínimo per capita, passariam a ter direito a um cupom equivalente a R$50,00, que só poderiam ser gastos em alimentos. Naquela ocasião, José Graziano, assim como Frei Beto e outros, tinham muita esperança de que seria interessante a constituição dos conselhos gestores. Tanto em Guaribas quanto em Acauã, tive a oportunidade de participar de reuniões em que esteve também V. Exª, o Presidente Lula e o Graziano, dialogando com a comunidade, debatendo a natureza daquele programa, vantagens e desvantagens. E, na ocasião, conversando com o povo, observei que talvez um dia pudéssemos ter o pagamento da renda básica incondicional para todos. Lembro-me de ter explicado para aquele conselho gestor o que V. Exª tem me ouvido falar e explicado aqui: que um dia vamos caminhar na direção da renda básica de cidadania. Quero até registrar que há algumas experiências interessantes em alguns países. Ainda hoje, a Folha de S. Paulo deu notícia do Irã, que, em 2010, instituiu uma lei para acabar com os subsídios aos preços dos combustíveis, petróleo, gasolina e outros, que ali tinham preços muito baixos, eram subsidiados. Acontece que o Governo instituiu uma lei para acabar com os subsídios, mas, como que para compensar sobretudo a população de menor renda, resolveu pagar a toda a população uma renda da ordem de US$80,00 a cada dois meses - US$40,00 por mês. E, na notícia que dá hoje a Folha de S.Paulo, o pagamento teria subido algo como US$115,00. A Folha diz que é uma experiência semelhante à da Bolsa Família, mas, na verdade, pelo que entendi, trata-se de um pagamento a mais de 70 milhões, que é o que constitui a população iraniana. Houve uma mudança recente na lei, pelo que tenho acompanhado, porque aquela renda é paga a toda a população, mas se solicitou à população de maior renda que abra mão voluntariamente deste pagamento. Quero justamente, quem sabe, fazer uma visita ao Irã, para saber. Só tenho a preocupação de, de repente, começar uma guerra nuclear, e eu estar no meio lá. Só quero transmitir isso a V. Exª.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Obrigado.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Queria aproveitar ainda, porque, na semana passada, íamos falar juntos aqui da mensagem que a Srª Niède Guidon transmitiu à Presidenta Dilma Rousseff e à Ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, sobre a Serra da Capivara, aquele patrimônio histórico, o Parque Nacional da Serra da Capivara. Ainda recebi um apelo, nestes últimos dias, para que, realmente, possa, na medida do possível, tanto a Ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira quanto a Presidenta Dilma, em algum momento, recebê-la. Quero aqui renovar o apelo juntamente com V. Exª.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Com prazer.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Nesta semana, a Presidenta Dilma está na Índia e terá um encontro muito importante, amanhã e depois, com os Chefes de Estado dos Brics - Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul - numa oportunidade extraordinária de diálogo, lá em Nova Déli, mas quem sabe ela, que tem tantas atribuições, em algum momento possa receber a Srª Niède Guidon. Aqui reitero o apelo para que V. Exª compartilhe isso comigo. Então, meus cumprimentos a V. Exª.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Agradeço, compartilho e devo dizer, primeiro, sobre a minha felicidade de ter V. Exª, com a sensibilidade que sempre demonstra, também na área ambiental, nesse apelo, eu diria assim, quase desesperado da nossa arqueóloga Niède Guidon. Há uma previsão para, depois da Semana Santa, a Ministra Izabella nos receber; nós devemos fechar na próxima semana, e eu quero ter o maior prazer de com V. Exª ir lá.

            Cito três dados e faço mais uma empreitada com V. Exª.

            A essa região de Guaribas e Acauã, é bom lembrar por que o Presidente Lula foi lá: eram os dois Municípios mais pobres do Brasil. Esses dias, eu mandei isso para o Presidente Lula: não sei em qual classificação eles estão, mas já não estão mais entre os cem mais pobres do Brasil, é provável que já tenham subido alguns degraus a mais. Melhoramos na área de habitação. A mortalidade infantil era cerca de 64 para cada grupo de mil, hoje está na casa de doze; aliás, está mais baixa do que a média do Estado e do Brasil. Quanto ao analfabetismo, entre as pessoas com mais de quinze anos, 75% eram analfabetas. Isso reduziu para algo em torno de 11%, que é mais baixo de novo do que o do próprio Estado. Então, há uma série de mudanças profundas. Hoje, lá nós estamos trabalhando a implantação do ciclo completo da educação: ensino fundamental, ensino médio, ensino técnico, inclusive com uma base do Sesc, do Presidente Valdeci Cavalcante, e também com a Universidade Aberta.

            Mas qual é o problema e o que eu queria apelar a V. Exª? Lá é uma região que tem um potencial grande para o turismo, V. Exª viu, temos o Parque Nacional da Serra das Confusões, no Guaribas, especialmente - Acauã também se desenvolveu -, mas é preciso que o Governo Federal, no caso de Guaribas, faça uma BR, que é a BR-235. Então, estava prevista no PAC, o Presidente Lula deixou-a prevista no PAC. Eu queria combinar com V. Exª, porque não entrou na programação do ano passado, para irmos à Ministra Miriam Belchior, pela importância, pelo simbolismo que tem para o Brasil essa cidade. Eu queria que V. Exª pudesse também ir comigo, com toda a sua sensibilidade, pelo povo de Guaribas, pelo povo daquela região, e nos ajudasse nessa empreitada.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Eu gostaria muito de aceitar esse convite e, em algum momento, portanto, quero ir com V. Exª a Guaribas e Acauã.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Com prazer.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Quem sabe, na mesma ocasião façamos a viagem ao Parque Nacional da Serra da Capivara, combinando as coisas para ver o seu Piauí.

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Obrigado.

(Interrupção do som.)

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Para encerrar, Sr. Presidente, quero apenas mais esse minuto. Quero, além de agradecer aqui o aparte enriquecedor do Senador Suplicy, a atenção de todos e de todas, terminar de forma alegre lembrando o Zé Pereira.

            Também, da mesma forma, ele foi hóspede do Presidente Lula em São Bernardo - para ver o carinho que o Presidente tinha por ele. E era a primeira vez que ele saía do seu interior e foi logo para São Paulo e ficou encantado com aquele mundo. Quando ele voltou, eu perguntei para ele: “Zé Pereira, do que é que você lembra?”. Ele falou de algumas coisas e falou de uma interessante: “Uma lembrança que eu tenho da casa do Presidente Lula é porque lá eu comi um beiju diferente com linguiça”. Era uma pizza calabresa, ele nunca tinha comido uma pizza calabresa.

            Então, deixo aqui o abraço de todos os filiados ao Partido dos Trabalhadores a esse grande brasileiro que é Zé Pereira.

            Muito obrigado. 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/03/2012 - Página 8353