Pela Liderança durante a 50ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Notícia de que os agricultores do Estado do Mato Grosso buscam adaptação do uso de usinas de cana-de-açúcar para o milho.

Autor
Blairo Maggi (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Blairo Borges Maggi
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Notícia de que os agricultores do Estado do Mato Grosso buscam adaptação do uso de usinas de cana-de-açúcar para o milho.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2012 - Página 10844
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • COMENTARIO, INICIATIVA, AGRICULTOR, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), REFERENCIA, UTILIZAÇÃO, USINA, CANA DE AÇUCAR, ADAPTAÇÃO, PROCESSAMENTO, MILHO, OBJETIVO, AUMENTO, PRODUÇÃO, ETANOL.

            O SR. BLAIRO MAGGI (PR - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, vou ocupar aqui o espaço da Liderança do PR para fazer um breve comentário e um comunicado a todos aqueles que nos assistem.

            O Brasil, há muito tempo, vem buscando fontes alternativas para substituir o petróleo e também caminha na vanguarda de energias renováveis. Todos sabem que o Brasil é um País que lidera na questão do álcool, e até agora somos grandes produtores de etanol, a partir da cana-de-açúcar; e os Estados Unidos, um grande produtor a partir do milho.

            Para nossa felicidade, há algum tempo, lá no Estado do Mato Grosso, discutimos como é que poderíamos também transformar as usinas de cana-de-açúcar, de etanol a partir de cana-de-açúcar, para ocupar na entressafra o consumo de milho daquele Estado.

            E aí, Senador Russo, na semana passada, fui convidado por um grupo da Usimat, que fica no Município de Campos de Júlio, onde a Aprosoja, junto com essa usina, que é privada, do Grupo Ovetril, fez a primeira experiência e a primeira adaptação de uma usina de cana-de-açúcar que também faz etanol a partir de milho. E com uma relativa simplicidade, o que é mais importante ainda no processo industrial. Tem seu investimento a fazer, mas é possível, depois da entressafra da cana, entrar fazendo etanol a partir do milho. E é competitivo. Isso é o mais importante: é competitivo.

            Alguns vão dizer - e antes que o digam: “Como é que vamos substituir comida - que é o grande argumento que se tem contra o programa de etanol americano - para fazer combustível?” O problema é que, no Centro-Oeste brasileiro, principalmente em Mato Grosso e principalmente ao norte de Mato Grosso, produz-se muito milho, mas nós não somos competitivos para trazer o milho para o sul do Brasil ou levar para os portos, para exportação. Podemos fazer isso nos momentos em que os mercados são muito favoráveis. Mas, quando os mercados não são favoráveis, temos que dar outra destinação ou simplesmente não utilizar a cultura de milho, para que possamos fazer a rotação de cultura, diminuir as pragas e fazer uma agricultura mais ecologicamente correta com alternância de culturas.

            Então, eu gostaria de comunicar a todos que nos assistem, aos Senadores e até fazer um convite para que uma hora dessas pudéssemos fazer uma visita a essa usina, que se denominou usina flex, porque faz etanol a partir da cana-de-açúcar e faz etanol a partir do milho; e ainda sobra todo o resíduo DDGS que fica na ponta e que serve para alimentar bovinos, suínos, aves, com uma proteína de mais de 30%.

            Portanto, antes que alguns combatam esse programa, que certamente será ainda objeto de estudos - e que a Aprosoja, que é a Associação dos Produtores de Soja e Milho mato-grossense, está incentivando -, estamos fazendo convênios com a Universidade Federal de Mato Grosso, com técnicos também do Imea, que é o nosso Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária, para conhecer a eficiência real de tudo isso e, obviamente, depois, poder levar para outras unidades do Estado do Mato Grosso e, quem sabe, para outros locais do Brasil, onde também o milho é necessário ser plantado, é importante, mas, com a estrutura atual de transporte que temos, não conseguimos levá-lo ao porto, ao sul do Brasil ou ao sudeste brasileiro, onde o consumo é maior e onde teríamos dificuldade de fazer renda para o produtor.

            Então, fica aqui a notícia de que o Estado de Mato Grosso, mais uma vez, inova, e os agricultores do Estado inovam no sentido de se buscar alternativas para o momento em que a agricultura ficar ruim, porque, neste momento, está indo tudo bem, muito obrigado. Não é preciso o apoio do governo no sentido de subsídios ou coisa parecida. Mas, como tudo sobe, um dia vai descer, e devemos estar preparados para os momentos de crise.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2012 - Página 10844