O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Srª Presidente.

            Srªs e Srs. Senadores, eu, que tinha recorrido à tribuna desta Casa ao longo dos últimos meses - e o fazia sempre em nome de um número grande de colegas Senadores - para registrar a minha preocupação com o estado de saúde do Presidente Lula e para registrar também as manifestações que recebi de tantos acrianos e brasileiros sobre a situação de saúde do Presidente Lula, volto à tribuna para relatar um encontro dos mais prazerosos. Tive o privilégio de, junto com o Líder do PT nesta Casa, meu Líder Walter Pinheiro, ter um encontro com o Presidente Lula na última quinta-feira. Para mim, foi uma alegria muito grande.

            Um dia depois de os médicos terem dado um parecer, um diagnóstico de que o enfrentamento do câncer havia sido exitoso, eu tive o prazer, a honra de encontrar uma pessoa muito especial na minha vida e - sei - na vida deste País, na vida do povo acriano. Encontrei um amigo, mas, mais que um amigo, uma pessoa que eu tenho como referência na luta política e como referência de líder deste País.

            O Presidente Lula estava transpirando vida. O Presidente Lula, mesmo ainda fisicamente debilitado, estava ali se reencontrando com a vida e com a disposição de seguir lutando pelo nosso povo, pelo nosso País e por um mundo melhor para todos.

            Eu e o Senador Walter ficamos impressionados com a disposição, com a preocupação e com a intenção de seguir ajudando, para que o Brasil siga mudando e melhorando especialmente a vida daqueles que ainda passam por dificuldades.

            Eu sou do Estado do Acre. O Acre construiu uma relação afetiva, eu diria, com o Presidente Lula ao longo desses anos, especialmente da década de 80 para cá, do final da década de 70 para cá.

            O Presidente Lula foi o mais solidário dos líderes brasileiros com o Acre, com os problemas que o povo acreano enfrentou ao longo desse tempo. Sempre que havia um problema, uma situação grave, ele era o amigo que estava presente. Sempre foi a pessoa a quem a gente recorria para organizar o nosso povo, para organizar a luta por um Acre melhor, para fundar um modelo de desenvolvimento no Acre e para enfrentar as injustiças. Daí, não menos do que nos outros Estados, no Acre nós tivemos um sentimento muito forte pela recuperação do Presidente Lula.

            Eu que vim aqui e retratei o que ouvia e passei adiante, inclusive para o Instituto Lula, o sentimento do povo acreano, estou vindo hoje agradecer a todos aqueles que foram solidários, rezaram, oraram e pediram pela recuperação do Presidente Lula.

            O Presidente Lula tem uma história de sobrevivência, é um verdadeiro sobrevivente: uma pessoa que corria risco de vida se ficasse no Nordeste acompanhando a mãe e outros irmãos; vai para São Paulo e enfrenta uma situação também gravíssima naquele Estado; sai do anonimato, junta-se a um movimento, em um período difícil, de organização do povo e vira o maior líder popular do movimento sindical da história deste País; funda um partido que é também sinônimo desse período da redemocratização do País; enfrenta todo tipo de dificuldades na luta política; assume um Governo, depois de tantas tentativas, e supera os desafios, o preconceito e os esquemas montados contra ele e contra seu Governo; e escreve, como governante, como líder deste País, uma das mais bonitas páginas da história da redemocratização do Brasil. Faz o Brasil voltar a crescer, e crescer forte, com inclusão social. Faz o Brasil ser respeitado mundo afora e a autoestima do brasileiro melhorar. Faz com que todos nós brasileiros retomássemos o ânimo de confiança e de fé no Brasil. Estabelece uma comunicação direta com o povo simples deste País.

            E aí, depois de ter mais um sucesso na vida, que foi o de fazer sua sucessora a Presidente Dilma, ele se vê diante de um desafio de vida ou morte, um câncer, uma doença, antes de completar um ano de sua saída da Presidência da República.

            Hoje, venho à tribuna para celebrar, junto com todos os brasileiros e as brasileiras, mais uma superação na vida dessa figura extraordinária que é o Presidente Lula. Ele, de fato, é merecedor de mais vida. A cura do câncer foi obtida a partir de um tratamento muito doloroso, do qual ele se queixa e se queixou para nós todos. Mas também nisso ele deixou o exemplo de que não é fácil superar os desafios de um tratamento intenso como aquele feito por ele, com quimioterapia e radioterapia. Mas acredito que ele também deixa, mais uma vez, um exemplo, para todos os pacientes, de que é muito importante ter fé e lutar pela vida. Diante do diagnóstico médico de câncer em um lugar muito complicado, de difícil tratamento, tendo como opção uma operação que o deixaria sem voz, ele, atendendo às recomendações médicas, resolveu fazer um tratamento doloroso, duro, difícil - assim como muitos brasileiros estão fazendo. Mas, certamente, ele também se tornou um paciente com um diferencial importante, quando, mais do que muitos, deixou muito clara a sua disposição de lutar pela vida.

            Essa é uma maneira de valorizar a vida, uma maneira de ajudar no próprio tratamento médico. E que isso possa ficar como lição para todos aqueles que estão enfrentando dificuldades: sem fé, sem luta, sem confiança, sem valorizar a vida, sem procurar ser merecedor, às vezes a gente não consegue.

            E venho à tribuna, Srª Presidente, para dizer da minha alegria.

            Como eu disse ainda há pouco, ele está transpirando vida, está absolutamente determinado agora - tirando uns dias com D. Marisa e seus familiares - a recuperar a condição física para nos ajudar a continuar lutando por um Brasil melhor para todos.

            Ouço, com satisfação, já ao final, o Senador Suplicy.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Prezado Senador Jorge Viana, que boa nova V. Exª nos traz, uma vez que, juntamente com o Líder, Senador Walter Pinheiro, esteve com Presidente Lula há poucos dias, exatamente logo após ele ter recebido a notícia de seus médicos que, felizmente, o câncer que o havia atingido está inteiramente superado. Certamente, isso nos dá a esperança positiva de que o Presidente Lula, logo, logo, estará plenamente recuperado, tendo em conta os efeitos do tratamento a que se submeteu. Que bom para todos nós brasileiros, em especial para nós do Partido dos Trabalhadores, termos novamente o Presidente Lula tão bem, juntamente com a Marisa, seus filhos e netos - que já são muitos. Que bonita homenagem ele prestou à Marisa em suas últimas declarações, ao dizer o quão importante ela tem sido para que ele tenha toda a força para se recuperar. Então, quero também compartilhar da alegria que V. Exª aqui nos traz, ao saber que pessoas de todo o Brasil, inclusive do Acre, estão contentes com essa boa nova. Meus cumprimentos a V. Exª.

            O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT - AC) - Muito obrigado, Senador Suplicy.

            Srª Presidenta, concluindo, eu só queria dizer que o Presidente Lula falou do seu desejo de ir ao Acre, mandou um abraço carinhoso para o Governador Tião Viana, para o ex-governador Binho e para o povo simples, que é amigo dele de verdade.

            Encerro apenas dizendo que este mundo, ainda tão cheio de conflitos e de injustiças, não pode prescindir de uma liderança como a do Presidente Lula. Um País como o nosso, que hoje lança esse programa de incentivo à indústria, pela Presidente Dilma, não pode prescindir de um líder como o Presidente Lula. Ele é um grande exemplo de estímulo para que todos nós renovemos, a cada dia, a confiança no nosso País, para que o Brasil se torne uma referência não só para os brasileiros, mas também para o mundo.

            Graças a Deus, mais esse desafio está vencido na vida do Presidente e que, agora, o mais rápido possível, ele possa estar em Brasília, ajudando-nos a seguir lutando pelo Brasil.

            Muito obrigado, Srª Presidente.