Discurso durante a 57ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da vitória da equipe de tênis brasileira em etapa da Copa Davis e destaque para o fomento ao esporte como mecanismo de transformação social.

Autor
Casildo Maldaner (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Casildo João Maldaner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Registro da vitória da equipe de tênis brasileira em etapa da Copa Davis e destaque para o fomento ao esporte como mecanismo de transformação social.
Publicação
Publicação no DSF de 13/04/2012 - Página 12314
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • REGISTRO, VITORIA, SELEÇÃO, TENIS, BRASIL, COMPETIÇÃO ESPORTIVA, AMBITO INTERNACIONAL, ELOGIO, CUMPRIMENTO, ATLETAS, COMENTARIO, HISTORIA, ESPORTE, BALANÇO, CRESCIMENTO, PAIS.
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, ESPORTE, TRANSFORMAÇÃO, SOCIEDADE, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, COMENTARIO, INICIO, PREPARAÇÃO, OLIMPIADAS, BRASIL.

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco/PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meus nobres colegas, volto à tribuna desta vez para fazer um registro que considero um tanto enobrecedor porque envolve também aspectos e pessoas do meu Estado, Santa Catarina; não poderia deixar de trazer, então, ao conhecimento da Casa e ao conhecimento dos colegas. No momento em que todas as atenções estão voltadas para o futebol, tendo em vista a Copa do Mundo no Brasil, gostaria de fazer um registro, como o disse, da conquista nacional de outro esporte.

            No último final de semana, a equipe brasileira de tênis venceu uma etapa da Copa Davis, em disputa contra a seleção colombiana, na cidade paulista de São José do Rio Preto. A vitória garantiu ao Brasil a possibilidade de disputar, em setembro, contra a Rússia, uma vaga no Grupo Mundial, ou seja, a Série A do tênis. Trata-se da maior e mais longa competição da modalidade, uma verdadeira Copa do Mundo do tênis.

            Nossos cumprimentos aos atletas Thomaz Bellucci, João de Souza, Bruno Soares e Marcelo Mello, também ao capitão João Zwetsch, ao chefe da delegação brasileira, Paulo Moriguti, e ao Presidente da Confederação Brasileira de Tênis, o catarinense Jorge Lacerda da Rosa. A ele, como catarinense, não poderia deixar de cumprimentar, como Presidente da Confederação Brasileira de Tênis. Ele é neto, inclusive, do nosso ex-governador Jorge Lacerda, de Santa Catarina. Portanto, eu não poderia deixar de fazer esse registro.

            O tênis teve seu auge no Brasil com as memoráveis conquistas de outro catarinense, Gustavo Kuerten, maior tenista da nossa história e ex-número 1 do mundo. São coincidências que trago ao conhecimento da Casa. Além das impressionantes vitórias em quadra, Guga teve o condão de despertar o interesse dos brasileiros para um esporte, até então, relativamente desconhecido.

            Hoje, a Confederação Brasileira de Tênis trabalha para consolidar a expansão do esporte em duas frentes distintas. De um lado, dando condições para o crescimento dos atletas no campo profissional, com forte investimento nas categorias de base, infantis e juvenis. De outro, apresentando o esporte como alternativa de saúde e qualidade de vida para os praticantes amadores de todas as faixas etárias. Então, nas duas frentes: no campo profissional e na qualidade de vida para praticamente todos os amadores de todas faixas etárias que existem.

            Os resultados são notáveis: atualmente, a entidade congrega 25 mil associados, realiza 160 eventos por ano, tem 26 federações estaduais filiadas, quase cinco mil professores cadastrados, registrando aproximadamente dois milhões de praticantes no País.

            Com relação aos profissionais, o País conta com seis atletas classificados entre os cem melhores do mundo, em simples e duplas. Entre os cem melhores do mundo, nós temos seis nomes. As competições realizadas incluem as categorias masculina, feminina, júnior, sênior e cadeirantes.

            Outra área de atuação que merece destaque é a utilização do esporte como ferramenta de transformação social, com vigoroso investimento no tênis comunitário. Em parceira com os Correios, hoje o maior patrocinador do tênis brasileiro, o projeto está em atividade há três anos, período em que foram atendidos 2.800 jovens, com idades entre seis e dezessete anos.

            Por fim, a grande meta é a preparação para as Olimpíadas de 2016, que também serão realizadas no Brasil. Em torno do projeto olímpico, estão reunidos grandes nomes do esporte, como o próprio Gustavo Kuerten, o treinador Larri Passos, João Zwetsch, João Zwetsch, entre outros profissionais de reconhecimento internacional.

            Há, neste processo de expansão, um fator essencial a ser destacado. De acordo com Lacerda, que é o Presidente e que é catarinense, ele só foi possível a partir da estruturação e profissionalização das práticas da entidade no campo administrativo e financeiro, na captação de recursos e total transparência na sua utilização.

            O Brasil dispõe de boas ferramentas de financiamento, notadamente através da Lei Federal de Incentivo ao Esporte. Nos moldes da sua similar de apoio à cultura, conhecida como Lei Rouanet, o mecanismo permite a pessoas físicas e jurídicas apoiar atividades e projetos esportivos, com possibilidade de deduzir o valor do imposto de renda devido.

            Todos sabemos que nosso País é um gigantesco e fecundo celeiro de atletas. No entanto, em função das dificuldades de patrocínio enfrentadas pela maioria das modalidades, com exceção do futebol, milhares de talentos são desperdiçados por razões exclusivamente financeiras.

            Nesse contexto, patrocínios como o dos Correios ao tênis e à natação; da Caixa Econômica Federal ao atletismo, ginástica e lutas associadas; e do Banco do Brasil ao vôlei, futebol de salão e iatismo ganham especial relevância.

            A lei de incentivo é, indiscutivelmente, um poderoso mecanismo de fomento ao esporte, capaz de gerar uma série de desdobramentos, desde a formação dos jovens, forjada em princípios de saúde, disciplina e reconhecimento do esforço na busca do sucesso, até o desenvolvimento de uma vasta cadeia produtiva, com reflexos positivos em nossa economia.

            Não podemos esquecer, contudo, que são recursos públicos, sujeitos à fiscalização e controle, que devem ser utilizados com a necessária parcimônia e lisura.

            A opção pela estruturação administrativa e financeira, ladeada pela transparência absoluta nas ações, feita pela CBT, é atitude obrigatória para a consolidação e crescimento do esporte brasileiro, independentemente da modalidade praticada.

            Essas são, nobre Presidente, caros colegas, algumas reflexões que trago sobre essas modalidades, destacando, principalmente, essa competição do tênis brasileiro, que ora se projeta com possibilidade no contexto mundial, com muita força nessas competições que se avizinham, e as colocações que se apoiam nessa trajetória.

            Pude destacar, também, as demais modalidades, os incentivos que existem e os reflexos não só no campo profissional, mas, principalmente, no meio social, na formação, na disciplina, na orientação, na formação de vida.

            Isso, sem dúvida alguma, merece destaque e é o que faço, também porque a presidência, hoje, cabe a Santa Catarina, na pessoa do Lacerda, pela história que tem, e pelo Guga também, que é catarinense, com esse destaque do tênis brasileiro e das demais modalidades.

            É uma homenagem ao Brasil inteiro.

            Muito obrigado, Sr. Presidente e nobres colegas.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/04/2012 - Página 12314