Pela Liderança durante a 61ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem à Sra. Abigail Izquierdo Ferreira, conhecida como Bibi Ferreira, pelo transcurso de seus 90 anos. (como Líder)

Autor
Francisco Dornelles (PP - Progressistas/RJ)
Nome completo: Francisco Oswaldo Neves Dornelles
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem à Sra. Abigail Izquierdo Ferreira, conhecida como Bibi Ferreira, pelo transcurso de seus 90 anos. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 18/04/2012 - Página 13195
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, VIDA, HISTORIA, ARTISTA, MOTIVO, REALIZAÇÃO, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, IMPORTANCIA, ATIVIDADE ARTISTICA, CULTURA, BRASIL.

            O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na condição de Senador pelo Estado do Rio de Janeiro, subo hoje a esta tribuna para cumprir, mais do que um dever, uma tarefa que me enche de orgulho e de satisfação: trata-se de homenagear Abigail Izquierdo Ferreira, conhecida em todo o País como Bibi Ferreira, que comemora neste 2012 os seus 90 anos de vida.

            Filha do consagrado ator Procópio Ferreira, de saudosa memória, e da bailarina espanhola Aida Izquierdo, Bibi conheceu o palco antes mesmo de ter consciência de que existia: na verdade, fez sua estreia teatral aos 24 dias de vida, na peça Manhãs de Sol, de autoria de Oduvaldo Viana, substituindo uma boneca que desaparecera pouco antes do início do espetáculo.

            Verdadeira dama do cenário teatral brasileiro, não existe melhor exemplo nas artes cênicas de artista mais completa, mais talentosa, mais brilhante e mais diversificada nas suas habilidades cênicas do que Bibi Ferreira.

            Atriz de excepcional talento, cantora lírica e de música popular de invejável competência, bailarina de méritos, diretora de espetáculos, musicais ou de prosa, embora o palco fosse seu habitat natural, marcou sua presença na TV e no cinema com o mesmo brilhantismo com o qual perambulou pelos palcos de todo o Brasil.

            Geneticamente destinada a ocupar lugar de relevo no panorama artístico brasileiro, Bibi Ferreira superou todas as expectativas a partir de 1941, quando interpretou Mirandolina na peça La Locandiera. Três anos depois, montou sua própria companhia teatral, reunindo os nomes mais destacados da cena brasileira, como Cacilda Becker, Maria Della Costa e a diretora Henriette Morineau.

            Na década de 60, vieram os sucessos musicais, pontificando com Minha Querida Dama (My Fair Lady), em companhia de Paulo Autran, com o qual dividiria também o palco em 1972 em O Homem de Ia Mancha. Todos os anos de 60 puderam vê-la na TV Excelsior, de São Paulo, em programa ao vivo.

            Nos anos 70, além de ter dirigido alguns dos mais expressivos espetáculos teatrais e musicais montados no Brasil, com destaque para o inesquecível Brasileiro, Profissão: Esperança, de Paulo Pontes, protagonizou a versão de Chico Buarque e de Paulo Pontes de Medeia, com o nome de Gota d’Água, a mais inovadora das adaptações de um texto da dramaturgia grega, escrita, no espetáculo encenado, em versos de cordel.

            Em ritmo alucinante, Bibi Ferreira atravessou as décadas de 80 e de 90 dirigindo, atuando e recebendo os merecidos e calorosos aplausos de um público entusiasta. E não recebeu somente aplausos. Por sua impecável atuação, em 1983, em Piaf, a Vida de Uma Estrela da Canção, recebeu os prêmios Mambembe e Molière e, pela mesma peça, no ano seguinte, recebeu o reconhecimento da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo (Apetesp) e o prêmio Governador do Estado. Para se ter ideia do sucesso, o espetáculo premiado esteve seis anos em cartaz, tendo sido apresentado em diversos Estados do País: em quatro anos, atingiu um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco.

            O século XXI mal tinha começado, e a infatigável Bibi Ferreira já estava em ação com outro sucesso incomparável: desta vez, em 2001, Bibi encarnou Amália Rodrigues no espetáculo Bibi Vive Amália. Durante toda a primeira década do século XXI, as artes cênicas viram-na em atividade, ora dirigindo, ora lançando CDs e DVDs, ora estrelando os shows Bibi in Concert. Com tanta popularidade, competência e sucesso, Bibi Ferreira teria de chamar a atenção do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Viradouro, que dela fez seu enredo em 2001.

            No momento em que Bibi Ferreira completa 90 anos de idade, perto de 70 anos de atividade artística, procuro, como Senador pelo Estado do Rio de Janeiro, palavras que melhor possam dizer do nosso profundo agradecimento pelo prazer que Bibi Ferreira nos proporcionou a todos, brasileiros de todos os quadrantes, com sua magia, com seu talento, com sua criatividade, com seu magnetismo e com sua radiosa presença no cenário artístico do País. Não acho melhor palavra para me expressar, em meu nome, em nome do Estado do Rio de Janeiro e, tenho certeza, em nome de todos os brasileiros, do que simplesmente dizer, de coração, muito obrigado, nem encontro gesto mais eloquente do que aplaudi-la, teatralmente, como parte de sua plateia emocionada.

            Sr. Presidente, muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/04/2012 - Página 13195