Pela Liderança durante a 62ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a reação da economia brasileira aos reflexos da crise financeira internacional. (como Líder)

Autor
Alfredo Nascimento (PR - Partido Liberal/AM)
Nome completo: Alfredo Pereira do Nascimento
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Preocupação com a reação da economia brasileira aos reflexos da crise financeira internacional. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2012 - Página 13348
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • ANALISE, SITUAÇÃO, ECONOMIA, PAIS, RELAÇÃO, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, REGISTRO, REDUÇÃO, CONSTRUÇÃO CIVIL, EMPREGO, NECESSIDADE, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, OBJETIVO, INCENTIVO, INVESTIMENTO.

            O SR. ALFREDO NASCIMENTO (Bloco/PR - AM. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Mozarildo, Srs. Senadores e Srªs Senadoras, minhas senhoras e meus senhores, a economia brasileira ensaia uma leve reação aos reflexos da crise financeira internacional. Os esforços que uniram o Governo e o setor produtivo ainda não apresentaram resultados substantivos. Os analistas esperam uma recuperação mais vigorosa da atividade econômica apenas no segundo semestre, e ainda não encontraram uma receita que possa combinar, com segurança, o controle inflacionário e o crescimento econômico robusto num cenário de turbulência.

            O Brasil persegue, neste momento, a repetição do ciclo de desenvolvimento registrado até 2010, freado pela derrapada das economias mais desenvolvidas. Projeções do Fundo Monetário Internacional rebaixam a economia brasileira para a 7ª posição mundial em 2012.

            Esse cenário de retração começa a ganhar contornos claros e preocupantes nos Estados. Com a alavanca federal fragilizada e a redução da atividade em setores-chave, como os serviços e construção civil, as economias estaduais começam a sentir mais de perto os efeitos da desaceleração dos investimentos.

            Um dos indicadores que demonstram claramente os efeitos desse cenário é a geração de empregos. O Brasil fecha o primeiro trimestre deste ano com os piores índices registrados nos últimos anos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho.

            A redução na geração de emprego no trimestre, de 24% em todo o Brasil, encontra no Estado do Amazonas uma dura tradução. Em meu Estado, o que registramos foi o aumento das demissões no primeiro trimestre. Além de não gerar sequer um emprego novo, foram fechados 1.387 postos de trabalho com carteira assinada no Estado do Amazonas. Esse é o segundo pior resultado do Amazonas, desde 2003, e só não foi mais grave do que em 2009, quando o impacto da crise mundial foi muito mais significativo.

            Hoje, Manaus figura entre as vinte cidades que mais demitiram no primeiro trimestre. O desemprego do Amazonas foi puxado especialmente pela indústria e pela construção civil. E, no primeiro caso, analistas avaliam que o Pólo Industrial de Manaus da Zona Franca já se ressente da concorrência de produtos importados e da combinação nefasta entre a valorização do Real frente ao dólar e a manutenção do custo Brasil.

            Debate que se arrasta há anos, o enfrentamento dessa conjuntura ainda exige esforço do Governo Federal e do Congresso Nacional, que têm optado em adotar medidas pontuais, em vez de conduzir um debate aprofundado e dirigido a soluções de longo prazo, para tornar a atividade econômica brasileira competitiva e viável.

            Se o peso da carga tributária da política cambial sobrecarrega as economias regionais mais desenvolvidas, como São Paulo, por exemplo, imagine-se o custo que impõe sobre as regiões mais ao norte do país. De outro lado, o setor da construção civil vê-se penalizado pelo adiamento no lançamento de novos empreendimentos e especialmente pelo impacto das novas regras do Programa Federal Minha Casa Minha Vida.

            Dirigentes desse segmento prevêem um crescimento mais modesto em 2012, o que deve repercutir em toda a economia no meu Estado do Amazonas. O quadro é preocupante. Temerosos ante o reflexo da crise sem uma liderança efetiva do Governo Federal, os empresários com negócios no amazonas colocaram os pés no freio,

            Repetindo comportamento registrado em outras regiões do Brasil.

            É preciso, e esse esforço cabe também ao Governo dos Estados, encontrar mecanismos que estimulem o investimento regional, recuperando a ousadia que trará de volta a pujança da economia do Amazonas, abrindo, assim, novas oportunidades de trabalho para a nossa gente e a perspectiva de um futuro promissor.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2012 - Página 13348