Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração com os dados divulgados pelo Instituto DataFolha, que revelam a aprovação de 64% dos brasileiros ao Governo da Presidente Dilma Rousseff; e outro assunto.

Autor
Ângela Portela (PT - Partido dos Trabalhadores/RR)
Nome completo: Ângela Maria Gomes Portela
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Comemoração com os dados divulgados pelo Instituto DataFolha, que revelam a aprovação de 64% dos brasileiros ao Governo da Presidente Dilma Rousseff; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 25/04/2012 - Página 14241
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, DADOS, PESQUISA, APRESENTAÇÃO, INDICE, APROVAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • REGISTRO, FEIRA, EXPOSIÇÃO, LIVRO, LOCAL, BRASILIA (DF), PRESENÇA, SOCIOLOGO, APRESENTAÇÃO, CONFERENCIA, DISCUSSÃO, INFLUENCIA, LIBERALISMO, MERCADO, PAIS ESTRANGEIRO, AMERICA LATINA, ENFASE, BRASIL, ADOÇÃO, POLITICAS PUBLICAS, OBJETIVO, CRESCIMENTO ECONOMICO, COMBATE, DESIGUALDADE SOCIAL, MELHORAMENTO, QUALIDADE DE VIDA, BRASILEIROS, RELAÇÃO, GOVERNO, MANDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

            A SRª ANGELA PORTELA (Bloco/PT - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, nosso Presidente, Senador Moka.

            Venho ao plenário do Senado, nesta tarde, para falar de pesquisa realizada pelo instituto Datafolha, nos dias 18 e 19 do corrente, que revela que o Governo da Presidente Dilma Rousseff tem a aprovação de 64% dos brasileiros.

            Conforme o instituto, a pesquisa foi realizada com 2.588 pessoas de 161 Municípios dos 26 Estados e Distrito Federal e destaca dois ineditismos.

            O primeiro deles é que o índice de aprovação de 64% é o mais alto obtido pela Presidenta Dilma desde que ela tomou posse. O segundo é que a atual taxa de aprovação presidencial é a mais alta no período de um ano e três meses de mandato de um Presidente da República, dentro do universo pesquisado pelo Datafolha.

            De acordo com a pesquisa, 29% das pessoas entrevistadas disseram que Dilma faz um governo regular, e apenas 5% avaliaram a atual administração como ruim ou péssima.

            Analistas avaliam que tanta aprovação assim se deve à faxina realizada pela Presidenta em ministérios, às ações de combate aos malfeitos detectados na Administração Pública, às tentativas de rompimento com as velhas práticas políticas e, claro, aos bons indicadores da economia brasileira, que resiste à crise financeira internacional.

            Mas há algo de mais significativo por trás desses índices. Não é demais lembrar que a pesquisa CNI/Ibope, divulgada no início deste mês, já revelava a aprovação pessoal da Presidenta Dilma em 77%, o patamar mais elevado até então.

            Srs. Senadores e Srªs Senadoras, eu não vim aqui para elogiar a primeira mulher a ser Presidente da República e muito menos para elogiar uma companheira de partido. Estou aqui para destacar que há, visivelmente, uma escolha dos brasileiros entrevistados pelo Datafolha por um projeto que vem mudando o País e que está dando muito certo há quase uma década. Prova dessa opção é o índice alcançado pela pergunta que o Datafolha incluiu na pesquisa: "Quem deveria ser o candidato do PT a Presidente: Dilma ou Lula?" Na opinião de 57% dos entrevistados, o Presidente Lula é o nome credenciado para ser o candidato do PT ao Palácio do Planalto nas eleições presidenciais de 2014. Outros 32% preferem a Presidenta Dilma concorrendo à reeleição.

            Srªs e Srs. Senadores, na última sexta-feira foi realizada a 1ª Bienal do Livro e da Leitura, que se encerrou ontem, aqui em Brasília. Na oportunidade, houve a palestra do sociólogo e cientista político Emir Sader, sobre o tema "O fim das utopias e a ditadura do mercado".

            Diante de uma plateia formada por cerca de 400 pessoas, a maioria constituída de jovens, e, coincidentemente, antes da publicação dessa pesquisa, Emir Sader falou dos males do neoliberalismo, que, como disse, produz a ditadura dos mercados no mundo.

            Contundente contra essa lógica, porém otimista quanto à resistência a ela, Sader avaliou que as possibilidades das utopias no mundo residem em projetos que estão situados na América Latina. Por esta via de raciocínio, o sociólogo elege nosso continente como território privilegiado para a construção de alternativas ao neoliberalismo. Isto porque seus governos progressistas figuram no cenário internacional como promotores de políticas públicas que priorizam as questões sociais.

            Neste cenário, o sociólogo destaca o Brasil a partir dos Governos de Lula e Dilma como o País que reagiu ao neoliberalismo por meio da adoção de políticas públicas que distribuem renda e garantem aos cidadãos brasileiros direitos sociais fundamentais.

            Na minha modesta opinião sobre a realidade atual do meu País, penso que, sem teorizar e sem identificar posições ideológicas à direita, à esquerda ou ao centro, os entrevistados da pesquisa identificam, sim, um projeto no qual se sentem representados, respeitados e elevados.

            Trata-se de um projeto que, contrário à lógica neoliberal, adota a lógica do crescimento econômico conjugado com a superação das inaceitáveis desigualdades sociais. Esta nova lógica prima pela promoção de políticas públicas sociais, que se traduzem em direitos fundamentais dos indivíduos.

            É a lógica do investimento na indústria nacional, com geração de empregos; de redução das taxas de juros; da abertura de pequenos negócios, por meio do microcrédito; da implantação dos programas de assentamentos na área rural e de luz na vida de todos os brasileiros.

            É também a lógica das políticas de investimento na aquisição da casa própria, no acesso de milhares de estudantes ao ensino superior, dentro e fora do País, e, na oportunidade, para que outros milhares descubram a beleza de ser alfabetizados, mesmo em idade adulta.

            É, portanto, a lógica que elege como meta a erradicação da pobreza extrema no País, prioridade da Presidenta Dilma. Lógica que se dá com a opção pelo fim dos bolsões de miséria, que vem dando lugar à elevação na pirâmide social de milhões de cidadãos brasileiros.

            Sr. Presidente, os entrevistados do Datafolha sabem por onde querem caminhar, com que querem caminhar, por que caminhar e, principalmente, por onde estão a caminhar.

            E esse saber, eles estão a demonstrar nos índices que não só aprovam o Governo atual como também apontam com quem gostariam de ver o País seguindo em frente. São sinais muito significativos, Sr. Presidente, para o mundo da política, que não podem ser desconsiderados.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente Waldemir Moka.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/04/2012 - Página 14241