O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, registro ante o Plenário o transcurso do aniversário de fundação de uma das mais importantes instituições brasileiras no setor da ciência aplicada; uma organização que, num tempo de vida relativamente curto, tornou-se paradigma não somente em nosso País, mas em todo o mundo.

            Refiro-me à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, organização que completa, neste 26 de abril, 39 anos de anos de uma saga que, entre outras realizações, concorreu fortemente para transformar o Brasil numa verdadeira potência mundial no setor de alimentos.

            De fato, nessas menos de quatro décadas, muita coisa mudou no campo brasileiro!

            Numa impressionante virada, grande parte da qual fundamentada nas linhas de pesquisa desenvolvidas pela Embrapa, o Brasil viu quadruplicada sua safra de grãos, por exemplo. Em números concretos, isso significou elevar a produtividade média desse culftivo do patamar de 800 para o de 3.200 quilos por hectare, variação equivalente à expressiva cifra de 780%.

            Desempenhos semelhantes podem ser apontados em outras áreas, tais como a produção pecuária, cuja chave foi o aumento da produtividade, impactando a oferta de carne, leite, couro, peles, embutidos, queijos e ovos. O mesmo se pode dizer, em graus variáveis, mas ainda assim significativos, dos setores de hortaliças, frutas, flores, fibras e essências florestais.

            A implicação disso para o Brasil é clara: maior riqueza e maior pujança econômica. Para a população é mais clara ainda: produtos de melhor qualidade, a preços muito mais acessíveis. E, ainda, maior disponibilidade bioenergética, a par de substâncias revolucionárias na área dos insumos agrícolas e na dos medicamentos.

            Para que se tenha uma idéia do poder transformador das tecnologias desenvolvidas na Embrapa, basta dizer que - conforme estudos internos, recentemente divulgados - para cada real ali aplicado, outros nove reais e 35 centavos retornaram para a sociedade brasileira. Tudo isso, ressalve-se!, considerando-se apenas um conjunto relativamente restrito de 110 entre as várias tecnologias desenvolvidas na Empresa, montante esse que não chega a traduzir com eloqüência e precisão as reais dimensões que, com o decorrer do tempo, tomaram suas atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

            Isso permitiu ao Brasil, que na década de 1970 ainda dependia de importações para suprir suas necessidades alimentares, sustentar uma crescente população urbana, que mais que dobrou ao longo dos últimos 40 anos. Permitiu, também, que nosso País se tornasse líder em inovação na agropecuária tropical, e viesse a se consolidar na vanguarda das esperanças mundiais de erradicação da fome e da subnutrição.

            Hoje, as bases de nossa bioindústria estão lançadas, mas o desafio da Embrapa para com o Brasil do futuro se ampliou, uma vez que os novos tempos exigem respostas para além da visão convencional da tecnologia.

            Assim, apoiada em modernos padrões tecnológicos de nível mundial e sintonizada com o novo paradigma da agricultura verde, a Empresa se prepara para atender aos padrões tecnológicos de amanhã. Esses padrões contêm um grau renovado de exigências técnico-mercadológicas, e se pautam por uma ampliada preocupação com requisitos tais como a saúde e o bem-estar das populações, os serviços ecossistêmicos, os sistemas produtivos integrados e sustentáveis, os mercados étnicos e regionais e, por último, mas não menos importante, o imperativo histórico da bioenergia.

            Assim, na feliz ocasião em que o Brasil recebe a Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (Rio+20), sobressai, com relevo, a comemoração dos 39 anos de atividades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

            Congratulo-me, nessa oportunidade, com todos os profissionais que fazem da Embrapa um legítimo objeto de orgulho nacional, comungado por todos os brasileiros. Quero, por isso, parabenizar todos os seus quase 10 mil servidores que, pesquisadores ou não, desenvolvem atividades da maior relevância em cada uma das 47 Unidades de Pesquisa e de Serviços e das 14 Unidades Centrais Administrativas que, hoje, estruturam a Empresa.

            Permitam-me dirigir um cumprimento especial àqueles funcionários vinculados à Embrapa Roraima, Estado da Federação que tenho a honra de representar nesta Casa. Lá, estudos de caráter altamente estratégico são, neste momento, desenvolvidas com foco em temas tão variados e instigantes quanto a Agricultura Indígena, a biotecnologia, a exploração de recursos florestais e a pesquisa dos recursos genéticos associados aos biomas típico de Roraima: a floresta e a savana de altitude.

            Que o sucesso da Embrapa possa continuar pelos anos afora, em benefício do Brasil, dos brasileiros e de todos os que, no mundo inteiro, dependem de nós para obter comida, energia, fibras e medicamentos.

            É o que tinha a dizer, Senhor Presidente. Mui pela atenção.