Comunicação inadiável durante a 68ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Alerta acerca de irregularidades na Agência Nacional de Transportes Terrestres.

Autor
Roberto Requião (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
Nome completo: Roberto Requião de Mello e Silva
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.:
  • Alerta acerca de irregularidades na Agência Nacional de Transportes Terrestres.
Publicação
Publicação no DSF de 27/04/2012 - Página 14660
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO.
Indexação
  • APREENSÃO, ORADOR, RELAÇÃO, SITUAÇÃO, AGENCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES (ANTT), MOTIVO, INCONSTITUCIONALIDADE, DIRETORIA, ORGÃO, FATO, PROBLEMA, CONCESSÃO, RODOVIA, CONEXÃO, ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ES), ESTADO DA BAHIA (BA), SOLICITAÇÃO, SENADOR, REMESSA, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DOCUMENTO, ANALISE, TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (TCU), ARTIGO DE IMPRENSA, PUBLICAÇÃO, JORNAL, VALOR ECONOMICO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), REFERENCIA, IRREGULARIDADE, ORGÃO PUBLICO.

            O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco/PMDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Senadora Ana Amélia, mais uma vez estou aqui cumprindo o meu dever de Senador do Paraná e, portanto, fiscal do Governo e defensor, acima de tudo, das boas intenções da nossa Presidenta Dilma.

            Nós já prestamos um grande serviço à Presidenta quando afastamos o Sr. Bernardo Figueiredo da ANTT. Mas parece que lá não mudou nada. Mas quero fazer um parêntese de entusiasmo com a nossa Presidenta.

            O PMDB, ontem, prestou um grande favor à Presidenta da República, acabando, violando o Código Florestal urdido aqui no Senado da República, que, a meu ver, ainda deixava muito a desejar. Mas a bancada do PMDB votou fechada pelo retrocesso, pelo barbarismo.

            E, agora, a nossa Presidenta vai vetar o Código e vai subir mais dez pontos nas pesquisas de opinião pública. Ela tem que agradecer à tolice do PMDB da Câmara que votou como não devia ter votado. Votou contra a preservação da natureza e rompeu um acordo, que a meu ver, ainda não era o ideal, forjado aqui no Senado da República.

            Mas eu venho à tribuna hoje para trazer à Presidenta uma informação importantíssima a respeito da ANTT. Preocupa-me muito esta ANTT. Nós livramos a Presidenta do Bernardo Figueiredo, mas parece que isso não resolveu nada. Ela não mandou para o Senado os novos nomes. Nós temos uma diretoria inconstitucional. E eu me refiro à verificação pelo Tribunal de Contas dos absurdos que estão acontecendo.

            Há muitos problemas nos contratos de concessão. E procedimentos internos da ANTT permitem que as concessionárias joguem no fundo de caixa, com TIR entre 18% e 24%, mesmo com a Presidenta baixando juros e o mercado estando trabalhando com 8% a 9%, “investimentos novos”, manutenção, considerada como investimento reversível e com a correção de 18% a 24% do ponto de vista contratual. É o famoso contrato estático, Senador Humberto. O contrato que não se adapta à realidade do equilíbrio financeiro.

            Esse processo do Tribunal de Contas da União se refere à primeira fase dos contratos, quando os juros estavam altos e, à época, talvez até se justificasse a existência desta TIR, nunca de tratar como investimentos novos projetos singelos de manutenção. Isso se refere a contratos examinados pelo Tribunal de Contas na nova Dutra, Rodovia Eurico Gaspar Dutra, entre São Paulo e Rio de Janeiro; ponte Rio-Niterói; Concepa, Porto Alegre-Osório; Concer, Juiz de Fora-Rio de Janeiro. E o Tribunal de Contas detalha isso no Processo nº 005534, de 2011, relatório de auditoria da Secex.

            Agora, temos problemas na concessão da BR-101, entre o Espírito Santo e a Bahia. O contrato reproduz as mesmas barbaridades. Permite que se considerem investimentos reversíveis obras de manutenção e mantém este aspecto da TIR - Tarifa Interna de Retorno - estática, com juros simplesmente absurdos.

            O Tribunal de Contas da União pediu informação, solicitou ao atual Presidente da ANTT - irregular, mas atual presidente - que suspendesse a homologação. Houve uma revolta interna.E, pelo que me chega como informação, a razão é a seguinte: tínhamos um contrato estabelecido anteriormente, um compromisso com os empreiteiros, com os concessionários, e nós queremos homologar esse contrato antes que o Tribunal mexa nisso.

            Parece que retiraram ou pretendem retirar o presidente, que se recusou homologar a concessão.

            Isso tudo está estampado no jornal Valor, hoje: “TCU impede Agência de aprovar leilão da BR-101”. E coloca novamente sob suspeita essa famigerada ANTT. A nossa Presidenta devia mandar os nomes para exame do Senado e pôr um paradeiro nesse processo. Senão, acaba de nada valendo o favor que o PMDB lhe prestou ao fazer a bobagem de recusar o Código Florestal do Senado, que ela vai vetar. E os 10 pontos que ela vai subir pode se transformar numa queda no médio e no longo prazo na sua apreciação pela opinião pública.

            Presidenta Dilma, leve a fundo a faxina.

            O Senado impediu a nomeação do Bernardo Figueiredo, a sua recondução, mas não é possível que ele continue mandando e que compromissos absurdos como esse que acabo de descrever sejam mantidos.

            Solicito, Senadora Ana Amélia, que esses documentos, a auditoria que tenho em mão do Tribunal de Contas da União e...

(Interrupção do som.)

            O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco/PMDB - PR) -... uma cópia da matéria do jornal Valor seja rapidamente entregues para a nossa Presidenta, através da Casa Civil ou não, para que, amanhã não se diga: “Isso aconteceu porque a nossa Presidenta não tinha conhecimento do que ocorria”.

            Quero que, oficialmente, ela tenha conhecimento do relatório do Tribunal de Contas e da matéria do jornal Valor, e dos temos em que fiz este pronunciamento de alerta como uma ajuda da base do Governo, para que erros não sejam novamente cometidos, na forma do Regimento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/04/2012 - Página 14660