O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, como evidencia a história recente, Roraima é dos Estados mais jovens da Federação. Instituído como Território Federal de Rio Branco, em 1943, durante o Governo do Presidente Getúlio Vargas, Roraima conquistou o status de Estado por disposição da Constituição Federal de 1988.

            Mosaico admirável do elemento humano que povoou e, depois, colonizou o Norte do Brasil, Roraima vem ao longo do tempo procurando realizar seu extraordinário potencial econômico. Nesta linha, desperta cada vez mais a atenção de brasileiros e estrangeiros que, junto com a brava e honrada população local, constroem o futuro de nosso Estado.

            Em uma de suas edições de 2011, a revista Rodovias & Vias, importante e prestigiada publicação voltada para a infraestrutura brasileira na área de transportes, traz longa e substantiva reportagem sobre o Estado que me fez seu representante nesta Casa.

            Sob o estimulante título "Roraima: Terra de Oportunidades", a revista dedica 15 páginas editoriais, nas quais apresenta as várias potencialidades do Estado, com ênfase na construção e revitalização da malha rodoviária.

            Segundo a publicação, com a rápida evolução das comunicações via terrestre, o Estado está' na iminência de se transformar em um celeiro para as nações vizinhas, revelando suas inúmeras possibilidades de investimentos e negócios.

            Um passo relevante, embora tardio, foi a regularização fundiária, inaugurada em janeiro de 2009, por meio de Decreto do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ato jurídico, que começou a produzir efeito no final do primeiro semestre daquele ano, permitiu a transferência para Roraima de 6 milhões de hectares de terra pertencentes à União.

            Para o Governador José de Anchieta Júnior, citado pela revista, "a falta de regularização de terras era um dos principais entraves ao progresso, capaz de frear o desenvolvimento da economia roraimense".

            Hoje, com as reservas indígenas devidamente demarcadas e áreas de preservação ambiental delimitadas, é possível pensar grande e impulsionar o Estado na trilha do desenvolvimento harmônico e sustentado, apto a gerar e compartir as imensas riquezas da região.

            Roraima vive uma fase muito especial, tendo se transformado em verdadeiro canteiro de obras, na medida em que o Estado ainda se ressente de graves problemas relativos à infraestrutura. De resto, questão que atormenta, na atualidade, mesmo as mais ricas unidades da Federação brasileira.

            No caso de Roraima, despontam como fundamentais, ou pré-condições incontornáveis para o efetivo desenvolvimento, as áreas de energia e transportes. Percebe-se o empenho oficial no sentido de interiorização do programa energético, com a interligação de sistemas que permitam adequada distribuição, superando também o antigo modelo de termoelétricas.

            Para que se tenha uma idéia, Senhor Presidente, o Estado vem importando energia da usina venezuelana de Guri, em contrato muito pouco interessante, pois "no momento consome menos do que paga e gera menos do que consome".

            Como já mencionei em diversas ocasiões, inclusive em entrevista a Rodovias & Vias, defendo três linhas de investimento em infraestrutura.

            Estradas, com asfaltamento e reconstrução de vias como

            as BRs 174 e 210, pavimentação das vicinais e interligação de Boa Vista com Manaus, indiscutivelmente grande centro regional, inclusive com vôos internacionais regulares.

            A questão energética é outro ponto decisivo, como já registrado. Roraima precisa construir quatro1 hidrelétricas e vender energia para o restante do Brasil, além de distribuí-la para o interior, porque muitas vilas de Roraima ainda têm sua energia a motor e óleo diesel.

            Logística surge como a terceira linha de investimentos. A integração de Roraima com o restante do Brasil e com o Caribe é prioridade, na medida em que viabilizará a franca expansão de nossa economia. O porto de Caracaraí, ora em construção, será o primeiro porto estruturado de Roraima.

            Por outro lado, pleiteamos que empresas brasileiras pavimentem as estradas de Georgetown e lá construam o porto e uma hidrelétrica. Assim, completa-se o pacote de financiamento internacional de que o Governo da Guiana tanto precisa para alavancar o desenvolvimento do vizinho País.

            Junto com as autoridades e o povo de Roraima celebro o merecido destaque que nosso estado recebeu da revista Rodovias& Vias, e reafirmo minha certeza no auspicioso futuro que estamos construindo.

            Muito obrigado.