Pronunciamento de Eduardo Lopes em 09/05/2012
Comunicação inadiável durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Apoio ao Governo Federal pelo combate às altas taxas de juros bancárias.
- Autor
- Eduardo Lopes (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
- Nome completo: Eduardo Benedito Lopes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Comunicação inadiável
- Resumo por assunto
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TRIBUTOS, HOMENAGEM.:
- Apoio ao Governo Federal pelo combate às altas taxas de juros bancárias.
- Publicação
- Publicação no DSF de 10/05/2012 - Página 16669
- Assunto
- Outros > TRIBUTOS, HOMENAGEM.
- Indexação
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- MANIFESTAÇÃO, APOIO, ORADOR, DESTINAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, MOTIVO, ESFORÇO, REDUÇÃO, EXCESSO, TAXAS, JUROS, PAIS, FATO, PROVIDENCIA, CRIAÇÃO, BENEFICIO, POPULAÇÃO, AMPLIAÇÃO, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO.
- HOMENAGEM, ORADOR, DESTINAÇÃO, JOSE ALENCAR, EX VICE PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, ESFORÇO, REDUÇÃO, TAXAS, JUROS, BRASIL.
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Srª Presidenta.
Em nome da Liderança do Partido Republicano Brasileiro (PRB), quero enaltecer a atitude positiva e corajosa da nossa Presidenta Dilma Rousseff no combate às altas taxas de juros praticadas no Brasil.
A polêmica dos juros altos não é de agora. É uma questão histórica e de tantas controvérsias, desde que o homem passou a emprestar qualquer coisa tendo algum ganho com isso.
A taxa básica de juros do Brasil, conhecida como taxa Selic, é o principal instrumento de política monetária do Governo, principalmente para o controle da inflação, via redução do crédito. Acontece que ela é uma das mais altas do mundo e isso faz com que os juros pagos pela população, nas compras a prazo, no financiamento bancário e na compra da casa própria, sejam exorbitantes.
Em 2003, a Selic passou dos 26%. Imaginem a quanto andavam os juros que os bancos cobravam dos seus clientes! Acreditem: passavam de 230% ao ano!
E agora, que a Selic está num nível historicamente baixo, 8,5% ao ano, os juros continuam lá em cima, nos mesmos níveis de 2003. As instituições financeiras pegam esse dinheiro pagando juros de 8,5% ou mesmo 9% ao ano e emprestam a 185% ou mais; ou seja, jogam um spread de 176%. Qual é a lógica disso?
É bem verdade que a carga tributária e os depósitos compulsórios junto ao Banco Central contribuem para esse patamar. Mas, quanto à inadimplência, considerada alta, parece-me que essa é uma questão de responsabilidade dos próprios bancos, que, no afã de expandir seus negócios, podem ter afrouxado demasiadamente os requisitos para concessão de crédito. No mais, não há explicação para a cobrança de taxas tão altas.
Lembro aqui a luta de um grande brasileiro contra os juros altos no Brasil - nosso querido e saudodos José Alencar. Ele queria ver o País livre dessa coisa que tanto mal faz aos brasileiros e brasileiras, principalmente os de menor renda e de condições de vida mais humilde. José Alencar abominava e criticava severamente a prática de juros altos.
Tinha ele toda razão. Lamentavelmente, não pôde viver para ver que sua luta, a bandeira de tantos anos de sua vida, está agora, efetivamente, se erguendo.
Em relação às mudanças na caderneta de poupança, é importante salientar que a forma de correção anterior foi estabelecida em um momento em que o País estava com inflação altíssima e que era preciso proteger o pequeno poupador.
Mas agora, a inflação é baixa e está sob controle; então, era preciso ajustar essas regras à nova realidade econômica do País. Era preciso criar condições para baixar ainda mais os juros que os bancos cobram das pessoas que compram a prazo, que tomam dinheiro emprestado, que precisam comprar a casa própria.
É por isso que o Governo criou um nova forma de corrigir a caderneta de poupança daqui para frente. Quem já tinha dinheiro na poupança vai tê-lo corrigido pela forma antiga. A nova regra somente será aplicada para novos depósitos.
E, mesmo assim, a caderneta de poupança ainda é o lugar mais seguro para as pessoas guardarem suas reservas. Ela tem correção garantida por 70% da Selic e mais a TR. Se a Selic ficar acima de 8,5%, volta a valer a regra anterior.
Faço apenas uma ressalva: considerando que 65% dos recursos da caderneta de poupança devem ser obrigatoriamente aplicados no sistema financeiro de habitação, para construção e aquisição de moradias, é importante que os beneficiários da redução dos juros da poupança sejam os mutuários e não os bancos que fazem os financiamentos.
Por isso, apresentei uma emenda à medida provisória que trata do assunto, tornando obrigatório o repasse da redução dos juros da poupança para os mutuários.
No mais, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é importante ressaltar que a Presidenta Dilma tem legitimidade e apoio da população brasileira para pressionar e convencer os bancos a baixarem os juros.
Portanto, não se trata de um ataque aos bancos. Não é isso que pretende o Governo. O que se deseja é mudar uma prática nociva ao conjunto da população brasileira, que é a cobrança de juros altíssimos, os mais altos do mundo.
Por fim, quero aqui reiterar, em meu próprio nome, também em nome do Partido Republicano Brasileiro e em memória de José Alencar, como vice-presidente de honra que foi do nosso Partido, parabenizar a Presidenta Dilma por essa cruzada contra os juros altos em nosso País.
No Brasil de hoje não é mais concebível tal prática. Esse é o caminho da verdadeira prosperidade e da justiça social.
Era isso que eu tinha a dizer, Presidenta.
Obrigada.