Discurso durante a 76ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância do agronegócio brasileiro, defendendo redução dos juros e maior destinação de recursos para o setor.

Autor
Sergio Souza (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
Nome completo: Sergio de Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Considerações sobre a importância do agronegócio brasileiro, defendendo redução dos juros e maior destinação de recursos para o setor.
Publicação
Publicação no DSF de 10/05/2012 - Página 16813
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • COMENTARIO, ORADOR, IMPORTANCIA, AGROINDUSTRIA, AUMENTO, CRESCIMENTO ECONOMICO, BRASIL, SOLICITAÇÃO, AMPLIAÇÃO, INVESTIMENTO, SETOR, REDUÇÃO, TAXAS, JUROS, ATIVIDADE AGRICOLA.

            O SR. SÉRGIO SOUZA (Bloco/PMDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, caros telespectadores da TV Senador, ouvintes da Rádio Senado, boa noite a todos, volto à tribuna para tratar do agronegócio brasileiro.

            É fundamental lembrar que em 2011, segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 2,73% enquanto, de acordo com estudo feito em parceria pelo Cepea da Esalq/USP e a CNA, o PIB do agronegócio fechou 2011 com uma alta de 5,7%.

            A agroindústria cresceu apenas 0,66% no ano, prejudicada pelo desempenho negativo da indústria de açúcar, negativo em 10,76%; têxtil, 9,95%; e calçados, 11,58%.

            Contribuíram de forma positiva, Senador Moka, Presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, os segmentos de óleos vegetais, em 12,06%, café em 13,44% e outros alimentos, da ordem de 10,49%.

            O resultado do PIB do setor agropecuário foi favorecido pela safra de grãos e fibras, com produção recorde de 162,8 milhões de toneladas em 2011.

            Mais importante, no entanto, é o impacto do agronegócio nacional nas contas externas.

            A balança comercial do agronegócio brasileiro, divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA, fechou o ano de 2011 com um saldo positivo de US$ 77,5 bilhões.

            As exportações agropecuárias brasileiras somaram, no ano passado, US$ 94,6 bilhões, superando em 23,7% o valor obtido em 2010, que foi de US$ 76,4 bilhões.

            Esse montante é quatro vezes maior que o saldo obtido no ano de 2000, quando o País exportou US$20,6 bilhões em produtos agropecuários.

            Srªs e Srs.Senadores, telespectadores da TV Senador em todo o Brasil e ouvintes da Rádio Senado, é absolutamente evidente a importância econômica e social do agronegócio brasileiro para o nosso País.

            Por isso é fundamental que o Governo esteja sempre atento aos desafios relacionados à produção no setor agropecuário.

            E aqui, Sr. Presidente, Senador Paim, eu ressalto que os juros no Brasil vêm caindo de forma drástica, e isso é importante, Senadora Vanessa Grazziotin, para o crescimento deste País, a taxa Selic há pouco tempo chegava a casa dos 20 pontos percentuais, hoje está em menos de dez pontos.

            Os juros para o financiamento de veículos, os juros de linhas de crédito para a casa própria, os juros também para o capital caíram; todos eles caíram nos últimos meses, e em especial nas últimas semanas. No entanto, os juros para o agronegócio se mantêm os mesmos, em 6,75% ao ano.

            Nós fazemos um pleito ao Governo brasileiro para que esses juros também sejam reduzidos, se não na mesma proporção da taxa Selic, pelo menos em um ponto percentual, ficando aí na mesma proporção dos demais juros de financiamento concedidos pelos bancos.

            Por isso, Sr. Presidente, é fundamental que o Governo esteja sempre atento aos desafios relacionados à produção do setor agropecuário.

            E assim, reveste-se de grande importância o lançamento, na última segunda-feira, na capital do meu Estado, na cidade de Curitiba, do Plano Safra de Inverno, com a presença do Ministro da Agricultura e Abastecimento do Brasil Mendes Ribeiro.

            Na ocasião, o ministro anunciou medidas de reajuste dos preços mínimos de todas as culturas de inverno. Chamo a atenção para o anúncio do novo preço mínimo do trigo, que passa de R$477,00 a tonelada para R$501,00 por tonelada em toda a região Sul. Nas regiões Centro-Oeste e Sudoeste e no Estado da Bahia, será alterado de R$535,00 para R$552,00 por tonelada.

            Os novos valores vigoram a partir de julho de 2012 e vão até julho de 2013.

            Há dois anos não havia reajuste do preço mínimo do trigo. Mesmo sendo modesto, eu saúdo o empenho do Ministro da Agricultura Mendes Ribeiro.

            Registro ainda que dentre as medidas de apoio ao trigo está o aporte de R$430 milhões para incentivar a comercialização dessa safra em 2012, e também a ampliação de 14% em relação à safra passada dos recursos para o crédito e R$60 milhões para o pagamento das subvenções do seguro agrícola.

            Temos que garantir, Sr. Presidente, também, o que o Plano Safra 2012/1013 prevê para a safra de verão.

            Recentemente o Ministro Mendes Ribeiro disse que ficará satisfeito se o Governo Federal mantiver, para a safra 2012/2013, os mesmos R$107,21 bilhões disponibilizados em linhas de crédito para o Plano Agrícola Safra 2011/2012. Considero que esses recursos são volumosos, mas talvez não sejam suficientes. Ressalto aqui a importância de aumentarmos esse recurso, talvez o máximo que pudermos, e sei do empenho do Ministro da Agricultura nesse sentido.

            Penso que devemos ir além e buscar incrementar ainda mais o volume de recursos destinados ao setor, até porque, no ano passado, algumas variáveis do mercado internacional auxiliaram o setor. As expectativas para 2012 são distintas. De acordo com a CNA, o VBP da agricultura deve crescer, ao menos, 1,5%. Irá para R$2,5 bilhões, reflexo das dificuldades e da recuperação da economia mundial, fator que desaquece o mercado de commodities agrícolas, reduzindo os preços desses produtos no exterior e no mercado interno.

            O cenário externo também já influenciou negativamente o desempenho PIB do agronegócio brasileiro. Afinal, o levantamento feito pela CNA, em parceria com o Cepea da Esalq/USP, mostrou um recuo de 0,11% do PIB do agronegócio, em janeiro de 2012. Por isso, das ações necessárias, Sr. Presidente, para incrementarmos a redução dos juros.

            Enfim, tenho a convicção que o Governo da Presidente Dilma está do lado do produtor, e a condução competente do Ministro Mendes Ribeiro a frente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento atesta isso. A participação do agronegócio brasileiro nessa trajetória recente de desenvolvimento socioeconômico do País é inquestionável.

            Na verdade, merece destaque e louvor, nossa capacidade de elevar a produtividade no campo através do trabalho e da dedicação dos produtores, do Governo e dos investimentos em pesquisa e tecnologia no setor.

            Aqui, faço referência à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - a Embrapa, que completou recentemente 39 anos e é a grande, a maior responsável por sermos desse tamanho em produção agrícola.

            Além dos benefícios diretos, temos a situação privilegiada e estratégica de sermos um dos países, um dos maiores ou um dos principais produtores mundiais de alimentos, no momento em que cresce de forma exponencial a importância de países nessa situação.

            Sabemos todos que o mundo está comendo mais, porque o mundo está produzindo mais, porque o mundo está com uma consciência social de melhor distribuição de renda em todos os continentes. Quando uma família tem uma melhor condição de renda, essa família passa a consumir mais e, principalmente, passa a consumir mais alimentos.

            Para concluir, Sr. Presidente, cabe a nós, Congressistas, trabalharmos junto com o Governo para garantir esse futuro brilhante e pujante do setor agrícola nacional.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Uma boa noite a todos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/05/2012 - Página 16813