O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, para nós que vivemos na Amazónia, é fácil deduzir que a Zona Franca de Manaus (ZFM) tornou-se a grande indutora do desenvolvimento da região nas últimas décadas.

            Por isso, foi com grande satisfação que recebi a edição mais recente da revista Suframa Hoje, que é dedicada aos 45 anos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). E essa longa e produtiva existência é o motivo de estarmos aqui reunidos nesta sessão comemorativa.

            A revista destaca o modelo de desenvolvimento adotado para a região, que se pode considerar bem-sucedido nos aspectos económico, social e ambiental, apesar de ainda restarem muitos desafios na área de infraestrutura.

            A Suframa, mesmo tendo trocado várias vezes de comando, não mudou a linha desenvolvimentista adotada desde sua criação. O atual superintendente, Thomaz Afonso Nogueira, continua pautando as decisões do órgão de acordo com as diretrizes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comiércio Exterior (MDIC), especialmente na geração de emprego e renda, agilidade na análise de Processos Produtivos Básicos (PPBs), definição dos segmentos estratégicos para atração de novos investimentos no Pólo Industrial de Manaus (PIM), qualificação profissional e investimento em capital intelectual, definição do futuro Centro de Biotecnologia da Amazónia (CBA), e aplicação de recursos na interiorização do desenvolvimento.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores quando se fala em Amazónia nos dias atuais, não se pode mais pensar exclusivamente em florestas virgens e em povos incivilizados, ou em sofridos seringueiros. E a Suframa tem um papel preponderante na transformação sofrida pela região.

            Somente no ano passado, as empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus faturaram 41 bilhões de dólares, superando em um bilhão a previsão da própria Suframa para 2011 e ostentando o melhor resultado em toda a sua existência.

            O crescimento, em nossa moeda, foi de 11,24% (68,7 bilhões de reais em 2011, contra 61,8 bilhões em 2010). Esse percentual de crescimento é três vezes maior que as estimativas mais otimistas para o PIB nacional.

            O Governador do Amazonas, Ornar Aziz, ao discursar na última reunião do Conselho de Administração da Suframa, fez questão de ressaltar que a Zona Franca de Manaus tem enfrentado problemas, mas conseguiu impor sua capacidade produtiva e sobreviver, principalmente quando da abertura para as importações na década de 90 do século passado.

            Então, não podemos deixar de comemorar a chegada da Suframa aos 45 anos de existência, parabenizando todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a grandeza da Zona Franca de Manaus. Ressaltamos que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançou um selo comemorativo, que será utilizado pela autarquia e pelas sedes descentralizadas na Amazónia Ocidental em suas correspondências.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores ainda hoje, pode-se ouvir a voz de alguns alarmistas que entendem que o Brasil corre o risco de perder o imenso território amazônico devido à grande cobiça que o rico património mineral e biológico despertaria em outras nações. Então devemos ressaltar a importância estratégica da decisão tomada no já distante ano de 1967 de estimular o desenvolvimento de um território quase inabitado e, para muitos descrentes, reconhecidamente inóspito. As enormes distâncias da região para se atingirem os centros consumidores do Brasil constituem, mesmo na época atual, um problema para os dirigentes envolvidos com a infraestrutura e com a logística. Por isso, os incentivos continuam sendo considerados um atrativo importante para a alocação de investimentos na região.

            Hoje em dia, o Polo Industrial de Manaus comprova a sua importância com os resultados e os benefícios trazidos para a área de atuação da Suframa, que abrange os Estados de Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima, além das Áreas de Livre Comércio de Macapá e de Santana, no Amapá.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores o mundo mudou muito, e o fato de o Brasil ter realizado uma ampla abertura para os produtos importados na década de 1990 leva algumas pessoas a afirmar que a Zona Franca de Manaus diminuiu de importância devido à concorrência. Mas a Suframa desdenha desses pessimistas, pois o dinamismo da ZFM pode ser facilmente comprovado com o enorme crescimento da produção demonstrado em 2011, além da geração de milhares de empregos.

            Certamente, ainda há grandes desafios a enfrentar!

            Como afirma o atual superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, "investir na superação das dificuldades de infraestrutura é absolutamente imprescindível para a evolução do modelo, bem como se faz necessário reconfigurar o Polo Industrial de Manaus e fortalecê-lo, buscando sua dinamização a partir da produção do conhecimento por recursos humanos locais e a adequação de suas diretrizes às vocações naturais da região". "Produzir conhecimento é possibilitar o domínio completo dos sistemas de produção, ir além da manufatura" -completa ele.

            Sem dúvida, é preciso envolver os trabalhadores, os líderes empresariais, as lideranças políticas e a sociedade civil na busca do contínuo desenvolvimento e do crescimento económico que certamente trará melhorias na qualidade de vida e no bem-estar da população da Amazónia.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, para encerrar, quero cumprimentar os dirigentes da Suframa e, principalmente, todo o povo da Amazónia pelo esforço em fazer da região uma verdadeira produtora de riquezas, cujos efeitos se irradiam para todo o território naciom

            Era o que tinha a dizer.