Pela Liderança durante a 86ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com as enchentes no Estado do Amazonas; e outros assuntos.

Autor
Alfredo Nascimento (PR - Partido Liberal/AM)
Nome completo: Alfredo Pereira do Nascimento
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Preocupação com as enchentes no Estado do Amazonas; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/2012 - Página 20405
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, SITUAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, REFERENCIA, DESASTRE, INUNDAÇÃO, RIO.
  • APREENSÃO, EFEITO, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, REDUÇÃO, ATIVIDADE, POLO INDUSTRIAL, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), URGENCIA, PROVIDENCIA, INCENTIVO, DESENVOLVIMENTO, ZONA FRANCA.

            O SR. ALFREDO NASCIMENTO (Bloco/PR - AM. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, o Estado do Amazonas passa por um dos momentos mais difíceis de sua história. As cheias dos seus rios, característica marcante do período de chuvas no Estado, alcançaram seu nível mais alto comparado ao passado recente, desabrigando mais de 76 mil famílias.

            Além de perderem suas casas e patrimônio, essas famílias já enfrentam dificuldades para sobreviver com dignidade. Nossas crianças não têm podido assistir às aulas e até os hospitais têm trabalhado em condições inóspitas para atender a uma população ainda mais vulnerável a doenças.

            Em meio a tanta devastação e tanto sofrimento, são 52 os Municípios atingidos. O Poder Público federal e estadual vêm juntando esforços para amparar essas famílias, mas ainda não se conhecem mecanismos que possam, efetivamente, virar essa página triste de nossa história.

            Mas não é só isso, Srª Presidente, enquanto busca uma solução para os problemas decorrentes das cheias, o Estado do Amazonas

também começa a sentir os efeitos colaterais da crise econômica europeia, que se aproximam de modo incontornável da economia brasileira.

            Foi com grande preocupação que recebi relatórios de que a Zona Franca de Manaus fechou o primeiro trimestre deste ano com redução de sua atividade: o faturamento do polo industrial de Manaus caiu pouco mais de 3% em

comparação com o mesmo período do ano passado; repetindo a desaceleração que observamos em outras regiões do País.

            A principal alavanca da economia do Amazonas, a Zona Franca de Manaus, dá sinais de fragilidade nesse início de ano. Traduzindo em números, estamos falando de um resultado de R$9,082 bilhões, mais de R$300 milhões abaixo do registrado em 2011. A retração é pequena na aparência, mas significativa

no montante. A desaceleração do polo industrial pode ser mostrada também pela redução na aquisição e importação de insumos, assim como no volume de suas exportações. Para que tenham uma ideia, dos vinte e um setores do polo industrial de Manaus, onze registraram

redução superior a 60% em seu faturamento nesse primeiro trimestre. Isso é muito preocupante.

            Os dirigentes da Zona Franca de Manaus e do setor produtivo têm evitado admitir a queda na atividade do polo industrial. Eu, de minha parte, não abordo esse assunto com o objetivo de lançar dúvidas ou preocupações descabidas. Penso que é nossa, que é minha obrigação acompanhar o desempenho da economia de nosso Estado, sempre com o objetivo de contribuir para o bem comum. Esse compromisso se torna ainda mais relevante quando consideramos o cenário econômico mundial e o contágio potencial da economia brasileira. No momento em que o Governo Federal discute medidas para alavancar setores afetados pelas turbulências internacionais, nada me parece mais justo que esperar que tais atenções se voltem também para a Zona Franca de Manaus.

            Nas últimas semanas, assistimos a um ajuste na política econômica com vistas ao estímulo à redução das taxas de juros e também o debate em torno do lucro dos bancos. Bonito no discurso

, o efeito de tais mecanismos, entretanto, ainda não podem ser percebidos no desempenho da economia. Analistas avaliam que os reflexos dessas medidas estarão mais claros apenas no segundo semestre, se não houver deterioração ainda maior do cenário internacional.

            O Ministério da Fazenda anunciou novas ações em benefício da indústria automotiva, que também registrou um fraco desempenho nesse começo de ano. Por que as medidas que

incentivam as atividades de maior peso na Zona Franca de Manaus não podem receber o mesmo tratamento? Por que não estender esses benefícios concedidos à indústria automotiva brasileira para as motocicletas fabricadas em nosso polo industrial?

            Srª Presidenta, o momento exige atenção e união de esforços para o enfrentamento das dificuldades que se avizinham. Não questiono o interesse do Governo em proteger e amparar setores radicados nas regiões mais desenvolvidas de País, mas espero que o meu Amazonas possa receber, também, a ajuda necessária para contornar problemas que podem tornar nosso Estado, meu querido Estado do Amazonas, inviável.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/2012 - Página 20405