Pela Liderança durante a 86ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à política econômica do Governo Federal.

Autor
Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Apoio à política econômica do Governo Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 23/05/2012 - Página 20622
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, PARTICIPAÇÃO, GUIDO MANTEGA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), DEBATE, SITUAÇÃO, PAIS, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, APOIO, GOVERNO FEDERAL, IMPLANTAÇÃO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, INCENTIVO, CRESCIMENTO, ECONOMIA NACIONAL, NECESSIDADE, COMPENSAÇÃO, PREJUIZO, ESTADOS, MUNICIPIOS, REFERENCIA, DESONERAÇÃO TRIBUTARIA, IMPOSTOS.

            O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco/PMDB - AL. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, a Casa promoveu hoje, através da Comissão de Assuntos Econômicos e da Comissão Mista que aprecia a Medida Provisória 567, outro produtivo debate com o ministro da Fazenda acerca das dúvidas internacionais e da política econômica interna, especialmente sobre as mais recentes medidas econômicas adotadas pelo Governo, com o intuito de manter o nível da atividade econômica e estimular também o consumo.

            O Ministro Guido Mantega - este registro, mais do que nunca precisa ser feito - é um dos mais assíduos a esta Casa e não tem, Sr. Presidente, se furtado a debater publicamente os caminhos da política econômica brasileira e os cenários duvidosos do exterior.

            Faço este reconhecimento porque a postura do Ministro Guido Mantega tem sido a do diálogo, transparência, franqueza e objetividade. Foi assim com os juros, com as desonerações e com as mudanças da poupança, que redundaram em aumentos de captação. Por este motivo, temos que apoiar e aplaudir a Presidente Dilma Rousseff pela corajosa medida que conta com o apoio nacional.

            Como é de conhecimento público, o Governo reduziu sensivelmente o Imposto Sobre Produtos Industrializados na aquisição de veículos. Também hoje, Sr. Presidente, Srs. Senadores, foi publicado o decreto que trata da diminuição do IOF para todas as operações de crédito de pessoas físicas, a partir desta quarta-feira.

            Esse conjunto de medidas pretende estimular o crédito no País e a principal delas, a redução do IPI, vale até 31 de agosto. O objetivo é claramente estimular a atividade econômica diante do agravamento da crise financeira internacional, notadamente na zona do Euro, e das flutuações da moeda norte-americana, que podem afetar a meta inflacionária no Brasil. Ambiente, Sr. Presidente, que está assombrando mercados no mundo inteiro.

            Mas, de outro lado - também é importante ressaltar, e isso também não pode deixar de ser destacado -, isso acaba por afetar as receitas dos Estados e municípios que já se encontram em grandes dificuldades no atual momento.

            Talvez precisemos reparar perdas em função dessas desonerações, como fizemos no passado. Fazer, Sr. Presidente, exatamente o que foi feito lá em 2009 e em 2010. Isso, do ponto de vista da Federação, do ponto de vista do equilíbrio que, constitucionalmente, o Senado está obrigado a proteger, seria melhor se as desonerações ocorressem no PIS/Cofins, na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das empresas.

            Tanto que, por conta desse equilíbrio que, constitucionalmente, somos obrigados a proteger, o Senado está priorizando as votações de todos os projetos que buscam exatamente reequilibrar o pacto federativo e devolver capacidade de investimento aos Estados federados.

            Entretanto, o atual esforço do Governo brasileiro, diante da volatilidade externa, demonstra que a área econômica está atenta aos repiques da crise e está agindo cirurgicamente, mais uma vez, como fez recentemente com as últimas medidas adotadas.

            As medidas de desoneração estão sendo, portanto, adotadas pelo Governo desde a crise de 2008/2009 e se mostraram eficientes na manutenção do nível da atividade econômica, com o aquecimento do consumo interno.

            De acordo com os dados disponíveis, especialmente o índice de Atividade Econômica do Banco Central - indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB -, o País fechou o primeiro trimestre de 2012 com alta de 0,15% ante o trimestre anterior. Isso indica uma modesta desaceleração e, por essa razão, vem em boa hora este conjunto de medidas para estimular o consumo e manter, como já disse, o nível da atividade econômica.

            Para a aquisição de automóveis, o IPI foi reduzido em todas as categorias para importados e nacionais. A expectativa é de que o preço final para o consumidor seja, em média, reduzido em 10% por cento.

            Fica claro, Sr. Presidente, Srs. Senadores, que as autoridades econômicas estão com a atenção redobrada nesta sintonia fina entre o crédito e a inadimplência.

            O próprio Ministro externou a preocupação na audiência de hoje e acenou com novas medidas nesta área. No cenário recente, alguns bancos restringiram o crédito em virtude de uma elevação tímida nos percentuais de inadimplência. Com as novas medidas, os bancos podem afrouxar o crédito e contribuir para a redução dos estoques das montadoras.

            Tenho certeza, Sr. Presidente e Srs. Senadores, de que a equipe econômica está monitorando, tempestivamente, todos os indicadores econômicos e que esta atuação pontual mostrará que o Brasil, mais uma vez, está preparado para enfrentar um eventual agravamento da crise e saberá superar mais este cenário adverso.

            Muito obrigado a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/05/2012 - Página 20622