Discurso durante a 228ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Concessão da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara aos agraciados em sua 2ª premiação.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM, DIREITOS HUMANOS.:
  • Concessão da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara aos agraciados em sua 2ª premiação.
Publicação
Publicação no DSF de 14/12/2011 - Página 53535
Assunto
Outros > HOMENAGEM, DIREITOS HUMANOS.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, AUTORIDADE, SENADOR, PRESENÇA, SESSÃO ESPECIAL, CONCESSÃO, COMENDA, DIREITOS HUMANOS, ELOGIO, VIDA PUBLICA, BISPO, LUTA, DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje pela manhã eu não pude comparecer na entrega da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara que ocorreu aqui neste Plenário.

            Os agraciados deste ano foram:

            O ministro e atual vice-presidente do STF, Carlos Ayres Britto; o cardeal e arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugênio de Araújo Sales; o historiador e fundador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke; o arcebispo da Paraíba, Dom Marcelo Pinto Carvalheira; o bispo de Goiás e assessor da Pastoral da Terra, Dom Tomás Balduíno; e Paulo César Fonteles de Lima (in memoriam) que foi deputado estadual e militante pela reforma agrária no Pará.

            Foram homenagens justas para homens que se destacaram e contribuíram e contribuem na defesa dos direitos humanos no Brasil.

            Eu entendo que essas honrarias e reconhecimentos por parte do poder público devem ser feitos em vida.

            Sr. Presidente, rapidamente eu gostaria de lembrar três passagens do meu conterrâneo, Jair Krischke:

            1°: ainda jovem sindicalista, fui convidado pela CNBB e por Jair Krischke, a integrar um grupo de deputados com a missão de ir até o vizinho Uruguai para conferir a situação de Universindo Dias e Lilian Celiberti uruguaios que foram sequestrados em Porto Alegre e entregues a ditadura daquele país.

            Numa outra oportunidade estava pronto para embarcar no aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha, rumo a Europa, com a missão de entregar as autoridades políticas eu rapei as um dossiê relatando a situação da classe trabalhadora brasileira. Estávamos em plena ditadura. Fui preso e encaminhado a uma delegacia.

            Graças ao empenho e a luta de Jair Krischke fui solto e pude voltar para a minha casa.

            Em 1983, realizamos uma das maiores manifestações contra o regime militar no Rio Grande do Sul.

            Saímos de Canoas dois mil com trabalhadores e chegamos em Porto Alegre, em frente ao Palácio Piratini com mais de vinte mil pessoas, exigindo liberdades democráticas e melhores condições de vida e de trabalho. Ali estava mais uma vez Jair Krischke.

            Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/12/2011 - Página 53535