Discurso durante a 97ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso, dia 11 próximo, do Dia da Marinha Brasileira; e outro assunto.

Autor
Sergio Souza (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
Nome completo: Sergio de Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM, CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Homenagem pelo transcurso, dia 11 próximo, do Dia da Marinha Brasileira; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 06/06/2012 - Página 23860
Assunto
Outros > HOMENAGEM, CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • HOMENAGEM, MARINHA, MOTIVO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, COMBATE, FORÇAS NAVAIS, BRASIL, GUERRA, PAIS ESTRANGEIRO, PARAGUAI.
  • ELOGIO, MARINHA, MOTIVO, ATUAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, RELAÇÃO, AUXILIO, POPULAÇÃO, ASSISTENCIA MEDICO-HOSPITALAR, DENTISTA, FATO, AUMENTO, INUNDAÇÃO, REGIÃO, CONTRIBUIÇÃO, PRECARIEDADE, QUALIDADE DE VIDA, PREJUIZO, SAUDE, PESSOAS.

            O SR. SÉRGIO SOUZA (Bloco/PMDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, funcionários, assessores, ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, senhoras e senhores, a Marinha do Brasil abre nesta semana diversas atividades de homenagens à sua data magna, o dia 11 de junho, em que se comemora o aniversário da Batalha Naval do Riachuelo.

            A Batalha do Riachuelo, que teve lugar às margens do Arroio Riachuelo - um afluente do Rio Paraná -, é considerada pelos historiadores militares como uma das mais importantes batalhas da Guerra do Paraguai.

            Se naquela batalha muitos militares da Marinha brasileira escreveram seus nomes com bravura na história - entre os quais quero destacar aqui o Almirante Barroso -, não podemos deixar de enaltecer e destacar hoje, em tempos de paz, o importante trabalho de anônimos militares em outras frentes de batalhas, silenciosas para nós, brasileiros, nas quais a Marinha continua digna do nosso orgulho e, porque não dizer, ainda orientada pelo lema de Barroso: "O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!".

            E é sobre esse trabalho dignificante, realizado pela Marinha do Brasil, Sr. Presidente, que venho hoje me pronunciar nesta tribuna, para informar aos nossos telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado sobre uma verdadeira "guerra silenciosa" travada pelos nossos militares da Marinha, superando as adversidades naturais da Amazônia, Senador Jucá, para levar assistência à saúde a milhares de brasileiros.

            No momento em que o País inteiro assiste, com grande perplexidade e preocupação, as enchentes que assolam a região da Amazónia brasileira, em especial do Rio Negro, venho à tribuna do Senado Federal, justamente, para exaltar o fantástico trabalho que vem sendo feito naquela região pela Marinha do Brasil.

            Refiro-me especificamente à Operação Matrinxã, conduzida há muito anos pela nossa Marinha, em atendimento aos ribeirinhos do norte do País que sofrem anualmente com a elevação dos rios da região.

            Neste ano de 2012, Sr. Presidente, as marcas dos níveis da maioria dos rios amazônicos estão chegando a números surpreendentes, sobretudo porque as cheias aconteceram bem mais cedo do que o que normalmente acontece anualmente. A cota do rio Negro, por exemplo, já está bem próxima a 30 metros - marca nunca antes atingida.

            Reveste-se, portanto, de maior relevância a ação do Comando do 9º Distrito Naval (Com 9°DN), com propósito de apoiar as ações da Defesa Civil nos Municípios do Estado do Amazonas.

            Sob o lema "Levando Esperança ao Povo Amazonense", desde o início de maio, militares da Marinha juntamente com representantes da Defesa Civil daquele Estado, iniciaram o levantamento dos danos e das necessidades de atendimento das comunidades mais atingidas.

            O trabalho desempenhado anualmente pela Marinha, na citada operação, corresponde ao atendimento médico e hospitalar dos moradores das margens dos rios e igarapés, quando a elevação do nível das águas na região torna, em muitos Municípios, inacessíveis os serviços de saúde.

            Neste ano, o ano de 2012, Senador Wellington, devido à ocorrência antecipada da cheia e ainda diante dos recordes nos níveis de água, a Operação Matrinxã teve de ser antecipada.

            Estão sendo empregados na Operação Matrinxã três navios de assistência hospitalar, dois navios-patrulha fluvial, três helicópteros, duas agências-escola flutuantes, seis lanchas da Capitania dos Portos da Amazónia Ocidental e 121 fuzileiros navais.

            Os navios de assistência hospitalar (NAsH) têm por missão realizar assistência médica e odontológicos nas regiões denominadas "Polos de Saúde", com o objetivo de implantar uma mentalidade de saúde e de cuidados com a higiene, além de manter uma vigilância epidemiológica e combater endemias.

            O Navio "Doutor Montenegro", subordinado ao Comando da Flotilha do Amazonas, acompanhado de duas Lanchas, subordinadas à Capitania dos Portos da Amazónia Ocidental, e de um destacamento de Fuzileiros Navais do Batalhão de Operações Ribeirinhas, partiu do cais da Estação Naval do Rio Negro no dia 5 de maio último. Após quatro meses, na Operação Acre XII, onde foram realizados serviços de consultas médicas, pequenas intervenções cirúrgicas, exames laboratoriais e tratamentos dentários, 11.590 ribeirinhos foram assistidos em 72 localidades, além de 322 mamografias e 02 evacuações médicas.

            O Navio de Asssistência Hospitalar "Dr. Montenegro", também, apoiou a Defesa Civil do Estado do Acre, durante a cheia do rio Acre/AC no mês de fevereiro último.

            No momento, no Rio Negro, a Operação Matrinxã está mobilizando 700 militares, sendo 95 oficiais e 605 praças, tendo sido realizados 15.376 procedimentos de atenção à Saúde para a comunidade ribeirinha em 56 localidades próximas a Manaus, totalizando 4.652 pessoas atendidas. Entre os principais procedimentos, eu gostaria aqui de destacar:

            a) Atendimento médico: 3.560 

            b) Procedimentos odontológicos: 7.658

            c) Procedimentos de enfermagem: 1.325

            d) Exames laboratoriais: 871

            e) Exames dermatológicos: 97

            f) Vacinações: 115

            g) Intervenções cirúrgicas: 03

            h) Eletrocardiograma: 18

            i) Mamografia: 111

            j) Exames ginecológicos: 02

            A importância deste registro, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é que esses números podem até mesmo parecer normais para a nossa realidade, mas são inimagináveis quando presenciamos lá, pessoalmente, os grandes desafios que precisam ser superados pela Marinha para se ter acesso a esses brasileiros, em um ambiente hostil, dentro da floresta, com águas já próximas aos telhados das casas e com transportes podendo ser realizados apenas por barcos.

            É, portanto, Sr. Presidente, motivo de grande orgulho para nós brasileiros o trabalho operoso e devotado, exercido por verdadeiros patriotas, em defesa das camadas mais necessitadas da nossa sociedade, localizadas numa região praticamente intocada pelo homem.

            Se o Brasil pode se orgulhar de ostentar o título de país com maior preservação florestal no Planeta, temos, em contrapartida, a obrigação de assegurar que os brasileiros que vivem nessas regiões tenham condições mínimas adequadas de sobrevivência. E, para tanto, trabalhos como esse da Marinha do Brasil, em cooperação com o Ministério da Saúde, são absolutamente fundamentais, e dignos de todo nosso reconhecimento.

            Assim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, reafirmo meus parabéns à Marinha do Brasil pelas comemorações da sua data magna.

            Para encerrar, e não fugindo do tema climático, de precipitações elevadas no Brasil, gostaria de dizer que, na data de ontem, fortes chuvas assolaram regiões no meu Estado. Dezesseis Municípios foram fortemente atingidos. Segundo a Defesa Civil do meu Estado, dezoito mil habitantes foram diretamente atingidos. São centenas de famílias desabrigadas que merecem a atenção do Governo do Estado do Paraná e do Governo Federal.

            Eu sei que a Ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, com quem estive hoje pela manhã, já está ciente do tema e está também adotando as providências perante o Governo Federal. Já solicitamos aos Muncípios que encaminhem à Defesa Civil os seus pleitos, os seus decretos de utilidade pública ou de estado de emergência, para que possamos agir, perante o Governo Federal, o mais rápido possível, para minimizar o desespero e os estragos nessas cidades e o desespero desses cidadãos paranaenses.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/06/2012 - Página 23860