Pronunciamento de Roberto Requião em 06/06/2012
Comunicação inadiável durante a 98ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Pesar pelo falecimento, hoje, do Bispo Emérito da Diocese de Palmas Dom Agostinho José Sartori, no Estado do Paraná.
- Autor
- Roberto Requião (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PR)
- Nome completo: Roberto Requião de Mello e Silva
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Comunicação inadiável
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.:
- Pesar pelo falecimento, hoje, do Bispo Emérito da Diocese de Palmas Dom Agostinho José Sartori, no Estado do Paraná.
- Publicação
- Publicação no DSF de 07/06/2012 - Página 24139
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
-
- HOMENAGEM POSTUMA, AUTORIDADE RELIGIOSA, IGREJA CATOLICA, ESTADO DO PARANA (PR), ELOGIO, VIDA PUBLICA, DEFESA, DIREITOS, PRODUTOR RURAL, COMBATE, IRREGULARIDADE, POSSE, TERRAS.
O SR. ROBERTO REQUIÃO (Bloco/PMDB - PR. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, é com imenso pesar que comunico, desta tribuna, o falecimento do Bispo Emérito da Diocese de Palmas, no Paraná, D. Agostinho José Sartori. Ao longo de minha vida, Senador Moka, foi um de meus amigos mais próximos e fraternos.
D. Agostinho não honrou apenas a Igreja Católica. Honrou o nosso Paraná, honrou o nosso Brasil. Foi um padre de verdade. Vivia o cristianismo intensamente, integralmente, nas suas palavras e nas suas ações. A doação de D. Agostinho ao seu povo não conheceu limites. Nada o continha, ele nada temia, nunca mediu riscos pessoais em sua ação evangelizadora.
Em 1977, as contradições então vividas pelo regime militar, permitiram a criação de uma inusitada comissão parlamentar de inquérito, a CPI da Terra. Sem alarde, sem pirotecnia, a CPI da Terra fez um dos mais completos inventários sobre a questão da terra em nosso País, mapeando conflitos, denunciando grilagens, assassinatos de agricultores, a expulsão de lavradores pela construção de grandes barragens e a subindenização de suas terras.
Junto com outro grande bispo, D. Tomás Balduíno, e com os pastores luteranos Gernote Kirinus e Werner Fuchs, D. Agostinho Sartori foi um leão naquela CPI. Assumiu a causa dos agricultores com o amor e a valentia do pastor em defesa de suas ovelhas.
Da defesa dos agricultores que tiveram suas terras inundadas pela barragem de Itaipu e que foram miseravelmente compensados, surge, por exemplo, o Mastro, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Oeste do Paraná, ponto de partida para a organização de movimentos em defesa dos agricultores e pela reforma agrária no País.
A Bíblia nos fala dos homens bons, que agradam a Deus e a quem devemos reverenciar. D. Agostinho José Sartori era um desses homens bons, justos e honestos de que falam as Escrituras.
Que Deus o tenha e que fique registrada nos Anais do Senado esta nossa proclamação, esta nossa intervenção de dor e de luto pela morte desse grande Bispo do Estado do Paraná.