Pela Liderança durante a 101ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reforço de debate sobre a política macroecômica brasileira.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ECONOMIA NACIONAL.:
  • Reforço de debate sobre a política macroecômica brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 13/06/2012 - Página 25072
Assunto
Outros > ECONOMIA NACIONAL.
Indexação
  • COMENTARIO, NECESSIDADE, AMPLIAÇÃO, SOCIEDADE, GOVERNO, DEBATE, RELAÇÃO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, CRESCIMENTO ECONOMICO, MOTIVO, PREJUIZO, PLANO DE GOVERNO, PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC), INVESTIMENTO, OBRAS.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, volto à tribuna do Senado Federal para reforçar o debate que nós estamos travando no Brasil em torno da política macroeconômica. Esse é um problema central que o Brasil tem discutido.

            Acho que, corajosamente, retomamos o enfrentamento da política de juros, que tem de ser combinada com a questão cambial para nos livrarmos dos megassuperávits primários que a economia tem sido obrigada a fazer para, só neste ano, ultrapassarmos os 250 bilhões de pagamento de juros. É evidente que isso cria um impacto na economia brasileira e leva a economia a ter dificuldade por parte de o governo ser o indutor, de ser aquele que conduz o crescimento econômico, induzindo as empresas suas e, especialmente, as do setor privado a realizarem investimentos, aumentando a capacidade produtiva do nosso País.

            Então, esse enfrentamento é crucial e exige uma presença ampla da sociedade brasileira.

            Quero dizer que estive agora no congresso da União da Juventude Socialista. Mais de dois mil jovens de todos os Estados brasileiros, discutindo seus temas do cotidiano, discutindo o financiamento à educação, discutindo o Plano Nacional de Educação, a sua meta de 10% do PIB para educação no novo Plano Nacional de Educação, os 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, mas todos sintonizados com a política macroeconômica, com a consciência de que precisam enfrentar esse debate, que têm que chamar a juventude, nas escolas, nas universidades, os professores universitários, para debater a política macroeconômica brasileira. Com qual sentido? O de reforçar uma tendência que o Governo tem adotado: primeiro, reduzir juros. É muito importante para a nossa economia, porque, ao mesmo tempo, cria facilidades em relação ao pagamento de juros, porque você cria a possibilidade de diminuir o impacto do superávit primário, que o Governo é obrigado a gerar, para dar garantias ao pagamento da banca, que tem lucrado ainda horrores em nosso País.

            Eu digo isso, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, porque a política macroeconômica impacta os investimentos do Plano de Aceleração do Crescimento e cria dificuldades para as obras importantíssimas que vão ajudar o meu Estado, o Ceará, a minha cidade, Fortaleza, o Nordeste brasileiro e o País inteiro. Elas impactam as obras ferroviárias. Elas impactam as obras portuárias, as obras aeroportuárias. Elas criam dificuldades para as obras que estão no compromisso assumido pelo Brasil com a realização da Copa do Mundo de Futebol e também com as Olimpíadas.

            Vejam as dificuldades que um país continental como o Brasil pode ter se não enfrentar esse dilema da política macroeconômica. Isso precisa de sustentação política. Isso precisa de apoio forte. Isso precisa ser dito para a nossa Presidente, que ela conta com maioria aqui no Congresso Nacional e conta com maioria no meio do povo, no movimento social, no movimento sindical, no movimento estudantil; que ela tem apoio para esse tipo de política entre os estudantes, no meio da juventude, nas organizações femininas do Brasil inteiro, e que ela conta com o apoio de segmentos fortes do empresariado nacional, seja o micro, seja o pequeno, seja o médio, seja o grande empresário, que tem que se juntar, se unir, para reforçar uma tendência que significa redução drástica desses juros que são praticados no País, redução desse superávit primário gigantesco que acomete a nossa economia, que impede a velocidade adequada. Porque é dito que nós temos que ter aceleração do crescimento, mas a aceleração tem que ser com a liberação dos recursos destinados para as obras...

(Interrupção do som.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nós nos temos, digamos, envolvido intensamente com esse debate.

            Esse é um debate que interessa ao País inteiro. Esse não é um debate de Governo e oposição. Esse não é um debate que envolva a sua base no Congresso Nacional e, ao mesmo tempo, só parte da oposição ou que deixe a oposição fora. Não. Esse é um debate na busca de um projeto de construção de uma Nação forte, capaz de integrar os países da América do Sul, de chegar ao Pacífico e de trazer os países que estão no Pacífico também para o Atlântico.

            Isso se faz com arrojo. Isso se faz com determinação e, sobretudo, com o apoio do Congresso Nacional e do povo brasileiro, nos seus mais diversos segmentos.

            Essas questões temos levantado, cotidianamente, na discussão entre nós, mas é preciso ganhar a sociedade, para darmos esse passo avançado, ao lado da Presidenta Dilma Rousseff, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/06/2012 - Página 25072