Pela Liderança durante a 102ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de audiência pública, realizada hoje na CE, para discussão de cotas de patrocínio dos clubes de futebol no Campeonato Brasileiro.

Autor
Paulo Davim (PV - Partido Verde/RN)
Nome completo: Paulo Roberto Davim
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ESPORTE.:
  • Registro de audiência pública, realizada hoje na CE, para discussão de cotas de patrocínio dos clubes de futebol no Campeonato Brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 14/06/2012 - Página 25311
Assunto
Outros > ESPORTE.
Indexação
  • REGISTRO, AUDIENCIA PUBLICA, PROMOÇÃO, COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, ESPORTE, LOCAL, SENADO, DEBATE, PROPOSTA, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF), RELAÇÃO, DIVISÃO, COTA, PATROCINIO, REFERENCIA, CLUBE, FUTEBOL, CAMPEONATO NACIONAL.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Presidente Marta Suplicy, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, hoje realizamos, na Comissão de Educação e Esporte, uma audiência pública para discutirmos as cotas de patrocínio dos clubes brasileiros no Campeonato Brasileiro. Por que essa discussão? Evidentemente, essa discussão foi uma demanda da sociedade, dos que nos procuraram para promover esse debate, até porque existe uma diferença abissal entre os clubes que participam do campeonato brasileiro no tocante a cotas de patrocínio.

            A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vende o direito de imagem, o direito de arena para emissoras de tevê, e parte desse dinheiro é distribuído com os clubes. Para se ter uma ideia, foi distribuído para os clubes da série A do campeonato brasileiro R$1,2 bilhão este ano; para a série B, R$37 milhões. Ou seja, 3% do que foi distribuído na série A é que estão sendo destinados à série B. E nós achamos que essa diferença é segregatória e condenatória. Segregatória, porque exclui os clubes pequenos, sobretudo das regiões mais pobres do Brasil; e condenatória, porque condena os pequenos clubes a continuarem sem perspectiva de crescimento. E os grandes clubes, esses, sim, permanecem na hegemonia do futebol brasileiro.

            Há uma diferença muito grande na concepção que se tem ou que se tinha do futebol. O futebol é o esporte da alma do brasileiro. O futebol é o esporte que promove a maior integração nacional. Entretanto, não está se prestando a isso, haja vista que, dos 27 Estados da Federação, apenas nove Estados têm representantes na série A do Campeonato Brasileiro e apenas nove Estados da Federação, dos 27, têm representantes na série B.

            Portanto, aquele esporte que era tido, anteriormente, como o esporte de maior integração nacional deixou de sê-lo, porque o campeonato brasileiro já não integra mais os Estados, já não tem representantes de todas as regiões; está se concentrando no centro-sul do Brasil. E a gente não pode dar as costas, nem esquecer, nem relevar o papel social do futebol no Brasil.

            É inegável que o futebol tem um papel de resgate do jovem que está nas ruas, tem um papel importante como coadjuvante no combate às drogas que acometem a juventude brasileira. Nós não podemos aceitar essa diferenciação. Nós queremos que essas cotas de raciocínios tenham o critério claro, palpável e objetivo, que sejam transparentes, que contemplem não só os grandes clubes do futebol brasileiro, mas que contemplem todos.

            É bem verdade que os clubes que têm maiores torcidas, esses naturalmente serão melhor aquinhoados, mas só não podem relegar os clubes menores, mas que têm historia.

            Existe agora, no Brasil, os clubes que têm donos, aquele clube que um ano disputa um campeonato por uma cidade do interior, no outro ano já vai para outra cidade, e por ai vai. Clubes que não têm história, clubes que não têm torcida, que não devem, de forma alguma, ser priorizados em detrimento de clubes históricos do Brasil, pelo fato de estarem em regiões mais distantes do eixo Rio-São Paulo, que é onde essas coisas acontecem.

            Essa audiência pública hoje foi importante. Contamos com a presença do Dr. Eduardo Serrano da Rocha, Presidente da Liga de Futebol do Nordeste, contamos com a presença do Senador Zezé Perrella, importante futebolista...

(Interrupção do o som.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN) - O Senador Zezé Perrella, que é ligado ao Cruzeiro; o jornalista Juca Silveira, Diretor do Planejamento do Grupo Bandeirante de Comunicação; Marcelo Campos Pinto, Diretor Executivo do Globo Esporte, da Rede Globo; Alexi Portela Júnior, representando aqui o Clube Vitória da Bahia. Várias sugestões foram extraídas desse debate, como, por exemplo, a sugestão de criação da premiação de série A e série B, de acordo com a classificação, o reconhecimento daqueles clubes que têm grandes torcidas e que estão contribuindo para o pay per view, comprando os pacotes, o debate e a discussão para a adequação do FGTS pagos pelos clubes, a solicitação de que as empresas estatais contribuam também para os clubes das séries B, C e D, os clubes do Nordeste e Norte do Brasil.

            Por que a Petrobras patrocina o Flamengo, a Eletrobrás, o Vasco, e por que elas não patrocinam clubes menores do Norte e Nordeste do Brasil, já que são empresas estatais? Esses recursos, que são públicos, poderiam ajudar esses clubes menores, inclusive para manterem as suas divisões de base, para retirarem crianças das ruas, para descobrirem novos talentos do futebol brasileiro. E ainda houve a rediscussão da Lei Pelé.

            Portanto, foi um debate proveitoso. Eu tenho absoluta certeza, estou convencido de que nós poderemos, com o documento que encaminharemos às instituições que aqui estiveram, contribuir para o resgate do futebol brasileiro e dos pequenos clubes.

            Era só, Srª Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/06/2012 - Página 25311