Pela Liderança durante a 110ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa de uma conduta cautelosa, por parte do Governo brasileiro, frente à crise política do Paraguai.

Autor
Francisco Dornelles (PP - Progressistas/RJ)
Nome completo: Francisco Oswaldo Neves Dornelles
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA.:
  • Defesa de uma conduta cautelosa, por parte do Governo brasileiro, frente à crise política do Paraguai.
Publicação
Publicação no DSF de 26/06/2012 - Página 27740
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • COMENTARIO, SITUAÇÃO POLITICA, PAIS ESTRANGEIRO, PARAGUAI, REFERENCIA, IMPEACHMENT, PRESIDENTE, CRITICA, DECLARAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, ITAMARATI (MRE), APOIO, DECISÃO, GRUPO, UNIÃO, PAIS, AMERICA DO SUL, NECESSIDADE, CAUTELA, ATUAÇÃO, BRASIL, RESPEITO, AUTONOMIA, PAIS ALIADO.

            O SR. FRANCISCO DORNELLES (Bloco/PP - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dias atrás, vivemos e presenciamos um fato político extremamente grave e importante em um país vizinho, que é o Paraguai.

            O Congresso Nacional, quase que por unanimidade, afastou o Presidente Lugo da Presidência da República. Foi uma decisão extremamente rápida, que chocou a todos aqueles que acompanham os fatos políticos. Mas quero dizer, Srª Presidente, que não foi um golpe militar; que não houve participação de forças armadas, que não houve movimento popular a ignorar o Congresso Nacional. Foi uma decisão do Congresso. E pode-se duvidar se o Presidente teve condições de fazer sua defesa - porque foi uma decisão tomada em 24 horas. Mas eu entendo que, se o Presidente Lugo considerou que seus direitos não foram respeitados, cabe a ele recorrer à Corte Suprema. A Corte Suprema é que pode dizer se houve quebra dos princípios constitucionais.

            Acho que o Brasil deve atuar com muita cautela em um caso como esse. O Paraguai é um grande aliado nosso. Existem posições brasileiras extremamente importantes no Paraguai, posição de empresas, posição de paraguaios, usina de Itaipu. E o Brasil tem de atuar, em relação ao Paraguai, como um país grande e forte, respeitando a Constituição do país e a decisão de seu Congresso.

            O Brasil não pode ser uma força policial que queira dizer ao Paraguai o que ele deve, o que ele pode, o que ele não pode fazer.

            Quero também, Srª Presidente, mostrar certo receio com a declaração do Ministro das Relações Exteriores do Brasil, o Patriota, de que a posição do Brasil, no caso, seria guiada pela Unasul. Ora, a Unasul é uma entidade que deve ser tratada pelo Brasil com muito carinho, com muito respeito, mas temos que reconhecer que vários Chefes de Estado de países da Unasul não respeitam a liberdade de imprensa de seus países. Desrespeitam, com frequência, o Congresso e ameaçam o Poder Judiciário. De modo que não têm, inclusive, autoridade para falar em democracia.

            Por isso, Srª Presidente, o meu apelo é que o Brasil atue com muita cautela, com muita serenidade, verificando que o que houve no Paraguai não foi desrespeito à Constituição do país e, se houve desrespeito à Constituição do país, caberia à Suprema Corte dizer.

            Não cabe ao Brasil exercer uma posição de polícia naquele país, como os Estados Unidos faziam no passado em relação a países da América Central. O apelo que faço à Presidenta Dilma é pela serenidade, firmeza e serenidade, e que ela não seja conduzida, que a posição do Brasil não seja conduzida por parceiros da Unasul, onde existem pessoas que não têm nenhum compromisso com o Estado Democrático e com os princípios básicos do Direito.

            Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/06/2012 - Página 27740