Comunicação inadiável durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Análise da Rio+20, da qual participou S.Exa. como integrante da comissão de Senadores enviados ao evento.

Autor
Paulo Davim (PV - Partido Verde/RN)
Nome completo: Paulo Roberto Davim
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Análise da Rio+20, da qual participou S.Exa. como integrante da comissão de Senadores enviados ao evento.
Publicação
Publicação no DSF de 27/06/2012 - Página 28035
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CONFERENCIA INTERNACIONAL, MEIO AMBIENTE, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ELOGIO, ATUAÇÃO, BRASIL, PROPOSTA, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, AMBITO INTERNACIONAL, IMPORTANCIA, AMPLIAÇÃO, ACESSO, ASSUNTO, POSSIBILIDADE, CONSCIENTIZAÇÃO, POPULAÇÃO, REGISTRO, ENGAJAMENTO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), COMISSÃO, SENADO, PROMOÇÃO, SUSTENTABILIDADE, JUSTIÇA SOCIAL.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Senador Paim, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, ainda sobre a temática da Rio+20, relatada há pouco tempo pelo Senador Casildo Maldaner e por vários outros oradores que me antecederam na tarde de hoje e ontem, aqui, desta tribuna, também estive presente na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, compondo a comissão de Senadores enviada pelo Senado da República para acompanhar de perto esse evento.

            Faço uma análise bastante positiva de tudo o que vi e de tudo o que ouvi.

            Testemunhei e ouvi relatos, palestras, painéis, discussões e debates sobre cidades sustentáveis; sobre resíduos sólidos e resíduos líquidos; sobre a preocupação mundial, nas pesquisas, com os novos combustíveis, combustíveis não fósseis, combustíveis renováveis; sobre matriz energética. E vejo que, nos dois itens, o Brasil está bem posicionado dentro do contexto internacional: o Brasil dispõe de 85% de sua energia oriunda de uma matriz limpa, enquanto que a média na Europa é em torno de 14%.

            Vejo que o Brasil desenvolve pesquisas importantes na área de combustível. A descoberta de combustíveis renováveis: o biocombustível. Houve debates sobre recursos hídricos, e o Brasil, mas uma vez, se apresenta muito bem, já que 12% da água doce do Planeta passa por dentro do nosso território - temos a grandiosa bacia do rio Amazonas.

            Vejo, nas discussões de biodiversidade, o Brasil, mais uma vez, se apresentando de forma pujante. Um país que tem seis biomas, a maior biodiversidade do mundo, e essa biodiversidade tem muito a contribuir para a ciência e para a humanidade.

            Mas o importante disso tudo, dessa conferência, foi a forma como esses temas e essa preocupação passaram a ser capilarizados com a sociedade em geral, com o povo brasileiro. Essa temática passou a ser mais acessível a todo cidadão e a toda cidadã. Isso fortalece a vigilância nossa sobre eventuais malefícios que possam ocorrer ao meio ambiente.

            Houve uma democratização deste tema. Em algumas épocas, este tema era circunscrito a um pequeno grupo de ambientalistas, que se costumava denominar de “ecochatos”. Hoje, não. Hoje, esse tema é discutido nas escolas, nos restaurantes, no trabalho, nas esquinas.

            Discutem-se temas importantes na construção de uma política ambiental saudável. E o que a Rio+20 deixou como legado, a exemplo do que foi deixado pela Eco 92, foi um olhar diferente, um novo olhar sobre esse tema. Não é mais um tema circunscrito a grupos de ambientalistas, pesquisadores, cientistas e professores. Esse tema, agora, faz parte do cotidiano do brasileiro, independente do nível socioeconômico-cultural de que ele faça parte.

            Já existe, no inconsciente coletivo da Nação, a preocupação na preservação do meio ambiente. E essa preocupação está tomando forma, de maneira que a gente possa construir em cima dela a sustentabilidade tão buscada, tão perseguida e tão sonhada por todos aqueles que têm um compromisso com o meio ambiente, sem arredar um só milímetro do compromisso com o desenvolvimento do País e dos povos.

            Eu devo confessar aos senhores que foi um encontro plural, absolutamente democrático, absolutamente diversificado, onde encontramos fórum para o diálogo com a sociedade civil organizada, onde existiu o fórum para o debate científico, onde existiu o fórum para o debate político. Houve encontro de alta cúpula, de Presidentes e Primeiros-Ministros. Mas também houve o encontro da Cúpula Mundial de Legisladores - os Parlamentos do mundo inteiro estão pautando suas ações pela Rio+20.

            E, nesta reunião da Cúpula Mundial de Legisladores, vários pontos foram tirados como consenso. E eu ressalto quatro pontos: o compromisso em uma estrutura eficaz de monitoramento que favorece a prestação de contas por parte dos governos no que tange aos objetivos acordados na Rio+20; o engajamento pleno e efetivo de Ministérios da Fazenda, de Finanças e de Economia; o fomento de debates e da educação sobre o desenvolvimento sustentável, com justiça social e respeito à diversidade cultural, conforme a Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, da Unesco; renovar o compromisso político dos países com o desenvolvimento sustentável, levando em consideração as três dimensões principais, o crescimento econômico, a proteção ambiental e a justiça social.

            E o outro ponto que achei relevante, extraído da Cúpula Mundial de Legisladores, foi o compromisso com a promoção e apoio a políticas públicas na erradicação da pobreza.

            Então, eu vejo que este encontro foi, sem sombra de dúvida, um encontro que deixou uma marca, que deixou uma consciência e um novo olhar sobre o tema no Brasil e também para o mundo.

            Era só, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/06/2012 - Página 28035