Pronunciamento de Eduardo Lopes em 26/06/2012
Pela Liderança durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração pela descoberta da vacina contra a esquistossomose; e outro assunto. (como Líder)
- Autor
- Eduardo Lopes (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
- Nome completo: Eduardo Benedito Lopes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela Liderança
- Resumo por assunto
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POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA, SAUDE, POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
- Comemoração pela descoberta da vacina contra a esquistossomose; e outro assunto. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 27/06/2012 - Página 28065
- Assunto
- Outros > POLITICA CIENTIFICA E TECNOLOGICA, SAUDE, POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
- Indexação
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- COMEMORAÇÃO, INVENÇÃO, ORIGEM, FUNDAÇÃO INSTITUTO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ), VACINA, PREVENÇÃO, ESQUISTOSSOMOSE, IMPORTANCIA, DESCOBERTA, SAUDE, BRASIL, REGISTRO, GRAVIDADE, DOENÇA, RELEVANCIA, PAIS, CIENCIA E TECNOLOGIA, AMBITO INTERNACIONAL, EXPECTATIVA, EFICACIA, IMUNIZAÇÃO, COMENTARIO, ASSUNTO, EPIDEMIA, DOENÇA GRAVE, HISTORIA, MUNDO, ELOGIO, ATUAÇÃO, FUNDAÇÃO.
- COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, COMISSÃO, REPRESENTAÇÃO, SENADO, CONFERENCIA INTERNACIONAL, MEIO AMBIENTE, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), SUGESTÃO, CRIAÇÃO, BANCADA, MUNDO, DEBATE, ASSUNTO, PRESERVAÇÃO, NATUREZA, PROMOÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, REGISTRO, JUSTIFICAÇÃO, AUSENCIA, ORADOR, EVENTO, CONFERENCIA.
O SR. EDUARDO LOPES (Bloco/PRB - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srs. Senadores, Srªs Senadoras presentes, aqueles que nos assistem pela TV Senado, que nos ouvem pela Rádio Senado, que acompanham pela Internet e todos os presentes, quero, na noite de hoje, falar de um assunto que considero muito importante.
Quero fazer este registro, porque no dia 12 de junho passado, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sediada na cidade do Rio de Janeiro, divulgou uma das notícias mais alvissareiras dos últimos tempos. Nesse dia, que considero histórico para o Brasil, a Fiocruz publicou a descoberta de uma vacina, inédita no mundo, contra a doença da esquistossomose.
A vacina foi desenvolvida com o apoio de outras entidades, como o CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e também a Finep, Financiadora de Estudos e Projetos.
Quero ainda destacar o fato de que essa importante descoberta foi conduzida por uma brasileira, a pesquisadora infectologista Drª Miriam Tendler.
Trata-se de um fato magnífico que merece ser comemorado, e não apenas por ser uma descoberta feita no Brasil, por cientistas brasileiros. O que mais nos alegra com essa notícia é que ela traz grandes expectativas em relação ao problema dessa doença no Brasil e no mundo.
A esquistossomose, também conhecida como "barriga d'água" ou "doença do caramujo", é uma doença crônica, que, se não for tratada a tempo, pode levar a pessoa infectada à morte. É a mais grave forma de parasitose por organismo multicelular, matando milhares de pessoas por ano em todo o mundo. Ela é causada por vermes e parasitas que provocam a contaminação humana, principalmente de habitantes das regiões mais pobres, desprovidas de saneamento básico e de água tratada. É um problema típico da área de saúde pública, portanto de interesse das autoridades sanitárias.
O tratamento da esquistossomose é feito por meio de medicamentos antiparasitários, mas isso não impede a contaminação do ambiente. O ideal é que não tivéssemos mais as condições ambientais propícias à contaminação, pois a transmissão do parasita se dá através das fezes das pessoas infectadas. Mas, como essas condições são muito difíceis de serem alcançadas por todos os povos, a única maneira de se evitar a doença é por meio da imunização das populações expostas aos riscos.
A vacina, que a Fiocruz acaba de anunciar, representa a esperança real de erradicação global da esquistossomose. Vejam que falo de 200 milhões de pessoas infectadas pela doença em todo o mundo. São 200 milhões de pessoas, ou seja, um Brasil inteiro contaminado, um Brasil inteiro infectado por essa doença.
Só no Brasil, são cerca de dois milhões e meio de brasileiros infectados pelo parasita. Mas, pasmem, Srªs e Srs. Senadores, mais de 10% da população do Planeta, cerca de 800 milhões de pessoas, correm o risco da contaminação pela esquistossomose, por viverem em áreas infestadas.
No Brasil, as regiões mais atingidas são o Norte e o Nordeste, incluindo-se uma parte do norte do Estado de Minas Gerais. Só a malária supera a esquistossomose entre as doenças parasitárias que mais nos atingem, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Mas, voltando à vacina, quero destacar que ela já foi aprovada na sua primeira fase de testes e que os resultados foram bastante positivos, até mais do que o esperado, já que também se mostrou eficiente contra outros tipos de parasitas que infectam os animais domésticos, além do homem.
Então, essa é uma grande descoberta, que vem reafirmar a posição do Brasil, com destaque para o mundo da Ciência e da Engenharia Genética. Foram mais de trinta anos de estudos, pesquisas e testes.
Durante esse período, foram investidos cerca de R$23 milhões. Como se trata de produto que requer elevadíssimo grau de segurança, característica mais importante de qualquer medicamento, a vacina ainda será submetida a outros testes, até que possa ser usada em larga escala em campanhas de saúde pública, voltadas para as populações mais pobres e mais vulneráveis à doença.
Isso é esperado para daqui a cinco anos. Claro que, quando falamos em cinco anos, pode parecer muito tempo, pode parecer que vai demorar muito, mas nós estamos falando aqui de uma vacina que pode, começando a partir, ou daqui a cinco anos, ela pode começar a erradicar a esquistossomose em todo o mundo. E assim aconteceu, num passado não muito distante. O mundo sofria com o problema da varíola, que era uma doença infectocontagiosa, causada por vírus e que foi responsável por terríveis epidemias, desde a idade antiga.
A varíola, enquanto existiu, ceifou a vida de milhões e milhões de pessoas, além das milhares que ficaram com terríveis sequelas em todas as regiões do Planeta.
Somente na Europa, estima-se que a doença vitimou 60 milhões de pessoas. Aqui, no Brasil, a varíola também deixou marcas profundas. Houve regiões em que a população foi quase totalmente dizimada pela doença, como foi o caso da Bahia, onde teria ocorrido a primeira epidemia da doença no País, no ano de 1563. Felizmente, com a descoberta de uma vacina, por um médico inglês, Edward Jenner, na segunda metade do séc. XVIII, a varíola pôde ser controlada e, finalmente, ela foi considerada extinta, desde 1978, por conta das campanhas de vacinação realizadas em todo o mundo.
Não nos esqueçamos, porém, do histórico acontecimento da Revolta da Vacina, no ano de 1904, na cidade do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, a população carioca se insurgiu contra a campanha de vacinação obrigatória, empreendida pelos governos do Presidente da República Rodrigues Alves e do Prefeito Municipal Pereira Passos. E quem estava à frente dessa campanha de vacinação era justamente o médico sanitarista Oswaldo Cruz, um dos fundadores e o principal dirigente do Instituto Soroterápico Federal, que, mais tarde, em 1908, foi rebatizado como Instituto Oswaldo Cruz.
Hoje, com seus 112 anos de existência, esse Instituto, que atualmente integra a Fiocruz como uma de suas unidades técnico-científicas, continua sendo motivo de orgulho e admiração de todos nós brasileiros. Agora, mais uma vez, a Fiocruz dissemina a esperança e, desta feita, não apenas para o Brasil, mas para o mundo. É a esperança real de se erradicar e de se acabar de vez com a esquistossomose, da mesma forma como se fez com a varíola.
Parabéns a todos os cientistas da Fiocruz, especialmente aos que participaram dessa inovadora descoberta. Muito obrigado por mais esse esforço que poderá salvar a vida de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo.
Então, fica aqui o registro da minha congratulação e dos meus parabéns a todos os cientistas da Fiocruz que participaram dessa pesquisa e desse grandioso trabalho, em especial à pesquisadora infectologista Drª Miriam Tendler.
Parabéns a todos, parabéns à Fiocruz!
Gostaria também de, nesta noite, neste início de noite, registrar a nossa participação na Rio+20. Participamos da Comissão que representou o Senado Federal, o Senado brasileiro.
Até se pode dizer que o resultado alcançado não foi o esperado, que o texto poderia ser melhor, que o texto poderia ser mais forte, mas, de qualquer forma, quero registrar que estive com o Prefeito Eduardo Paes, no último domingo, na convenção do PRB, no Rio de Janeiro, onde foi firmado e declarado o apoio formal à reeleição do Prefeito Eduardo Paes.
Em conversas com ele - e também em seus discursos -, ele falou sobre o sucesso da Rio+20, no sentido de não ter acontecido nada de grave no evento. Claro, houve transtornos, alguns erros e algumas falhas, mas o importante é o desejo de acertar.
Eu quero também registrar - e foi falado aqui durante o dia - a reunião da Cúpula Mundial de Legisladores, que aconteceu na Alerj, na nossa Assembleia Legislativa, onde tivemos resultados positivos.
Na semana que antecedia a Rio+20, eu falei sobre essa Cúpula, sobre a importância dessa Cúpula Mundial de Legisladores. Fui aparteado pelo Senador Cristovam Buarque, que falou que via nessa Cúpula Mundial m primeiro passo para que viesse a nascer, para que construíssemos uma bancada mundial do meio ambiente, uma bancada mundial de legisladores cuidando do meio ambiente, porque não adianta só discutir em nível de Chefes de Estado, em nível de ambientalistas. Não adianta só discutir, só falar, não adianta só o discurso. A verdade é que qualquer mudança, qualquer alteração vai ter que ser aprovada nos congressos, vai ter que ser aprovada nas casas legislativas de cada país. Daí a importância dessa bancada de legisladores, acompanhando, monitorando aquilo que está sendo efetivamente realizado com respeito à sustentabilidade.
Quero registrar aqui o sucesso da Cúpula Mundial dos Legisladores e do relatório do Senador Rodrigo Rollemberg, Relator da Cúpula Mundial. Entre outras coisas que foram aprovadas, ficou decidido que a cada dois anos haveria a reunião dessa Cúpula no Rio de Janeiro. Isso foi deliberado e aprovado.
Eu fiz uma proposta à Globo, também falei com a nossa Embaixadora da Globo, a Serys Slhessarenko, nossa querida Senadora. Sugeri que a cada seis meses essa reunião poderia acontecer por blocos de continentes. Por exemplo, poderia acontecer, a cada seis meses, uma na América Latina, uma na América do Sul, outra na Europa e, ao final de dois anos, seria realizada uma geral, como eu disse, na cidade do Rio de Janeiro.
Eu disse ao representante da Globo que tenho muita confiança nesse primeiro ato e que quero participar efetivamente dessa Cúpula Mundial.
Eu até comentei, na Rio + 20, que não pude estar presente na Cúpula Mundial por questões de compromissos partidários.
Nós tivemos o Fórum Nacional do PRB, em São Paulo, onde apresentamos as diretrizes para a gestão municipal do PRB. Então, ali, esse Fórum Nacional aconteceu, no sábado, lá em São Paulo, no Memorial da América Latina. Um Fórum muito prestigiado. Tivemos a presença do Presidente Nacional, o Dr. Marcos Pereira; tivemos a presença do nosso Ministro Crivella; a presença de vários candidatos a prefeito, inclusive do nosso candidato a Prefeito de São Paulo, Celso Russomano; nosso candidato a Prefeito de Salvador, o Marinho; também tivemos o nosso candidato à Prefeitura de Contagem, o nosso Deputado Federal George Hilton.
Enfim, por estar ali, naquele compromisso partidário, eu não pude participar das reuniões da Cúpula Mundial dos Legisladores. Mas, quero aqui parabenizar. Confio e creio que realmente seja um passo muito importante. Como disse o Senador Cristovam Buarque, quem sabe, uma bancada mundial de legisladores do meio ambiente.
Era isso o que eu tinha a dizer, Presidenta.
Muito obrigado.