O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco/DEM - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente é uma comunicação que eu não gostaria de fazer, mas que faço por dever partidário e pelo imenso apreço que eu tinha sobre a pessoa que desejo homenagear.

            Ouvi, agora, a palavra do Senador Sarney, nosso Presidente, que conheceu Ronaldo da Cunha Lima como eu conheci, não sei se mais, não sei se menos, mas conheceu como eu conheci. Fui colega de Ronaldo como Governador e depois como Senador; tive com ele uma relação fraterna, Srª Presidente.

            Estava em viagem ao exterior, em missão, e recebi a comunicação do falecimento do meu amigo Ronaldo e passou um filme na minha cabeça sobre a nossa convivência, do administrador, do político, do poeta. Ele foi bom em tudo, ele foi com administrador, como Prefeito de Campina Grande ele foi inexcedível. Esse São João do Nordeste que passa pelo São João de Campina Grande foi invenção de Ronaldo, foi ele quem começou; não foi em Caruaru, não foi em Mossoró, não foi em canto nenhum, foi em Campina Grande, pelas mãos do poeta Ronaldo da Cunha Lima.

            V. Exª já ouviu falar na orquestra sanfônica? Coisa dele também. Os sanfoneiros, uma coisa linda!

            Ronaldo foi um administrador competente, com visão de futuro, um homem probo, homem sério, homem honesto, homem de poucas posses, homem decente. Ele passou boa parte da vida exilado da vida pública, voltou, voltou consagrado e ganhou as eleições de que participou.

            Ele deixa o filho Cássio da Cunha Lima, que já foi muita coisa, Deputado Federal, Superintendente da Sudene, Governador do Estado, como ele foi e eu fui e hoje é Senador.

            Eu fui Governador com Ronaldo á mesma época, vizinhos de Estado. Nós tínhamos uma relação fraterna, porque a minha família é amiga de Ronaldo, a família de Ronaldo é minha amiga, amiga da minha família. Então, nós temos um entrelaçamento muito robusto do ponto de vista de vida pública e de vida pessoal.

            Eu tentei falar com D. Glória várias vezes, por telefone, não consegui. Ao final, recebi uma ligação de volta, eu no exterior, e ele chegando em Campina Grande, do meu amigo Cássio da Cunha Lima, que teve a delicadeza de retornar a minha ligação no momento em que ele sepultava o pai, para falar sobre a mensagem que eu havia mandado para ele, tratando-o pelo apelido carinhoso com que eu o chamava: Xaréu. Ele sabia por que, as razões.

            Nós fizemos viagens ao exterior, como governadores, em busca de recursos do Banco Mundial, do BID; tínhamos empreitadas em conjunto em Brasília, no Rio de Janeiro, em busca de recursos para viabilizar o nosso Nordeste. Nós fomos companheiros em tudo, em tudo.

            Eu faço, com muita tristeza, o registro da morte, do falecimento de Ronaldo, porque é um amigo que eu perco e é um político que a Paraíba perde e o Brasil perde.

            V. Exª pode estar certa, porque normalmente, quando as pessoas falcem, as palavras de elogio vêm fáceis, mas, não, essas palavras são sinceras e são verdadeiras, porque, se há alguém que as mereça, é Ronaldo da Cunha Lima, o sempre Governador do Estado da Paraíba.

            Muito obrigado a V. Exª.