Pela Liderança durante a 127ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

– Preocupação com os efeitos da crise internacional na economia brasileira.

Autor
Alfredo Nascimento (PR - Partido Liberal/AM)
Nome completo: Alfredo Pereira do Nascimento
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ECONOMIA NACIONAL.:
  • – Preocupação com os efeitos da crise internacional na economia brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 11/07/2012 - Página 33910
Assunto
Outros > ECONOMIA NACIONAL.
Indexação
  • APREENSÃO, EFEITO, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, ECONOMIA NACIONAL, CRITICA, GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, PLANEJAMENTO, NECESSIDADE, REFORMA TRIBUTARIA, AUMENTO, POUPANÇA, PAIS, CRESCIMENTO, INVESTIMENTO PUBLICO, PRODUTIVIDADE.

            O SR. ALFREDO NASCIMENTO (Bloco/PR - AM. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Quero cumprimentar V. Exª, meus colegas Senadores, aliar-me ao Senador Rollemberg, pelo pronunciamento que fez há pouco, e registrar a minha preocupação com o momento que estamos vivendo.

            O Brasil continua pecando pela ausência de um planejamento de longo prazo. A crise econômica mundial tem-se agravado, comprometendo, cada vez mais, os investimentos em nosso País. O Governo brasileiro ainda não encontrou o caminho mais adequado para enfrentar a crise nem criou alternativas efetivas para auferir o resultado positivo de 2008.

            O que temos visto é o Governo repetir medidas para manter a economia aquecida, com um horizonte de curto prazo e sem considerar os efeitos colaterais impostos pelo recurso ao crédito fácil no passado. Ou seja, sanamos problemas pontuais, mas não criamos condições estruturais para permanecermos na rota do desenvolvimento econômico sustentado.

            A forte desaceleração da economia brasileira nos promete um cenário de turbulências. Neste momento, insistir na criação de mecanismos de estímulo ao crédito e ao consumo a uma sociedade já bastante endividada, certamente não vai gerar riquezas concretas, nem criará um ambiente de estabilidade econômica e credibilidade perante os investidores estrangeiros.

            Todos nós sabemos da necessidade de se estabelecer metas, prazos e resultados, para que o País continue se desenvolvendo de forma contínua e ascendente. Não se pode pensar o Brasil perdendo mais um ano com baixo investimento e resultados negativos.

            Precisamos pensar no país que desejamos construir com mais constância. Tal desejo exige de nós, homens públicos, a formulação de um planejamento que defina, de modo objetivo, estratégias que viabilizem investimentos mais articulados e constantes.

            Recentemente, comemoramos a manutenção da estabilidade da nossa moeda, o real, que completou 18 anos. Essa estabilidade é, sem dúvida, uma condição essencial, mas não suficiente para superarmos a crise econômica internacional, cujos efeitos se apresentam de modo cada vez mais claros dentro de nosso País. É preciso destravar e restabelecer o papel do Governo Federal de indutor dos investimentos no País.

            Sabemos que, para a opinião pública, o Brasil é um País que gasta muito e gasta mal - reflexo da ausência de planejamento interno e de longo prazo. Nossas ações são pulverizadas e desconexas. Temos a capacidade de investir, mas não temos capacidade ainda de dar bons resultados à sociedade.

            Enquanto outras sociedades industrializadas e emergentes têm investido fortemente nas últimas décadas em modernização, produtividade e inovação tecnológica, o Brasil tem negligenciado esse receituário que leve ou ao menos mantenha o crescimento.

            Nossos governantes sempre optaram pela adoção de medidas pontuais e de curso prazo, favorecendo alguns poucos setores.

            Reconheço que a adoção de medidas emergenciais é necessária. O equívoco está na sua excessiva prática. Deste modo, as ações implantadas ficam dispersas e causam pouco efeito na nossa economia e na sociedade como um todo. Sem a adoção de medidas estruturais, como, por exemplo, uma ampla reforma tributária, o desenvolvimento do País está fadado ao insucesso.

            Uma das alternativas para inverter esse cenário, segundo os especialistas, é aumentar a poupança interna do Brasil.

            Sem uma poupança interna robusta, os investimentos públicos e a capacidade de produção da economia correm um grande risco de se inviabilizar e, consequentemente, torna realidade o baixo crescimento do nosso PIB.

            Queremos um País melhor e mais desenvolvido. Desde os anos 90, o Brasil tem avançado com relação a uma economia mais estável e aberta, com fundamentos macroeconômicos mais sólidos. Por essa razão, não podemos abrir mão dessa conquista. O cenário mundial é ruim, a atual crise econômica não é uma marola e as medidas que estão sendo adotadas não são suficientes.

            É preciso planejar hoje o País que desejamos no futuro. Se quisermos, meu caro Cyro, retomar o crescimento econômico de modo sustentado, será preciso mais ousadia por parte do nosso Governo central.

            Muito obrigado, Presidente.

            É isso que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/07/2012 - Página 33910