Comunicação inadiável durante a 130ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

– Satisfação com a decisão unânime do Comitê de Política Monetária que reduziu a taxa Selic para 8% ao ano.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • – Satisfação com a decisão unânime do Comitê de Política Monetária que reduziu a taxa Selic para 8% ao ano.
Publicação
Publicação no DSF de 13/07/2012 - Página 36785
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • ELOGIO, DECISÃO, COMITE, POLITICA MONETARIA, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), REFERENCIA, REDUÇÃO, TAXAS, JUROS, TAXA SELIC, CONCILIAÇÃO, CONTROLE, INFLAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Agradeço, Sr. Presidente, ao Senador Mozarildo Cavalcanti, Senador Alvaro Dias, eu gostaria de aqui assinalar algumas reflexões sobre a importante decisão do Copom.

            Pois, por decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, baixou medida segunda a qual a taxa básica, em nível inédito, diminuiu para 8% ao ano. É o menor patamar da história do Comité, criado em 1996.

            Assim, como na reunião de maio, houve consenso entre os diretores do Banco Central, que formam o Colegiado do Copom. A reunião foi a mais longa desde agosto de 2011, quando começou o ciclo de afrouxamento monetário, e durou mais de três horas e meia.

            Na Nota à Imprensa divulgada após a reunião, afirma o Copom:

O Copom considera que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária. Diante disso, dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 8% ao ano, sem viés.

            A inflação em queda, a piora de indicadores da indústria e do comércio, o incerto cenário mundial, que também é de desaceleração, explicam a decisão do comitê. Deliberação que avalio como correta e em sintonia com as recentes decisões da Presidenta Dilma Rousseff de dirimir os efeitos da crise econômica internacional por meio de ações que estimulem o consumo e o investimento na economia brasileira.

            Todos sabemos, pela teoria econômica, que a taxa de juros tem um efeito bastante importante sobre o nível de investimentos na economia. É claro que estamos falando da taxa de juros em termos reais, descontada a inflação. Quando as taxas de juros em termos reais diminuem, há um estímulo para que os investidores possam realizar investimentos, ou seja, a compra de equipamentos, máquinas que possam ampliar a capacidade instalada das empresas. Mas, obviamente, aí depende muito das expectativas de maior crescimento da demanda agregada pelos bens e serviços que estejam sendo percebidos pelo conjunto dos investidores. Mas, certamente, a queda na taxa de juros tem esse efeito. 

            No entanto, é importante sublinhar que essa trajetória da política monetária ainda encontra resistências para chegar ao mercado, pois, após várias reduções da Selic, as taxas de juros das operações de crédito ao consumidor subiram em junho, como mostra levantamento divulgado nesta quinta-feira pela Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), conforme noticia a Folha Online.

            A taxa de juros média geral da pessoa física apresentou uma elevação, passando de 6,18% ao mês em maio para 6,20% ao mês em junho. Segundo o estudo, os motivos apontados para a alta estão na piora do cenário econômico por conta da crise na Europa, na expectativa de menor crescimento econômico no Brasil e no aumento nos índices de inadimplência. Das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas, três foram elevadas, uma apresentou estabilidade (cartão de crédito rotativo) e duas foram reduzidas (cheque especial e CDC-bancos financiamento de automóveis).

            As modalidades que apresentaram altas foram juros do comércio, empréstimo pessoal nos bancos e empréstimo pessoal nas financeiras.

            A taxa de juros média geral para pessoa jurídica, que é relevante do ponto de vista das expectativas de investimentos, apresentou um pequeno incremento 0,05% ao mês.

            Congratulo-me com a decisão do Copom, os juros devem continuar caindo para que possamos retomar o crescimento da economia. Por outro lado, creio que os consumidores devem ficar cada vez mais atentos e cobrarem das instituições de crédito o declínio das taxas cobradas aos consumidores, caso contrário não será a grande maioria da população que ganhará com a baixa da Selic.

            Assim, Sr. Presidente, considero importante essa decisão na direção correta para melhorar o cenário econômico brasileiro e é necessario assinalar que as taxas de inflação estão em nível baixo, que as taxas de desemprego estão no menor nivel há muitos anos alcançadas e esses são dados bastante positivos. Esperemos que, agora, haja uma elevação dos investimentos e da atividade econômica.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/07/2012 - Página 36785