Pela Liderança durante a 137ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa de reforma no calendário eleitoral para associar as eleições municipais às estaduais; e outros assuntos.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. SAUDE.:
  • Defesa de reforma no calendário eleitoral para associar as eleições municipais às estaduais; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 08/08/2012 - Página 39812
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. SAUDE.
Indexação
  • DEFESA, ALTERAÇÃO, CALENDARIO, ELEIÇÕES, OBJETIVO, UNIÃO, DATA, ELEIÇÃO MUNICIPAL, ELEIÇÃO ESTADUAL.
  • COMENTARIO, RESPONSABILIDADE, ELEITOR, UTILIZAÇÃO, VOTO NULO, ELEIÇÕES, PREFEITO, REGISTRO, ARTIGO DE IMPRENSA, PUBLICAÇÃO, JORNAL, JORNAL DO SENADO, DISTRITO FEDERAL (DF), ASSUNTO, APREENSÃO, BRASILEIROS, GRAVIDADE, SITUAÇÃO, SAUDE, PAIS.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (Bloco/PTB - RR. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidente, Senadora Marta Suplicy, quero, como de resto todos os brasileiros dos quase seis mil Municípios, que estão envolvidos nas suas campanhas para prefeito e vereador, dizer que cheguei ontem do meu Estado, após 20 dias de caminhada, e, a cada dia que passa, mais me convenço de que devíamos mudar, já pensando em reforma eleitoral, pelo menos o calendário eleitoral.

            Convenço-me de que uma eleição puramente municipal, dissociada, portanto, da questão estadual e nacional, complica muito. Então, acho que as eleições deveriam ser estadualizadas. Em um ano se faria eleição para governador, prefeito, deputados estaduais e vereadores, porque aí discutiríamos os problemas peculiares aos Municípios e aos Estados, porque, quando o governador é eleito dois anos antes, dois anos depois, quando há eleição para prefeito, o governador interfere na eleição municipal, cooptando, fazendo perseguições. Isso realmente se reflete na livre vontade popular.

            Mas, já que estamos falando de questões municipais, quero chamar a atenção aqui para uma matéria do Jornal do Senado de hoje, que é fruto de uma pesquisa - “O cidadão e o Senado” -, cuja pergunta é: Qual a sua maior preocupação hoje? E a resposta é a seguinte: a saúde é a questão que mais preocupa os brasileiros, e os dados são estarrecedores. Essas pesquisas já foram publicadas pelo Ibope e por outros órgãos, mas essa que é feita diretamente com o cidadão indica: Saúde, 34%; Corrupção, 21%; Educação, 15%; Segurança Pública, 14%; Emprego, 75; Infraestrutura, de que os candidatos a prefeito falam tanto, vão construir isso, vão construir aquilo, representa 1% só da preocupação.

            Realmente, e aqui vem o meu viés de médico, de que adianta pensar em obras se não se pensa na pessoa? De que adianta pensar em obras até megalómanas, que são elefantes brancos, se a pessoa vive mal, se a pessoa não tem saúde, se a pessoa não tem educação e se a pessoa vê, escandalizada, que a corrupção só faz aumentar neste País?

            Então, é importantíssimo que, nesta campanha municipal, o eleitor tenha esta consciência de que não adianta votar em pessoas ou reeleger pessoas que trabalharam muito mais para enfeitar cidades, para fazer viadutos e, ao lado dessas obras, há pessoas vivendo sem um atendimento de saúde adequado. Tenho atacado aqui esse problema e fico, infelizmente, satisfeito de ver que a população também pensa assim, que realmente a saúde é uma questão crucial. Não podemos deixar que o calor do marketing, as propagandas veiculadas na televisão, com um monte de imagens, às vezes até imagens virtuais de obras a serem construídas, possam levar as pessoas a votarem errado. E o que é pior, repito, são as pressões que se exercem sobre aquelas camadas mais vulneráveis da sociedade para que se vote nesse ou naquele prefeito, nesse ou naquele vereador.

            Eu queria deixar hoje esse apelo ao eleitor. E mais ainda.

            Vejo muito no Facebook e em outros meios de comunicação a pregação do voto nulo ou do voto em branco.

            É bom dizer, Senadora Marta, para o eleitor que quando ele vota nulo ou em branco o voto dele não é computado. Portanto ele está ajudando a eleger a pessoa que ele não quer. Só valem os votos realmente dados a um candidato ou a outro. Anular um voto ou votar em branco significa dizer: estou votando no corrupto que eu não quero. Então, não adianta pensar dessa forma. Para votar tem que se escolher realmente entre o melhor e o pior. E não adianta ter só a Lei de Ficha Limpa. É preciso que o eleitor exercite o seu voto limpo, com a sua consciência limpa.

            Quero pedir a V. Exa. a transcrição na íntegra, como parte do meu pronunciamento, dessa matéria publicada no Jornal do Senado de hoje, que considero da mais alta relevância, principalmente no que tange às, digamos assim, sensações da população em relação aos seus problemas.

            Muito obrigado.

 

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

            Matérias referidas:

            - “O Cidadão e o Senado”, Jornal do Senado, edição de 07/08/2012;

            - DataSenado: saúde preocupa população.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/08/2012 - Página 39812