O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu já ocupei esta tribuna algumas vezes para trazer o debate sobre a saúde pública no Brasil, apontar algumas falhas, falar sobre a crise que a saúde pública atravessa no meu Estado, no Rio Grande do Norte; falar sobre a carência de leitos hospitalares, leitos de UTI, carência de profissionais de pediatria no Brasil e no meu Estado, que inclusive fechou, há poucos dias, um pronto-socorro pediátrico por falta de profissional especializado em pediatria, o que compromete muito a assistência à criança no Brasil. Eu fico me perguntando como será a assistência à criança daqui a alguns anos, já que a especialidade em pediatria não está sendo mais atrativa para os jovens profissionais da área médica.

            Mas hoje trago algumas informações e algumas notícias alvissareiras, sobretudo em se tratando de transplante de órgãos no Brasil.

            Até pouco tempo, transplante de órgão no Brasil era um tabu. Nós não tínhamos essa cultura de doação de órgãos, de aceitar que parentes nossos pudessem doar os seus órgãos. Mas essa cultura está mudando no Brasil, haja vista os números publicados pelo Ministério da Saúde.

            E aqui quero louvar e parabenizar o Ministério da Saúde com essa política implementada, que abrange todo o Brasil, a política de doação de órgãos, a política na organização de procura de órgãos. E aí o meu Estado apresentou um crescimento fenomenal. Lá cresceu 32% o número de transplantes, do ano de 2011 para este ano.

            Em 2011, foram realizadas 98 cirurgias no Estado do Rio Grande do Norte.

            Em 2012, foram realizados 126 transplantes, e estamos na metade do ano: 17 transplantes de rins, 97 de córneas, 12 de medula óssea.

            Quero dizer, inclusive, que o Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado da Federação a zerar a fila de transplante de córnea. E o Estado também atingiu uma meta muito interessante e inesperada. O Ministério da Saúde criou a meta de chegar a 15 doadores por milhão de população em 2015, 15 para cada milhão, o Rio Grande do Norte já chegou; em 2012, atingiu a meta que o Ministério da Saúde planejou para 2015, ou seja, no Estado do Rio Grande do Norte, temos 15,2 doadores por milhão de população. Isso são números comparáveis aos números da Europa, por exemplo, onde se tem uma cultura de doação de órgão.

            Nós, lá no Estado do Rio Grande do Norte, possuímos cinco equipes de transplantes credenciados, uma central de transplantes e uma organização de procura de órgãos, a OPO. Essa conquista dos profissionais da equipe multidisciplinar que coordena essa política de transplante lá no Estado do Rio Grande do Norte está sendo coroada de êxito pela sua dedicação, pela sua abnegação na defesa dessa política e na implementação do transplante de órgão, inclusive na interiorização dessa política.

            É bom lembrar que cada vez que se transplanta ou se consegue convencer a família a liberar um único rim de um parente que faleceu, estamos tirando um paciente das sessões de hemodiálise, pacientes que precisam de sessões para continuar vivos, e um simples transplante de rim devolve a cidadania àquele paciente e qualidade de vida.

            Então, é muito interessante essa visão, está sendo muito interessante o trabalho realizado pela Central de Transplantes do Rio Grande do Norte, e quero aqui...

(Interrupção do som.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN) - Só para concluir, Sr. Presidente. (Fora do microfone.)

            Quero parabenizar a todos os profissionais da área e o Ministério da Saúde, porque o Brasil também vem evoluindo no número de transplantes.

            Foram realizados 7.993 transplantes no primeiro quadrimestre de 2012, enquanto, no mesmo período de 2011, foram realizadas 5.842 transplantes; a Região Norte, da nossa querida Senadora Vanessa e do nosso querido amigo João Pedro, a Região Norte teve um aumento em 109% do número de transplantes realizados, e a Região Centro-Oeste, um aumento de 103% do número de transplantes realizados.

            Portanto, a política de transplante do Ministério da Saúde está sendo efetiva, está surtindo efeito. Ficam aqui minhas congratulações aos profissionais do Ministério da Saúde que lidam com a política de transplante no Brasil...

(Interrupção do som.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Fora do microfone.) - ... e aos profissionais do Rio Grande do Norte.