O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, também quero estender aqui nossa solidariedade ao Senador Antonio Russo.

            Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, também quero aqui destacar a importância da Lei Maria da Penha. Hoje, importantes audiências foram realizadas, comandadas por V. Exa., e todos reconhecem que essa é uma forma forte de proteção da mulher, de proteção de uma relação saudável entre homens e mulheres. Acho que os efeitos em todo o País são visíveis, e, com certeza, temos de primar para que não haja ameaças de alterações, pela importância que isso tem para um país cada vez mais desenvolvido como o Brasil.

            Destaco ainda o encontro entre a bancada do nosso Estado e o Dnit. Já foi dada a ordem de serviço para a BR-135, no trecho que liga Eliseu Martins, no Piauí, à cidade de Bertolínia. O Batalhão de Engenharia, que vai cuidar dessa importante obra, já deve se mobilizar. Por volta do dia 20, segundo o Dr. Sebastião e o Presidente do Dnit Nacional, deverá haver a retomada dessa importante obra, que liga essa região dos cerrados piauienses ao Sul e ao Sudeste do Brasil.

            Destaco ainda, Sr. Presidente, um encontro que tive hoje também com o Secretário Executivo do Ministério das Minas e Energias, o Dr. Márcio Zimmermann, juntamente com o Presidente da Eletrobrás, Dr. José da Costa, o Robério e o Hildo. Nesse encontro, tivemos a oportunidade de assegurar que não haverá paralisação do programa Luz para Todos no nosso Estado. No Estado do Piauí, foi lançado o programa Luz para Todos pela então Ministra das Minas e Energia, hoje Presidenta, Dilma Rousseff. Na época, a empresa, que é uma empresa pública, enfrentava muitas dificuldades, o que resultou num atraso muito grande do programa, mas, desde o ano de 2008, houve soluções, com a transformação da nossa Cepisa em uma Eletrobrás-Piauí - é um holding federal de empresas distribuidoras, é uma experiência nova no Brasil -, e isso permitiu acelerar.

            Pois bem, faltavam cerca de R$114 milhões para a conclusão, e o não pagamento estava criando uma situação em que havia risco de atraso nesse processo. O fato é que, hoje, foi autorizado o pagamento, as empresas vão receber suas medições. E, mais ainda, fruto de capitalização e de aporte de recursos, haverá a continuidade do projeto, e, se Deus quiser, vamos concluí-lo. No Piauí, havia cerca 570 mil pontos de ligação, e, hoje, já são cerca de 1,1 milhão. Então, muita gente está saindo da lamparina, podendo contar com o uso moderno da energia.

            Por último, Sr. Presidente, destaco a aprovação hoje - também fui relator na Comissão de Assuntos Econômicos - do Fundo da Cajucultura, do Fundo do Caju. A cajucultura é uma área importante do meu Estado, no Nordeste, no Ceará, no Rio Grande do Norte. Nós somos a maior área plantada de caju do Brasil, sendo o segundo maior produtor. O Ceará é o maior produtor, e o Rio Grande do Norte, o terceiro. Isso gera muitos empregos para a agricultura familiar. Agora, concorrendo com outros países, o Brasil, com esse Fundo, gera oportunidade de se garantirem as condições de apoio técnico e de proteção em relação às doenças. E, com certeza, como outras cadeias produtivas, nós estaremos contribuindo também não só do ponto de vista econômico, como também do ponto de vista social.

            Sr. Presidente, também me traz hoje aqui um tema muito alegre. Acho que o Brasil inteiro se emocionou quando ganhou a primeira medalha de ouro uma judoca piauiense, com muito orgulho para todos nós. Ela é nascida em Teresina, criada em Teresina, treinada em Teresina, no Piauí. O seu técnico, Expedito, é prata da casa, juntamente com seus treinadores. Eu não poderia deixar de hoje dizer do orgulho de todos nós piauienses e de todos nós brasileiros por oferecermos ao Brasil essa importante vitória, uma vitória chorada, uma vitória de muita luta. Trata-se de alguém - destaco isso - que se negou a ir para outros centros, que permaneceu no Estado, com seu técnico, com outros dirigentes. Inclusive, ali há uma das mais modernas academias, a Academia Sarah Menezes, que trabalha as condições para contribuir com o esporte, especialmente o judô, no meu Estado.

            O Piauí é terra de raridade, Sr. Presidente. Temos a opala, uma pedra preciosa e raríssima, e a maior jazida brasileira está na cidade de Pedro II. Temos o Delta do Parnaíba, o único em mar aberto das Américas - só existem três no mundo. Temos a Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, onde há o registro mais antigo da presença do homem nas Américas. E temos Sarah Menezes, a primeira mulher a conquistar uma medalha olímpica de ouro no judô brasileiro, entrando, assim, para a história do esporte do Brasil e do mundo!

            Quero aproveitar este meu discurso, Sr. Presidente, para fazer uma homenagem à piauiense Sarah Menezes, que, nestas Olimpíadas, trouxe o ouro inédito para o Brasil no judô feminino.

            Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Sarah quebrou o jejum brasileiro de 20 anos sem medalhas de ouro olímpicas nesse esporte, que vinha desde a vitória de Rogério Sampaio nos jogos de Barcelona, em 1992. Na final, em Londres, Sarah derrotou Alina Dumitru, da Romênia, campeã olímpica em Pequim, em 2008.

            Nessa última segunda-feira, Sarah foi recebida com muita festa em Teresina. A judoca de apenas 22 anos desfilou em carro aberto, ganhou comenda do Governo do Estado e se emocionou com as manifestações carinhosas dos piauienses, cantando o hino do Estado com muito orgulho.

            Sarah Menezes reafirmou a vontade de ajudar na formação de novos atletas. Ela encabeça um projeto social que apresenta o judô a crianças e objetiva desenvolver o judô piauiense em busca de mais candidatos a campeões no esporte. O objetivo de Sarah, Sr. Presidente, é descobrir outras Sarahs.

            Sarah Menezes é um exemplo do Piauí que dá certo. É uma das maiores provas do quanto o nosso Estado se desenvolveu nos últimos anos. Sarah não teve de sair do Piauí, como eu disse, para chegar a uma medalha olímpica. Foi uma vitória consagrada através do sonho de seu treinador, Expedito Falcão, que percebeu desde cedo o talento de Sarah para o judô, e de uma equipe multidisciplinar de profissionais piauienses altamente qualificada. Ou seja, foi um sonho construído por gente de nossa terra, genuinamente piauiense, assim como a Sarah, que nasceu, cresceu e até hoje vive no Piauí. Superar limites é a palavra de ordem do nosso povo e do nosso Estado.

            O técnico de Sarah, Expedito Falcão, também merece nossa homenagem pela garra e persistência em transformar Sarah Menezes numa vencedora. Mas, além dele, também houve muito trabalho e dedicação da psicóloga Luciana Castelo Branco, do médico ortopedista Gerardo Vasconcelos, da fisioterapeuta Fernanda Daniel, do preparador físico Paulo Ricardo, dos colaboradores Raimundo Lopes e Rosa Bento e, é claro, da Confederação Brasileira de Judô, do Comitê Olímpico do Brasil e também da Federação Piauiense de Judô.

            Sarah traz em seu coração a garra de todo piauiense. E mostra, com essa medalha, que, sim, é possível, que vale a pena sonhar e lutar para tornar esse sonho realidade.

            Esse sonho teve o apoio de outros piauienses, de empresários e de gestores públicos que, como eu - ainda Governador, Sr. Presidente -, acreditaram, desde cedo, no talento daquela menina.

            Sarah começou o judô ainda com 9 anos de idade, na escola. Eu a acompanho desde essa época. Enfrentou o estigma de um esporte considerado masculino, a falta de patrocínio e a falta de estrutura de treinamento adequado. Mas logo vieram os resultados.

            Com apenas 18 anos, participou das Olimpíadas de Pequim, em 2008, mas foi derrotada logo na primeira luta. Em 2009, já tinha conquistado o bicampeonato mundial de judô.

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. WELLINGTON DIAS (Bloco/PT - PI) - Em 2010, ganhou a medalha de bronze no Grand Slam, evento do Circuito Mundial da Federação Internacional de Judô, em Tóquio.

            Em 2011, ganhou a medalha de prata no Grand Slam em Paris. Nos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, ficou com o bronze depois de derrotada numa das etapas preliminares pela cubana Dayaris Mestre.

            Sarah também é um expressivo resultado da Bolsa Atleta, criada pelo ex-Presidente Lula. O programa, criticado por alguns setores da sociedade, permitiu à atleta piauiense manter-se no esporte profissionalmente, viabilizando despesas básicas e viagens. O atleta precisa ser visto como o profissional que é. O esporte, de modo geral, precisa de investimentos para dar resultados e não receber investimentos porque obteve resultados.

            A medalha de Sarah Menezes é o sonho dourado de todos nós piauienses e brasileiros.

            Parabéns, Sarah! Parabéns, Piauí! Parabéns, Brasil!

            Não posso deixar de falar, neste momento em que comemoro a vitória da Sarah, de outro piauiense que, neste instante, está defendendo muito bem nosso País em Londres, o jogador de futebol Rômulo, natural de Picos, no Piauí. O volante Rômulo foi titular nos últimos quatro amistosos da Seleção Brasileira e tinha sua presença na lista de Mano Menezes dada como certa. O Brasil nunca conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos no futebol masculino, mas este ano pode ser diferente. E acreditamos na bravura e na arte desse grande piauiense que é o Rômulo, dentre outros atletas.

            No último sábado, vencemos Honduras por 3 a 2 de virada. Com a vitória, o Brasil continua na disputa pela medalha olímpica inédita e vai para as oitavas de final. Neste instante, joga com a Coreia.

            Quero falar ainda dos piauienses que disputaram o Pan-Americano Júnior de Badminton, em Edmonton, no Canadá. Eles também estão de parabéns: conquistaram um ouro, uma prata e três bronzes para o Brasil. O torneio terminou no domingo retrasado com o saldo de três ouros, três pratas e dez bronzes para a delegação brasileira. O destaque do Piauí, pelo segundo ano consecutivo, é Fabrício Farias, que disputou duas finais. Fabrício Farias, com a técnica Norma Rodrigues, conquistou ouro no simples e prata nas duplas, ao lado de Sâmia Lima.

            Os piauienses da delegação brasileira ainda conquistaram três medalhas de bronze com Sâmia Lima e, nas duplas femininas, com Sâmia Lima e com Juliana Viana e com Sâmia Lima ao lado de Manoela Gori. No total, o Brasil ficou com dez medalhas de bronze.

            Aliás, lembro aqui, Sr. Presidente, que o Rômulo acabou de fazer um gol contra a Coreia, esse atleta piauiense que estou aqui homenageando neste singelo pronunciamento.

            Repito: os piauienses da delegação brasileira ainda conquistaram três medalhas de bronze com Sâmia Lima e, nas duplas femininas, com Sâmia Lima e com Juliana Viana e com Sâmia Lima, ao lado de Manoela Gori. Como eu disse, no total, o Brasil ficou com dez medalhas de bronze.

            Quero parabenizar, portanto, Sr. Presidente, todos os nossos atletas dessa geração e de outras gerações, principalmente os piauienses, que, mesmo com todas as dificuldades que os atletas brasileiros enfrentam, estão em Londres, no Canadá e em vários lugares do mundo, defendendo nosso Piauí e nosso Brasil, trazendo, além de medalhas, bons exemplos para o futuro do esporte em nosso País.

            Como Governador, Sr. Presidente, ajudamos a fortalecer o esporte no Piauí. Agora, estou em missão como candidato a prefeito. Um dos objetivos é o de haver, em 23 regiões da cidade de Teresina, centros olímpicos que possam, com dignidade, permitir a descoberta de talentos. Que Rômulo, Sarah, Sâmia e muitos outros possam ser exemplos, para que sejam revelados novos talentos!

            Era isso que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Quero apenas dizer o quanto medalhas como essas nos ajudam a elevar a auto-estima do nosso povo. É uma vitória do Piauí, uma vitória de Teresina, uma vitória do povo brasileiro!

            Muito obrigado.