O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sra. Presidenta, Senadora Marta Suplicy, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, uma nova era geológica.

            Em 30 de julho de 2012, o jornal Valor Econômico publicou um artigo de grande valor da parte de um extraordinário economista americano, Jeffrey Sachs, professor de Economia, diretor do Instituto Terra, da Columbia University, assessor especial do Secretário-Geral da ONU no tema das Metas de Desenvolvimento do Milênio e alguém que tem escrito livros indicando que é perfeitamente possível erradicar a pobreza em nosso planeta.

            Mas falo desse artigo para comentar por que em junho acabamos de sair da Rio+20, que teve uma peculiaridade muito impressionante. A reunião dos 193 chefes de Estado que a ela compareceram não resultou em conclusões ou saltos de visível qualidade, ao passo que os encontros de todos os tipos de grupos da sociedade civil foram gloriosos, como se diz na linguagem popular. Centenas de milhares de pessoas encheram o Rio de Janeiro, uma explosão de criatividade aconteceu. O foco era que o aquecimento global já estava muito adiantado, exatamente a mesma coisa que Jeffrey Sachs menciona.

            Em suas palavras "nas últimas semanas, os Estados Unidos entraram em seu pior período de seca nos tempos modernos. O centro-oeste e os Estados nas planícies, o celeiro do país, estão ardendo sob uma enorme onda de calor e mais da metade do país está em emergência devido a seca."

            "Do outro lado do mundo, Pequim foi atingida pelas piores chuvas já registradas e as inundações mataram muitas pessoas. O Japão, igualmente, está sofrendo chuvas torrenciais recordes. Duas das regiões áridas africanas - o Chifre da África, no leste do continente, e no Sahel no oeste - tiveram secas e fome devastadoras nos últimos dois anos: as chuvas não vieram, fazendo com que muitos milhares morressem, enquanto milhões passam fome".

            "Os cientistas atribuíram um nome a nossa era, Antropoceno, um termo construído a partir de uma antiga raiz grega para significar época dominada pelos seres-humanos - um novo período da história da Terra em que a humanidade tomou-se a causa da escala mundial das mudanças ambientais. A humanidade afeta não só o clima da Terra, mas também a química dos oceanos, os habitats terrestres e marinhos de milhões de espécies, a qualidade do ar e da água, e os cicios de água, nitrogénio, fósforo e outros componentes essenciais que sustentam a vida no planeta."

            Para quem vê televisão ou lê jornal outros fenómenos mais importantes relativos aos oceanos já aconteceram. Desprendeu-se da Groelândia uma geleira que era um terço do tamanho da Ilha Continente. Na Antártica geleiras maiores tem se desprendido o que deve acelerar muito rapidamente a subida do nível do mar.

            Isso é um sinal de que após o máximo do aquecimento global que está se aproximando deve acontecer uma era glacial, Graças ao congelamento das águas dos Oceanos que já está acontecendo.

(A Sra. Presidente faz soar a campainha.)

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Estamos no pico do aquecimento global e o que vier em seguida é o início da destruição da espécie humana não pelo calor, mas pelo frio. Não sei se ainda é tempo, o que sei é que temos que lutar com todas as forças para recuperar nosso Planeta. Caso contrário nossos filhos e netos viverão em um mundo inabitável.

            Enquanto a espécie humana se destrói. O Planeta, se ser humano fosse, estaria perplexo, preocupado, conclamando a nós, homens e mulheres, para realizarmos ações para reverter essa trajetória. Como qualquer astro vive em fase de grande violência, como aquela que destruiu, há 65 milhões de anos, os dinossauros, 90% da vida desapareceram. Mas, logo alguns milhões de anos depois outras espécies vieram a habitá-lo entre nós. Quando a nossa espécie desaparecer, outras virão. Quem desaparecerá agora é a humanidade e não o Planeta.

            Eu gostaria de aqui conclamar todos a pensarmos nas ações que poderão significar uma melhoria das condições de vida.

            Quero aqui ressaltar e anunciar, com prazer, a Conferência Nacional que promoverá um debate sobre a política de emprego e trabalho decente para o combate à pobreza, a 1ª Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente, promovida pelo Ministério do Trabalho.

            O Ministro Brizola Neto nos convida a todos para, agora, às 16 horas, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, participarmos e refletirmos sobre como uma renda básica de cidadania significará algo importante no dia que acontecer de fato para promovermos a remuneração decente e oportunidade de trabalho para todos os brasileiros e brasileiras.

            Muito obrigado, Sra. Presidente.

            Permita-me requerer que o trabalho da OIT sobre o avanço das condições de trabalho no Brasil seja anexado ao meu pronunciamento.

DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR EDUARDO SUPLICY EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I, § 2º, do Regimento Interno.)

Matérias referidas:

- Trabalho Decente: Relatório da OIT destaca avanços no país;

- Em questão. Especial Trabalho e Emprego (vários artigos.).